Accionistas Cabovisão c/ acção para substituir administração

Accionistas Cabovisão com acção para substituir administração
03/09/2004 11:22
LISBOA, 3 Set (Reuters) - Os accionistas da Cabovisão, segundo maior operador de televisão por cabo em Portugal, deram entrada com uma providência cautelar junto do Tribunal de Comércio de Lisboa para a substituição da administração da operadora por um administrador judicial.
No documento enviado ao Tribunal, a que a Reuters teve acesso, os accionistas reconhecem apenas o administrador único Ahmad Fadami e justificam a acção com o facto do gestor se recusar a fornecer informações relevantes para a continuação do plano de recuperação da empresa e de estar a actuar no sentido de pôr em causa a viabilidade da empresa.
"É pois o objectivo desta providência o requerimento de suspensão do administrador Ahmad Fadami e a nomeação provisória de administrador judicial", refere o documento enviado ao Tribunal de Comércio de Lisboa.
"É 'mister' nomear um administrador judicial para que exista alguém que tome decisões e evite a paralisação da Cabovisão", refere o mesmo documento.
A Cabovisão é detida a 100 pct pela holandesa Telemax BV, da canadiana Cable Satisfaction International (Csii) , que com a Catalyst se assume como o maior accionista e credor.
Contudo, a Telemax, está impedida de proceder à nomeação de administradores "uma vez que não pode exercer os direitos sociais inerentes às respectivas acções, dado que os mesmos são exercidos de momento pelo sindicato de bancos" cujo alegado agente de garantia é a Caixa Banco de Investimento.
"A Cabovisão não foi notificada de qualquer procedimento", disse, à Reuters, Duarte Vasconcelos, advogado da empresa.
No entanto, a Cabovisão confirma a existência desta acção, apesar de apenas ter ainda conhecimento informal da mesma, e salienta que as alegações "não correspondem à verdade".
"Não existe apenas um administrador - o que iria contra os estatutos - mas três cujos nomes estão registados na Conservatória de Palmela", afirmou Paulo Queirós, director da Cabovisão, à Reuters, em representação da administração.
Segundo os accionistas, na certidão da Conservatória de Palmela constam os nomes de Fernand Beslisle - presidente -, Duarte Vasconcelos e Ahmad Fadami - vogais -, tendo os dois primeiros alegadamente renunciado aos cargos em Agosto e Julho deste ano, respectivamente.
"Os administradores estão actualmente a responder a quem tem legalmente o controlo da Cabovisão, ou seja, ao sindicato de bancos", referiu aquele director escusando-se a nomear os administradores e as entidades financiadoras envolvidas.
"Este sindicato assumiu o controlo temporário devido ao facto da Cabovisão ter entrado em incumprimento dos contratos que foram assinados pelo que a Cabovisão tem de prestar informações apenas ao sindicato", acrescentou.
A Csii tem um plano aprovado para a sua recuperação que passa pelo saneamento financeiro da Cabovisão o qual será suportado pela Catalyst e entidades financiadoras e que passa pela liquidação do passivo e refinanciamento na empresa, num montante de cerca de 200 milhões de euros (ME).
De acordo com o que os accionistas da Cabovisão referem na acção interposta, para que seja implementado este plano falta apenas cerca de 10 dias úteis de auditoria à operadora.
A Cabovisão assegura que não está em causa a sua viabilidade e garante que gera 'cash' suficiente para manter as operações.
"A Cabovisão está nesta situação difícil há dois anos. Não tem meios para resolver o passivo mas tem resultados operacionais positivos em 30 pct, o que dá para gerir o dia-a-dia da empresa", garantiu Paulo Queirós.
Lembrou que a Cabovisão possui a única rede alternativa à da Portugal Telecom e revelou que este ano a operadora conquistou 10 mil novos clientes.
Contactados os accionistas, não foi possível até a
03/09/2004 11:22
LISBOA, 3 Set (Reuters) - Os accionistas da Cabovisão, segundo maior operador de televisão por cabo em Portugal, deram entrada com uma providência cautelar junto do Tribunal de Comércio de Lisboa para a substituição da administração da operadora por um administrador judicial.
No documento enviado ao Tribunal, a que a Reuters teve acesso, os accionistas reconhecem apenas o administrador único Ahmad Fadami e justificam a acção com o facto do gestor se recusar a fornecer informações relevantes para a continuação do plano de recuperação da empresa e de estar a actuar no sentido de pôr em causa a viabilidade da empresa.
"É pois o objectivo desta providência o requerimento de suspensão do administrador Ahmad Fadami e a nomeação provisória de administrador judicial", refere o documento enviado ao Tribunal de Comércio de Lisboa.
"É 'mister' nomear um administrador judicial para que exista alguém que tome decisões e evite a paralisação da Cabovisão", refere o mesmo documento.
A Cabovisão é detida a 100 pct pela holandesa Telemax BV, da canadiana Cable Satisfaction International (Csii) , que com a Catalyst se assume como o maior accionista e credor.
Contudo, a Telemax, está impedida de proceder à nomeação de administradores "uma vez que não pode exercer os direitos sociais inerentes às respectivas acções, dado que os mesmos são exercidos de momento pelo sindicato de bancos" cujo alegado agente de garantia é a Caixa Banco de Investimento.
"A Cabovisão não foi notificada de qualquer procedimento", disse, à Reuters, Duarte Vasconcelos, advogado da empresa.
No entanto, a Cabovisão confirma a existência desta acção, apesar de apenas ter ainda conhecimento informal da mesma, e salienta que as alegações "não correspondem à verdade".
"Não existe apenas um administrador - o que iria contra os estatutos - mas três cujos nomes estão registados na Conservatória de Palmela", afirmou Paulo Queirós, director da Cabovisão, à Reuters, em representação da administração.
Segundo os accionistas, na certidão da Conservatória de Palmela constam os nomes de Fernand Beslisle - presidente -, Duarte Vasconcelos e Ahmad Fadami - vogais -, tendo os dois primeiros alegadamente renunciado aos cargos em Agosto e Julho deste ano, respectivamente.
"Os administradores estão actualmente a responder a quem tem legalmente o controlo da Cabovisão, ou seja, ao sindicato de bancos", referiu aquele director escusando-se a nomear os administradores e as entidades financiadoras envolvidas.
"Este sindicato assumiu o controlo temporário devido ao facto da Cabovisão ter entrado em incumprimento dos contratos que foram assinados pelo que a Cabovisão tem de prestar informações apenas ao sindicato", acrescentou.
A Csii tem um plano aprovado para a sua recuperação que passa pelo saneamento financeiro da Cabovisão o qual será suportado pela Catalyst e entidades financiadoras e que passa pela liquidação do passivo e refinanciamento na empresa, num montante de cerca de 200 milhões de euros (ME).
De acordo com o que os accionistas da Cabovisão referem na acção interposta, para que seja implementado este plano falta apenas cerca de 10 dias úteis de auditoria à operadora.
A Cabovisão assegura que não está em causa a sua viabilidade e garante que gera 'cash' suficiente para manter as operações.
"A Cabovisão está nesta situação difícil há dois anos. Não tem meios para resolver o passivo mas tem resultados operacionais positivos em 30 pct, o que dá para gerir o dia-a-dia da empresa", garantiu Paulo Queirós.
Lembrou que a Cabovisão possui a única rede alternativa à da Portugal Telecom e revelou que este ano a operadora conquistou 10 mil novos clientes.
Contactados os accionistas, não foi possível até a