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Caldeirão da Bolsa

Espírito Santo Securities: Análise Mensal Setembro 2004

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Espírito Santo Securities: Análise Mensal Setembro 2004

por Alfred E. Neuman » 5/9/2004 11:40

Espírito Santo Securities

ANÁLISE MENSAL
Setembro 2004



Os Mercados Accionistas Este Mês......

O mês de Agosto foi marcado pela volatilidade, associada à fraca liquidez normal
nesta época do ano. Apesar de os principais índices terem encerrado o mês apenas
com quedas ligeiras, os mercados tiveram uma queda acentuada na primeira
quinzena, chegando o índice tecnológico a estar negativo mais de 7% no mês , a
fazer novos mínimos do ano. A escalada dos preços do petróleo e a instabilidade
geo-política, aliadas aos fracos números macro-económicos, justificaram o
comportamento dos mercados e o receio dos investidores.

Indicadores económicos fracos em Agosto...

Os indicadores económicos divulgados durante o mês de Agosto saíram , de uma
forma geral, abaixo das expectativas. Os números das vendas a retalho e o fraco
dinamismo do mercado de trabalho, vieram reforçar os receios de um menor
crescimento da economia mundial.

...mas FED sobe taxas

Apesar do abrandamento da economia nos últimos meses, a Reserva Federal norteamericana
considera que a recuperação económica continua em curso, estando
apenas a ser afectada temporariamente pelos altos níveis do preço do petróleo.
Assim, foi sem surpresa que os mercados acolheram mais uma subida das taxas de
juro de 0.25%, ficando as mesmas em 1.50%, prosseguindo a política de aumento
gradual e suave das taxas de referência;

Petróleo volta a bater máximos...

O preço do petróleo aproximou-se da barreira psicológica dos $50 em meados de
Agosto, representando uma subida de mais de 30% no espaço de dois meses . Na
origem deste movimento estiveram os riscos agravados de atentados aos oleodutos
no Iraque, a crise da Yukos na Rússia e o referendo na Venezuela, que geraram
uma maior especulação e agravaram o sentimento sobre a evolução futura do preço
do crude. Na segunda quinzena do mês houve uma correcção, encontrando-se o
preço estabilizado em torno dos $44.

Yields das Obrigações a cair....

Em Agosto assistimos à queda das yields das obrigações de longo prazo, levando a
uma menor inclinação da yield curve, indiciando um abrandamento económico
global. Os Treasuries a 10 anos recuaram cerca de 40 basis points, acabando o mês
em 4.12% .

Brisa e EDP sustentam Lisboa.......

A bolsa portuguesa acabou o mês ligeiramente negativa (-0.2%), sofrendo da
volatilidade das suas congéneres mundiais , embora com uma menor amplitude. O
PSI20 chegou a estar negativo 2% em meados de Agosto, praticamente metade das
restantes praças europeias . A Media Capital foi o melhor performer do índice
português, com um ganho de 5.71%, recuperando da forte penalização do mês
anterior. A Brisa (+2.72%) e a EDP (+2.70%) vieram logo a seguir, com a primeira a
apresentar resultados e a beneficiar do recuo das yields. Em terreno negativo esteve
o BPI, que caiu 5.56% com os rumores que o Santander estaria a colocar parte da
sua posição. A Impresa foi a segunda maior queda (-4.83%), corrigindo dos ganhos
do mês anterior, após os bons resultados .

O que esperar de Setembro...

Os temas quentes de Setembro passam pela preocupação quanto ao crescimento da economia na 2ª metade do ano, pela escalada do preço do petróleo, pelos receios de
atentados terroristas à medida que nos aproximamos das eleições presidenciais norteamericanas
e pela incerteza política quanto ao desfecho das referidas eleições. Tendo
em conta que grande parte dos riscos já forma devidamente identificados e
descontados pelos mercados, a grande incógnita a curto prazo reside na evolução do
preço do petróleo. Continuaremos no entanto a monitorizar as variáveis que poderão
travar o crescimento económico, nomeadamente o petróleo, de modo a garantir que o
nosso pressuposto base de estarmos optimistas no mercado (crescimento moderado
da economia americana) se mantém.

Serviço de Aconselhamento

A elevada volatilidade dos mercados, a imprevisibilidade da cotação do preço do
petróleo e a baixa liquidez do mercado, levou à adopção de uma postura defensiva
durante o mês de Agosto. Assim, acabámos por não lançar novas ideias e fechámos a
que tínhamos aberta (ACS), ao aumentar-mos o nosso preço de stop de forma a
assegurarmos o ganho já obtido de 8.6% (versus uma variação negativa do IBEX de
1.54%).

Gestão Discricionária

Durante o mês de Agosto, considerámos que o fundamental neste mês seria a
preservação do capital dos clientes pois as incertezas existentes não compensavam
o risco adicional que teríamos de correr. Desta forma, e ao contrário de outras
situações de queda em que aumentámos o risco, neste mês preocupámo-nos
apenas por mantê-lo muito reduzido: desvio padrão da carteira : 5.3% contra 9.8%
do MSCI World (ver tabela).
A estratégia seguida teve bons resultados uma vez que conseguimos chegar ao fim
do mês sem perdas de capital: -0.1% e em linha com o MSCI World: 0.0% mas
melhor do que os índices europeus (Eurostoxx 50 : -1.8%). No ano mantemos a
performance acumulada em 8.7%.


A Equipa de Clientes Particulares
Espírito Santo Securities
Lisboa, 03 de Setembro de 2004


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