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Caldeirão da Bolsa

Euro 2004 com impacto «marginal» na economia e inferior ao d

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Visitante » 23/6/2004 13:54

Já fizeram contas ao q o FCP vai encaixar este ano?!!!!!! :roll:
Visitante
 

por PIKAS » 23/6/2004 13:47

Há, em meu entender, aqui uma questão que é fulcral e que muito boa gente não entende.

Vamos procurar a resposta à seguinte pergunta: o que o Euro 2004, em termos económicos, tráz de benefícios à economia nacional?

Temos, óbviamente, que dividir o tempo em 3 períodos: antes, durante e depois.

Pois bem, antes, as empresas de construção civil, algumas ligadas a empresas internacionais do sector, beneficiaram e bem do betão aplicado neste euro. Tanto mais que a UEFA apenas exigia seis estádios e o governo socialista, para satisfazer as clientelas políticas e regionais, acabou por embarcar em 10 estádios. Grande parte da mão-de-obra que trabalhou nesses estádios era ucraniana, moldava, lituana, até cabo-verdiana.

Depois vem o durante, ou seja, o tempo que agora decorre. Quem ganha, em termos económicos? É óbvio que há por aí muita gente ligada às equipas, às federações, às empresas estrangeiras que quiseram obsequiar bons amigos ou clientes e esses são turistas que consomem e gastam bons euros. Depois, há os adeptos. Alguns, não muitos, estão hospedados em hóteis, almoçam e jantam em restaurantes, jogam golf, logo gastam. Alguns adeptos só dão trabalho à polícia porque logo pela manhã bebem 5 canecas ( 20 euros ) e está o dia feito porque a bebedeira não dá para mais. São mais ou menos os turistas de pé-descalço que bem conhecemos.

Logo, no durante, o Euro 2004 não é o El-dorado da economia. Sempre ajuda, mas não come a malfadada crise.

Agora, o mais importante, é o depois.

Se passarmos á europa e ao mundo uma imagem de país crescido, evoluido, com falhas mas a trabalhar para as colmatar, boa comida, país simpático, povo hospitaleiro, boa capacidade hoteleira, um tempo agradável,respeito pelo meio ambiente, profissionalismo que vai desde as forças de segurança até à hotelaria, preços justos, etç, etç, etç, mudaremos a imagem que muita gente têm deste país ( somos saloios, andamos de carroça, maltrapilhos, não há telefones nem auto-estradas... ) e aí, já a partir do próximo ano, vamos captar turismo que nos interessa, o tal que dorme em hotéis, almoça e janta em restaurantes, aluga carros para visitar os locais que mais lhe interessa...

Parece é que no Algarve ( uma vez mais o algarve ) isto não foi entendido e resolveram aumentar no imediato os preços em cerca de 40%. Vai daí, os visitantes estão na Isla Cristina e arredores, ao preço justo, enquanto o Algarve diz que está 50% da capacidade hoteleira. Vêm ver os jogos a Portugal e depois vão para lá. No futuro ficarão lá, porque certamente acharão o algarve muito caro. Tudo o resto não me desagrada.
PIKAS
 

Euro 2004 com impacto «marginal» na economia e inferior ao d

por TRSM » 23/6/2004 12:18

Euro 2004 com impacto «marginal» na economia e inferior ao da Expo 98
A realização do Euro 2004 vai ter um impacto «marginal» na economia portuguesa e inferior ao da Expo 98. A conclusão é de um estudo efectuado pela Direcção Geral de Estudos e Previsão do Ministério das Finanças, que estima um contributo de apenas 0,08 pontos percentuais para o PIB português com o acréscimo no sector do turismo.

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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt


A realização do Euro 2004 vai ter um impacto «marginal» na economia portuguesa e inferior ao da Expo 98. A conclusão é de um estudo efectuado pela Direcção Geral de Estudos e Previsão do Ministério das Finanças, que estima um contributo de apenas 0,08 pontos percentuais para o PIB português com o acréscimo no sector do turismo.

Num estudo denominado «O Euro 2004 – Influência na Economia Portuguesa», que acompanha a Nota Mensal de Conjuntura de Junho da DGEP, a instituição afirma que «o investimento e as exportações de turismo deverão ser as variáveis macroeconómicas mais influenciadas pela realização do Euro 2004, esperando-se também um efeito benéfico na criação de emprego».

