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Caldeirão da Bolsa

As estratégias menores que nos assolam

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Pensar o futebol

por valves » 11/8/2004 17:59

boas o tema interessou -me pelo que cá vai a minha opinião :

Sinceramente acho que Portugal faz parte do rol daqueles países onde se leva o futebol demasiado a sério e demasiado irracionalmente aliás só o factor irracional explica que os ordenados mensais + premios dos jogadores de Futebol dos 3 grandes andem em média em torno dos 5000 cts ( e as estrelas ganham muito mais do que isso ) para mim o futebol is just a game que por acaso a mim me dá mais prazer jogar com amigos do que ver os outros jogar ... como dizia no outro dia um comentador hoje o futebol é um verdadeiro deus Pagão com os seus ritos semanais que eu obviamente respeito mas não compreendo. Aliás só leva o futebol demasiado a sério quem e desculpem -me a expressão é pobre de espirito ou então não descobriu que existem outras coisas na vida bem mais estimulantes e enriquecedoras como por exemplo estarmos com a nossa familia estarmos com os nossos amigos lermos livros irmos a exposições etc etc ...
Depois claro o futebol serve também de pretexto a essa estupida guerra Norte / Sul que não faz nenhum sentido. Já agora deixo aqui um apelo á malta e aproveitando que o campeonato ainda não começou para não levarem as disputas futebolisticas demasiado a peito ... resumindo malta há que relativizar o futebol.
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
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por mcarvalho » 11/8/2004 16:41

Caro Jotabil

O tema não é da minha autoria
Foi copiado do Bpi online
um abraço
mcarvalho
 
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por jotabil » 11/8/2004 16:10

O potencial cultural.....o potencial económico....o potencial diplomático...and so on......apenas podem ser compreendidos no âmbito estratégico...somente, quando atingem uma dimensão capaz de condicionar a definição de um objectivo politico....até aí...são quando muito meras tácticas ou metodologias para a acção.
Agora a expressão estratégia ...tem a vulgaridade que tinha o "portantos", o "prontos" e "isto é assim".....dá mais nas vistas para a solução coloidal deste caos.

cumps.
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estratégia

por jotabil » 11/8/2004 15:59

No meu conceito......a estratégia...é uma ciencia e uma arte na utilização do potencial de uma determinada entidade politica.....tendo em vista objectivos....politicos.....que são objecto de rivalidade de interesses.....

entendendo-se potencial estratégico.....como sendo o produto dos meios e recursos que determinada entidade politica possui pela vontade de os empregar....ou seja

Pot=Força*Vontade


Uma entidade pode ter muitos recursos estratégicos.....mas pode não ter vontade de os empregar...numa determinada acção estratégica...
Neste caso o potencial estratégico pode ser nulo.....


Além do mais.....a estratégia insere-se numa estrutura de acção politica que começa no desenho de um modelo geográfico que satisfaça os interesses de uma determinada entidade politica a chamada geopolitica.....cuja praxis..leva ao planeamento de uma geoestratégia....e sequentes estratégias sectoriais que o concretizam........enfim uma pessegada...!!!!


cumps.
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Estratégia

por jotabil » 11/8/2004 15:38

Caro MCarvalho


Mas afinal o que entende pela expressão....estratégia?
É um conceito dinâmico...sim....mas não podemos confundi-lo... com meras metodologias para a acção.......que é uma coisa muito diferente.
Parece que os autarcas e alguns comandantes bombeirais,têm visões estratégicas..... deve ser por causa do mando e do fogo que ficam assim....

cumps.
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As estratégias menores que nos assolam

por mcarvalho » 11/8/2004 14:16

As estratégias menores que nos assolam

11/08/2004 14:10

As estratégias menores que nos assolam
O nível futebolístico dos países parece estar na razão inversa do seu desenvolvimento económico e social. A final do Euro 2004 deu-se entre Portugal e a Grécia, precisamente os dois países mais atrasados da União Europeia dos antigos 15 membros. Aliás, Portugal tem, desde há dois anos, razões para ter ganho à Grécia, já que ela nos ultrapassou em alguns indicadores?, à tangente?, mas o suficiente para ganhar!

Azares do futebol ou desvios na tradução desportiva de realidades económicas, o certo é que, durante o campeonato, o país foi tomado por uma exaltação patriótica e o futebol e a organização do Euro convertido numa espécie de estratégia nacional.

A ideia mais genérica que se atribui a uma estratégia é que ela trata do que é essencial. Quando há desconhecimento ou dúvidas sobre o essencial, uma certeza podemos avançar: não há estratégia. Logo, se os responsáveis políticos se enganarem em relação ao que é essencial para o país, a nossa posição relativa perante os outros vai caracterizar-se por um cada vez maior atraso, como tem vindo a acontecer.

Ganhar o Euro 2004 seria, portanto, um orgulho relativo no campo futebolístico, sem dúvida, mas não no civilizacional que prestigiasse o país. Tendo-se dito que os jogadores portugueses auferiam 40 mil contos cada um, de prémio, se ganhassem a final e que, como se ficaram pelas meias finais só (?) ganharam 30 mil e que os jogadores suecos não auferiam importância alguma, independentemente das vitórias que conseguissem, temos que concordar que andamos a brincar com princípios essenciais, estruturantes da nossa comunidade. E, se pensarmos que os seleccionados futebolistas portugueses foram condecorados pelo Presidente da República, comovido até às lágrimas?, temos que concordar, como diria o General De Gaule, «câ¿¿est pas un pays serieux». O que comoveu o nosso Presidente não foram as caras dos rapazes da selecção, entre o divertido e o espantado, alguns,titulares de activos financeiros que os colocam na convivência de banqueiros. O Presidente comoveu-se pela sua própria ideia de que o feito futebolístico poderia estimular o nosso povo a fazer mais do que já faz para sairmos do nosso atraso. Puro engano. A lição está dada, pelos suecos!

A motivação por sentimentos que apelam ao patriotismo tem regras. Com o apoio nacional que foi dado à selecção, é forçoso partir do princípio de que a nossa selecção não jogaria menos bem se fosse remunerada «à sueca».

O próximo campeonato europeu será organizado pela Áustria e a Suíça, em conjunto. O anterior ao nosso foi pela Holanda e pela Bélgica. Acresce às nossas dificuldades, de dimensão estratégica, o facto de Portugal e Espanha não se entenderem para o mesmo efeito (e para outros) e, terem sido concorrentes. É uma pena que a individualidade nacional de Portugal na península seja ainda considerada como uma â¿¿amputação estratégicaâ¿¿ pelo país vizinho. Não deveríamos ter entrado nesta competição, mas, antes, proposto uma organização conjunta. Para ganhar à Espanha tivemos de passar a ser o país com mais lugares sentados em estádios de futebol «per capita».

Na actual situação económica do país, a estratégia definida de trazer o Euro a todo o custo â¿¿ dez estádios â¿¿ foi errada. Seria preferível iniciar os esforços que o futuro nos deixa antever, de forçar o centralismo madrileno a aprender a conviver com independências, separações, autonomias que a História fez ao longo do tempo. A situação de equilíbrio estratégico só se atinge com a adopção das opções de maior consenso político, no princípio de que todos os sentimentos de todos os povos, de respeito por si e pelos outros, são respeitáveis.

A característica de país grande, da Espanha, não tem o direito de forçar um país pequeno, como Portugal, a esforços desmedidos para vir a organizar um qualquer campeonato desportivo, europeu ou mundial.

Em nome daquele equilíbrio, caberia tanto...
 
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