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Caldeirão da Bolsa

Rendimento minimo Garantido e outras garantias Sociais

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Com essa conversa...

por Asa » 28/7/2004 12:24

...fizeram-me lembrar um cunhado meu. Comprava brinquedos caros para ter meninos inteligentes. O resultado foi que nenhum dos seus 3 filhos conseguiu tirar sequer o 12ºano.

No ensino básico
A questão não está na quantidade de matérias que se enfiam nas crianças; está na simplicidade e exigência do ensinado, para as quais é preciso receptividade da parte das crianças que vai sendo aquirida com o tempo e com o incentivo dos pais.

Que importa dar aos alunos muitas matérias se não apreendem o essencial?
Asa
 

por valves » 28/7/2004 11:50

Bem Rui decidi voltar a carga com este tema até porque as bolsas estão endafonhas para pegar nas ultimas frase que disseste que me parece muito importante :

Resumindo gostaria de dizer que embora após várias tentativas de esbatimento de classes por parte dos estados, estas tem resultado infrutíferas.
É assim simples.
Ou alguém conhece alguém rico que tenha casado com alguém pobre? (não frequentam os mesmos sítios tem interesses diferentes, etc). Eu não!


A questão central reside no seguinte :

As pessoas dão demasiada importância á sua classe e ao seu estatuto quando a meu ver a questão nem passa por aí. Está provado por muitos estudiosos do comportamento humano que as relações humanas fortes se estabelecem quando as pessoas partilham gostos ou interesses ou então experiencias de vida comuns partilhadas de tal forma fortes que as ligam para a vida ( Exemplo : pessoas que passaram pela experiencia de guerra juntos etc )Quando tu falas em casamentos entre ricos com ricos e pobres com pobres estás segundo os teoricos do comportamento a limitar o potencial das pessoas de serem felizes pois está provado que as pessoas homem e mulher se sentem atraídos para uma relação de afecto com qualidade por muitos factores ( quase sempre ligados á personalidade e caracteristicas fisicas ) e nunca por dinheiro ou seja ao limitar -se o casamento e as relações de amizade ao factor monetario ou de estatuto social na verdade está -se a limitar e a condicionar as opções de afecto ou amizade apropriados a cada tipo de pessoa.
Resumindo e concluindo resalvado o direito de propriedade tão querido ao incognitus :mrgreen: :mrgreen: :wink: as pessoas devem misturar -se o mais possivel segundo os seus gostos e personalidade pois na practica estão a majorar as probabilidades de estabelecerem relações apropriadas á sua maneira de ser e que as vão tornar necessariamente mais felizes

Um abraço

Vasco
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O visitante sou eu

por Rui12ld » 26/7/2004 16:23

:lol:
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por Visitante » 26/7/2004 16:21

Depois de ler os posts na diagonal, gostaria de expressar a minha opinião.

Há na nossa sociedade (portuguesa e europeia entenda-se) algumas verdades encobertas, que já ficava bem ser desvendadas.

A 1ª (ainda aparece o Thomas Hobbes a dizer que sou sempre contra a S.S.), é que descontamos uma barbaridade para a Segurança Social, com muito poucas garantias (ou retorno). Os dependentes descontam 34,75%!!!!!!!!!!!! para a dita (sim leram bem 34,75% e não 11%; Aos 23,75% a Europa Social fez-nos crer que é por conta da entidade patronal, nos EUA acabaram com esta ilusão óptica e passaram a por tudo no recibo do trabalhador para aí poder-se ver a barbaridade do desconto.

2º A diferenciação de classes não acontece somente no ensino/trabalho e afins, acontece também na maneira da pessoa agir, pensar, actuar, etc.
Se numa entrevista de emprego para um quadro superior (com o mesmo CV) aparecerem 2 pessoas de classes diferentes (mas sem o expressar ao recrutador) é garantido que quem fica é a pessoa da classe social mais elevada. Porque? Bem porque se expressa de maneira diferente, está a vontade, provavelmente não olha para o chão, etc.
Nem quero falar no caso de a conversa descambar para interesses comuns, tipo: casa no Algarve, férias no estrangeiro/neve, etc.