No entanto a DGEP concluiu que «o Euro 2004 deverá suscitar um efeito positivo na actividade económica portuguesa do ano corrente, ainda que marginal e inferior ao impacto estimado da Expo 98».

A DGEP refere que o estudo foi baseado em dados e estimativas disponíveis e estabelece termos de comparação com edições anteriores do campeonato europeu da UEFA e com a experiência decorrida da Expo 98.

Na área do investimento, a maior parte do efeito do Euro 2004 foi já sentido nos três últimos anos, devido à construção dos 10 estádios ter ficado concluída no fim de 2003. Entre 2001 e 2003 o investimento terá ascendido a 806,8 milhões de euros, o que representa 1% da Formação Bruta de Capital Fixo total e 2% da FBCF no sector da construção dos últimos três anos.

Na Expo 98 o investimento associado ao evento foi de 1,49 mil milhões de euros, durante quatro anos (1994 a 1998), o que representou 1,4% da FBCF. A DGEP lembra que «a realização da Expo 98 coincidiu com um período caracterizado por um forte dinamismo da actividade económica portuguesa, atenuando, desse modo, o impacto relativo daquele evento».

Os organismos internacionais estimam que o PIB nacional cresça 0,8% este ano, depois da contração de 1,3% do ano passado.


Receitas com turismo podem atingir 112 milhões de euros
A entrada e a estadia de estrangeiros em Portugal associadas ao Euro 2004 terá como consequência directa um acréscimo adicional de receitas turísticas, constituídas, essencialmente, por despesas em alojamento e restauração e incluindo a parte que caberá ao país organizador das obtidas com a venda de bilhetes estrangeiros, diz a DGEP.

No caso do último Campeonato da Europa, realizado na Bélgica e na Holanda, os países organizadores não registaram uma aceleração das suas receitas de turismo, pelo que a DGEP afirma que o «impacto líquido daqueles eventos desportivos pode ser apenas marginal».

No caso do Euro 2004 a DGEP diz que as receitas de turismo relacionadas com o evento devem ascender a 112 milhões de euros, o que representa 22,4% do crédito da rubrica Viagens e Turismo da Balança Corrente registado em Junho de 2003. A mesma fonte alerta que «importa relembrar que o efeito líquido nas receitas turísticas dependerá do comportamento dos turistas ‘tradicionais’ face ao evento desportivo».

Na Expo 98 as receitas totais do turismo aumentaram 12,4% e 25,6% no 2º e 3º

trimestres de 1998, respectivamente, melhorando face aos aumentos de 8% e 11,6% registados nos mesmos trimestres do ano anterior.

Já o contributo do Euro 2004 para o crescimento das exportações de turismo, em volume, deverá ser inferior ao da Expo 98, estimando-se em 2,5 pontos percentuais., mas terá um peso relativo mais significativo, uma vez que a estimativa preliminar para o contributo do turismo tradicional em 2004 sugere uma quebra de 0,7%.

Tendo em conta apenas as exportações de turismo, a DGEP concluiu que a Expo 98 terá contribuído com 0,3 pontos percentuais para o crescimento do PIB real em 1998, enquanto o contributo do Euro 2004 para o PIB deste ano deverá ficar nos 0,08 pontos percentuais.

Esta previsão tem em conta as estimativas mais conservadoras de 350 espectadores estrangeiros para o evento. Se este número ascender a 500 mil, como apontam algumas previsões, o impacto do Euro 2004 poderá ascender a 0,12 pontos percentuais.

A organização do campeonato da Europa de Futebol terá também impacto nos preços ao consumidor, sobretudo nos serviços de refeições e alojamento.

No último campeonato da Europa este efeito não se verificou, mas em 1998, devido à Expo, os preços dos alojamentos aumentaram em média 12%, contra as subidas de 3 2 5% dos anos anteriores.

A DGEP afirma que a explicação para a inversão de tendência da descida da inflação nos últimos meses pode ser imputada ao euro 2004, citando o facto de em Maio, em termos homólogos, os preços dos serviços de alojamento terem aumentado 4,5%.
 
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