JN Escreveu:1-O S&P500 é o indice de referncia mundial? o que isso quer dizer? devemos por exemplo esperar por um sinal no SP para tomar uma posição no mercado? mas quem e porquê?
Em primeiro lugar pela abrangência e diversidade que representa. Em segundo lugar pela estabilidade e pela fidelidade com que em minha opinião representa a real tendência do mercado. Tal como referes no ponto a seguir, o Nasdaq exagera. O S&P não exagera...
É por isso que o considero a grande referência.
JN Escreveu:2-De certo já reparaste que o NQ antecipa sempre os movimentos do SP e axagera-os nos seus limites.
Sim, claro que sim. É uma das suas particularidades. É um índice mais excêntrico.
JN Escreveu:Por esse motivo ele raramente lateraliza, quando o SP o faz o NQ tem sempre uma inclinação, corrigindo o excesso que fez.
Pois. O que considero um enorme defeito do Nasdaq Composite. A lateralização é um estado natural (e importante) dos mercados. E a generalidade dos índices reflecte lateralizações bem evidentes.
JN Escreveu:Isso deve-se a que? nesse caso não será mais lógico ler as entradas no NQ e as saídas no SP? (deamsiado fácil).
A questão é que não estou plenamente convencido que uma entrada (antecipada) no Nasdaq Composite seja totalmente de fiar. Aliás, o NQ começou por descrever um canal e uma LTd mais inclinada que, com o tempo e o prolongamento da lateralização
no resto do mercado acabou por quebrar em alta. O mesmo poderá acontecer à actual.
Para mim, mais importante que a LTd será a realização de novos máximos em todos os índices (é bastante provável que apesar de arrancar primeiro o NQ acabe por fazer máximos mais ou menos na mesma altura do S&P e outros índices).
De qq das formas, em termos de investimento de médio/longo-prazo (e é disso que se fala neste artigo), a diferença não é relevante. Não há necessidade de se agir tão rapidamente quanto isso e muito menos de tentar antecipar. O timing perde relevo num investimento de médio/longo-prazo.
JN Escreveu:3-Não achas dificil ou mesmo impossivel fazer uma analise de mercado sem referir a quem é que ela se aplica?
Mas eu penso que isso já está implícito quer por referir que se trata de uma análise de longo-prazo quer por outras intervenções minhas no Forum. Julgo que não é necessário estar a explica-lo sempre detalhadamente senão torna-se maçador e repetitivo. Está implícito.
Como a regra é falar do médio-prazo, o que costuma fazer é salientar quando estou a falar do curto ou muito-curto prazo. Se não disser nada é porque estou a falar no médio-prazo...
JN Escreveu: A maior parte dos leitores neste forum devem de procurara negociar swings, certo? então aquela análise deve ser bem diferente.
Sim, sem dúvida. Mas há muito que deixei de considerar o swing trader como o tipo de investimento mais interessante. Na minha opinião, o position trading é uma forma mais elevada de trading permitindo um nível de consistência e segurança maior.
Coloca menos problemas ao trader quer em termos de gestão do risco quer em termos de timing e de leitura do mercado (a título de exemplo, as swings passam a ser objecto de leitura e não objecto de trading em si... enquanto o swing trader negoceia as swings o position trader usa as swings para fazer a sua leitura do mercado acabando muitas vezes por usar uma swing para fechar um longo que um swing trader acha interessantíssima para abrir um longo). Acontece que o position trader não negoceia as swings pelo que não é esse movimento que conta para ele...
A maior dificuldade do position trading é o próprio trader pois requer algumas características que são algo raras nos investidores (a paciência é uma dessas características que é essencial para um position trader). A maior parte dos investidores procura mais acção, mas actividade e pretende obter resultados mais rapidamente.
A realidade é que não é necessariamente essa a forma com que se obtém, a prazo, os melhores resultados.