Resumindo gostaria de dizer que embora após várias tentativas de esbatimento de classes por parte dos estados, estas tem resultado infrutíferas.
É assim simples.
Ou alguém conhece alguém rico que tenha casado com alguém pobre? (não frequentam os mesmos sítios tem interesses diferentes, etc). Eu não!

Abraço

PS: Já agora aproveito para dizer que sou totalmente contra o ensino/saúde publico a 100% (A insustentabilidade do sistema está aí, onde? Nos défices! Em Itália (ou será Espanha?) vai ser implementado o pagamento mínimo de €1 para as consultas médicas públicas).
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por Incognitus » 26/7/2004 14:09

Sim, Visitante, esses fenómenos existem e eu tb os conheci. É por isso que acho que o Estado tem que ser o mais diminuto possível. Se é para existirem preferências óbvias na sociedade, ao menos que quem as exerça o faça com o seu dinheiro em vez de ser com o dos outros (como faz o estado).
 
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por valves » 26/7/2004 14:09

Bem absolutamente de acordo consigo que de facto o direito á propriedade é um outro preceito constitucional importantissimo e não se pode satisfazer direitos constitucionais á custa do desrespeito e do espizanhamento de outros direitos constitucionais (sei agora aquilo que eu disse que feriu o incognitus o que na verdade até foi incorrecto da minha parte pois é obvio que não se pode forçar uma entidade privada a partilhar algo pois isso iria violar flagrantemente um direito constitucional). Agora á parte destas incorrecções (que eu realmente impensadamente disse) aquilo que me revolta é ver que os atrasos do desenvolvimento do país não sejam combatidos e perdoem -me a expressão com unhas e dentes e sejam cometidos os mesmos erros no sistema educativo há decadas que a maior parte das crianças portuguesas ainda abandonem precocemente o sistema educativo amarrando -as a um futuro de miseria e pobreza que poderia ser facilmente evitado se considerassemos as crianças como o bem mais valioso duma nação

Um abraço

Vasco
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Mas que grande

por Visitante » 26/7/2004 14:04

"pancada" devem ter levado durante o fim de semana na praia :shock:
Então continuam com essa das igualdades e da educação?
Quantos milhões são investidos em escolas, universidades privadas pelo estado? Quantas escolas públicas ou universidades públicas estão com falta de dinheiro e alunos? É tudo uma questão de investigarem :wink:
A minha já foi feita, e cheguei à triste conclusão que se continua a meter muitos milhões no bolso dos privados, e quem são eles? :lol:
Conheci muitos colegas de faculdade com patrimónios muito vastos e os respectivos pais com cargos públicos bem remunerados, alguns deles até prof. Univ. mas sabia que muitos deles não pagavam propinas. É triste? Claro, mas e depois cada um faz pela videca né?
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por Incognitus » 26/7/2004 13:51

A diferença de opinião nem é bem uma diferença de opinião, porque eu tb concordo que a igualdade na educação e oportunidades são, ao mesmo tempo, incrivelmente importantes e incrivelmente descuradas.

Só discordo é que, no processo de se eliminar essa desigualdade, se ataquem outros direitos fundamentais, como o da propriedade.
 
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por Observador » 26/7/2004 13:47

Incognitus Escreveu:Observador, a resposta do Valves era para mim, acerca do meu comentário sarcástico

Não tinha visto o teu comentário. Mas percebi, após ter colocado o meu "pedido de desculpas".

PS-Não tornem essa diferença de opinião numa "batalha". :roll:
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por Incognitus » 26/7/2004 13:40

Valves, embora a questão não envolvesse Ferraris e sim escolas a comprar equipamentos, MESMO que envolvesse Ferraris, se a pessoa que decidiu comprar um Ferrari antes cumpriu todas as suas obrigações fiscais, não há como terceiros defenderem que ele não PODE fazer isso, que tem que partilhar o dinheiro do Ferrari para comprar equipamentos para escolas públicas.

Aliás, alguém que compre um Ferrari, SE tiver cumprido todas as suas obrigações fiscais, já está a contribuir mais para a sociedade do que meia dúzia de defensores da igualdade via redistribuição dos rendimentos.

Já agora, eu fui um dos POUCOS que, aquando da luta contra as propinas nas Universidades públicas, mencionei que a Constituição diz que o ensino (superior) é TENDENCIALMENTE GRATUITO, logo, a Constituição não era compatível com uma medida que impunha propinas, que por sua vez ao levarem em conta o custo do ensino (e portanto, a sua inflação), são TENDENCIALMENTE MAIS CARAS. Não é que eu fosse contra ou a favor das propinas. Simplesmente, se as quisessem aprovar deviam ter mudado a constituição, ou então ela não serve para nada (pois pode ser literalmente ignorada).

Por fim, na constituião tb está consagrado o direito à propriedade, que seria violado com aquele "porque não obrigar" que referiste.
 
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por Incognitus » 26/7/2004 13:34

Observador, a resposta do Valves era para mim, acerca do meu comentário sarcástico sobre a sugestão que ele deu de obrigar entidades privadas a partilharem os bens nos quais investiram.

A mim, revolta-me tanto que me tentem obrigar a partilhar algo que eu tenha adquirido, como tentarem obrigar um terceiro a partilhar o que é dele. Se alguém quer partilhar alguma coisa, que o faça de livre iniciativa, não obrigado pelo estado ou seja por quem for.

O valves, aparentemente, só pensa assim dos seus próprios bens, não dos dos outros, ou não teria reagido como o fez.
 
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por valves » 26/7/2004 13:34

Incognitus a questão prende -se com um preceito constitucional que diz que todos devem ter igual acesso á educação depois como cada um tira proveito dela se é para comprar porches ou ferraris se é para investir em bolsa se é para dar em obras de caridade isso é com cada qual ... Agora a nossa constituição diz claramente que deve haver igualdade no acesso á saúde e á educação e isso para mim é sagrado não é por alguem dizer o contrário ou fazer pouco desse preceito que me vai abdicar uma virgula das minhas convicções... Sabes Incognitus só se vive uma vez e para mim há que vivê -la em plenitude e o meu conceito de plenitude não se revê obrigatoriamente em comprar carros caros Joias ou etc para mim as pessoas são infinitamente mais importantes que isso e digo -te mais tenho 30 anos e já percebi que para as coisas realmente importantes na vida o dinheiro não basta pode ajudar mas não basta ...

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Re: Resposta a Incognitus

por Observador » 26/7/2004 13:29

valves Escreveu:Pelo respeito que lhe devo abstenho -me de lhe responder embora vontade não me falte ...

Penso que não lhe ofendi..aliás, acho que nem falei de si em termos pessoais (nem bom nem mau).

Mas se assim achou, peço desculpa
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por Incognitus » 26/7/2004 13:27

valves, devo depreender que achas aceitável obrigar os outros a algo, mas a mera sugestão de que te obriguem a ti revolta-te?

O que é meu é meu, o que é teu é nosso?
 
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Resposta a Incognitus

por valves » 26/7/2004 13:22

Pelo respeito que lhe devo abstenho -me de lhe responder embora vontade não me falte ...