JN Escreveu:A duvida a esclarecer é como actuar? ficar à espera do que? qual o sinal e donde vem?
Basicamente, novos máximos seríam para mim os grandes sinais e posteriormente um mínimo relativo claramente mais elevado sería a confirmação (ou mesmo uma consolidação quebrada em alta).
JN Escreveu:Muitos ficaram a espera de sinais desde o ultimo fundo e continuam sem saber se esta é a correcçao para entrar a comprar.
Eu considero que as situações não são comparáveis. Já falei dessa questão por mais do que uma vez: o que me fez ficar longo e optimista «lá em baixo» foi o que na altura considerei uma capitulação do mercado... a raiar o pânico.
Hoje vive-se quase no polo oposto com o mercado numa indefinição arrasadora. Estamos muito, mas muito longe de um extremo emocional.
Essa é aliás uma das razões que me levam a acreditar que esta lateralização é apenas um marcar passo do mercado, uma forma deste descansar após uma fase mais eufórica. Claro que posso estar enganado e o mercado voltar ao «duro Bear Market». Mas não é o cenário que, empiricamente, consigo imaginar mais facilmente nesta altura. Estou receptivo se o mercado me der sinais nesse sentido. Mas é para mim uma hipótese mais remota...
JN Escreveu: Pelos vistos vão ficar a espera e quando se decidirem logo vai parecer já ser demasido tarde e volta-se ao mesmo, já não entrei, já não entro...
Bem, é assim: em primeiro lugar e como já disse, eu tenho posições abertas. Quando eu digo «não mexer» é mesmo «não mexer». Não fazer nada não significa estar 100% líquido.
Assim, se o mercado voltar às subidas o que se passa é que voltarei à actividade e numa primeira fase reforçarei as posições que detenho (se o mercado me surpreender e acabar por cair não só não reforçarei como tenderei a aliviar mais as posições que detenho).
JN Escreveu:A questão resume-se a isto, Afinal como devo actuar no mercado para conseguir pelo menos chegar ao fim do ano e poder dizer, consegui bater o mercado, ganhei/perdi mais/menos do que a maioria.
Tentar dizer isso num post é demasiado ambicioso.
A questão essencial nos mercados é que não há uma formula simples que se apresente como garantidamente ganhadora: o Santo Graal do trading não existe!
No entanto, bater o mercado não é tão difícil quanto isso, na minha opinião. A questão é que quase todos acabam por tentar o caminho mais turtuoso e impor a si próprios fasquias demasiado elevadas.
Para bater o mercado é necessário conseguir analisa-lo correctamente (seja pela AT seja por outro método de análise), saber gerir o risco e o capital.
Uma das máximas que mais defendo é esta: é pior ganhar uma perda do que perder um ganho.
A grande maioria dos traders, principalmente os mais activos, ficam preocupadíssimos em perder ganhos e com isso acabam acumulando perdas.
Os grandes movimentos dos mercados demoram muito tempo a preparar-se e muito tempo a desenvolver-se.
Em 2003 tivemos um excelente ano para um position trading e para bater o mercado bastava escolher alguns dos «cavalos mais pujantes» (o que na minha óptica não é tão difícil quanto isso). A questão é que o mercado não se comporta sempre como em 2003 e portanto, há alturas que nem nos mais pujantes vale a pena mexer. Esta é a parte mais difícil. Esperar pacientemente, não fazer nada e aguardar por que as condições voltem a ser favoráveis...
JN Escreveu:Muitos chegam ao fim do ano e dizem; em vez de andar a tentar aprender com os gurus da AT, teria sido mais rentável e menos trabalhoso investir no tal fundo que o meu gerente de conta me aconselhou!
O problema se calhar é mesmo esse. Andam a tentar aprender com os Gurus (imitando-os).
Para termos sucesso no mercado... temos de ser os nossos próprios Gurus.
Não há outra forma de vencer nos mercados no longo-prazo!
Um abraço.