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por Observador » 26/7/2004 13:18

Ficou giro o "escrevi escreveu" :mrgreen: :mrgreen:
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por Observador » 26/7/2004 13:16

valves Escreveu:(...)só o S,João de Brito deve ter investido centenas de milhares de contos em equipamentos didaticos e desportivos porque não obrigar esses colegios a partilharem esses equipamentos as crianças mais carenciadas dos bairros das redondezas

Porque aí, o S.João de Brito perdia grande parte da sua fonte de receita (não tenho dúvidas que muitos pais retiravam os seus filhos de lá), e desta forma, os "milhares" investidos, tornavam-se um "pesadelo" irrecuperável.

valves Escreveu:(...)por outro lado em matérias de despesas tais como automoveis de luxo porque não cortar nessas despesas de luxo e reverte -las inteiramente para a educação. Porque não cortar a sério nas despesas correntes do estado e revertê -las para a educação ???

Aí sim...por isso...

escrevi Escreveu:O que importa, isso sim, é que a qualidade do ensino público consiga dar o minimo (e este minimo tem de estar num padrão muito elevado) a todos.

Ou seja, a minha opinião é que o Privado não pode pagar pela ineficácia do Estado, nem o Estado pode obrigar o Privado a descer o seu nível e a comprometer o serviço que tem para oferecer, somente porque não consegue ser eficaz.

Neste caso (na Educação), o Privado está num nível muito acima do Público, devido ao nivel ridiculamente baixo do padrão educacional estatal. Cabe ao Estado aumentar o seu nível, e nem sequer precisa (nem pode) introduzir o luxo.
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por Incognitus » 26/7/2004 12:56

Oh valves, porque não obrigar-te a partilhar a tua casa e o teu carro enquanto o pessoal trabalha para comprar uns?

Compreendes? ehehe.
 
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por valves » 26/7/2004 12:53

Boas Observador por acaso em relação á questão da educação (uma vez que quanto ás outras matérias penso estarmos basicamente de acordo) eu acho que se poderia fazer um pouco mais do que está a ser feito :
para remediar
Vou dar -lhe um exemplo concreto :

Em Lisboa diz -se que os melhores colegios serão talvez o S, João de Brito e o Manuel Bernardes só o S,João de Brito deve ter investido centenas de milhares de contos em equipamentos didaticos e desportivos porque não obrigar esses colegios a partilharem esses equipamentos as crianças mais carenciadas dos bairros das redondezas enquanto o estado não investe em infraestruturas desportivas em pé de igualdade com as outras crianças é apenas uma sugestão por outro lado em matérias de despesas tais como automoveis de luxo porque não cortar nessas despesas de luxo e reverte -las inteiramente para a educação. Porque não cortar a sério nas despesas correntes do estado e revertê -las para a educação ??? etc etc. Olhe que em matéria de educação e de saúde sou bem radical porque considero absolutamente indispensaveis que saude e educação sejam dadas em pé de igualdade a todos os cidadãos em pé de igualdade e especialmente ás crianças

Um abraço

Vasco
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Re: Rendimento minimo Garantido e outras garantias Sociais

por Observador » 26/7/2004 12:39

valves Escreveu:Decidi abordar este tema descontextualizando -a de qualquer peso politico

Caro valves...isso é "quase" impossivel.

valves Escreveu:1 - Universalidade do acesso á educação em pé de igualdade de todas as crianças Portuguesas independentemente das suas condições socio economicas da sua raça etc.

Traduzindo isto por miudos considero inaceitavel no seculo XXI que filhos de pais com possibilidades economicas elevadas possam ter acesso a um ensino ( ou ocupação de tempos livres de caracter didatico e educacional ) em quantidade e qualidade substancialmente diferentes de crianças oriundas de familias pobres (...) portanto não deixo de me indignar quando as descrepancias entre colegios e escolas oficiais não param de aumentar

Isso vai acontecer sempre. Só não acontece na "teoria", por muita boa vontade que haja. É que, numa economia de mercado, qualquer pessoa pode abrir colégios, escolas, centros, com uma qualidade "estupidamente" maravilhosa que, só está ao nível de alguns, e o Estado não consegue alcançar o nível de excelência das mesmas.
O que importa, isso sim, é que a qualidade do ensino público consiga dar o minimo (e este minimo tem de estar num padrão muito elevado) a todos. Mas isso não acontece...e tem vindo a piorar...nessa materia, a culpa tem sido dos governos, praticamente desde o 25 de Abril, isto é, todos, independentemente dos partidos.

valves Escreveu:Sendo assim defendo apenas o programa de rendimento minimo garantido para quem não está manifestamente em condições de exercer qualquer profissão e nesse caso não deve ser dado apenas o rendimento minimo mas uma verdadeira pensão que permita as pessoas terem uma vida como se efectivamente estivessem a trabalhar. ou ainda para as pessoas que aufiram rendimentos do trabalho insuficientes para proverem condições dignas ( não minimas )ao seu agregado familiar.

Por muitas vezes, manifestei aqui posições com ligeira inclinação para a esquerda (embora goste de pensar que sou centrista). No entanto, neste assunto (e na questão do aborto também), não podia ser mais de direita.
Eu penso que o Rendimento Minimo Garantido é uma óptima ideia, mas não para ser aplicada em Portugal (país de latinos).
Eu sou dos Açores e julgo que a minha Região Autonoma é dos locais onde a percentagem de abragência do RMG é maior. E o que vejo é que este "rendimento" funciona como factor anti-produção. São muitos os casos em que as familias preferem ganhar esse rendimento, a terem um trabalho. Um exemplo, são as empregadas domésticas. Ganham o RMG e fazem limpeza para fora, abdicando de descontos para a Seg.Social, recebendo "por fora". É uma situação muito proveitosa para elas, havendo casos em que ganham muito mais do que alguns licenciados que conheço.

No entanto, concordo com o que você disse...mas ainda aplicava outra formula.
O Rendimento Minimo Garantido deveria ser atribuido, não em dinheiro, mas em géneros. Não sei bem como poderia ser feito isso (essa razão é uma das razões que me impedem de ser governante :wink: ), mas deveria ser distribuida vales (ou outra coisa assim) para compras em supermercados (bens essenciais), electricidade, água, etc. Assim, de certeza, que muitos daqueles que recebem hoje, desistiriam amanhã...
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por valves » 26/7/2004 11:52

Decidi abordar este tema descontextualizando -a de qualquer peso politico e portanto espero que não o interpretam dessa Forma.
Numa sociedade moderna e de mercado existem para mim 3 pilares fundamentais que sustentam a superioridade material e moral do nosso sistema de mercado versus outros sistemas já tentados ao longo da historia :

1 - Universalidade do acesso á educação em pé de igualdade de todas as crianças Portuguesas independentemente das suas condições socio economicas da sua raça etc.

Traduzindo isto por miudos considero inaceitavel no seculo XXI que filhos de pais com possibilidades economicas elevadas possam ter acesso a um ensino ( ou ocupação de tempos livres de caracter didatico e educacional ) em quantidade e qualidade substancialmente diferentes de crianças oriundas de familias pobres - considero isto uma conquista irreversivel de um estado democratico portanto não deixo de me indignar quando as descrepancias entre colegios e escolas oficiais não param de aumentar ( e se alguem duvidar posso dar exemplos )

2 - Todas as pessoas que desejem trabalhar devem ter automaticamente direito a um trabalho que as dignifique e lhes permita assegurar o sustento da sua familia em condições dignas e se possivel em prosperidade
3 - As pessoas são livres de escolher entre o gozo e o trabalho sem que no entanto o Estado se sinta na obrigação de subsidiar quem de livre vontade tenha escolhido o ocio ao trabalho

Sendo assim defendo apenas o programa de rendimento minimo garantido para quem não está manifestamente em condições de exercer qualquer profissão e nesse caso não deve ser dado apenas o rendimento minimo mas uma verdadeira pensão que permita as pessoas terem uma vida como se efectivamente estivessem a trabalhar. ou ainda para as pessoas que aufiram rendimentos do trabalho insuficientes para proverem condições dignas ( não minimas )ao seu agregado familiar.

Um abraço
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