Banco de Portugal alerta
Portugueses continuam pedir mais empréstimos para habitação e consumo
O crédito a particulares aumentou10,1% em Abril, uma taxa de crescimento que o Banco de Portugal considera elevada. O crédito concedido para aquisição de habitação e para o consumo mantiveram o ritmo de crescimento, com os portugueses a aproveitarem a descida das taxas de juro.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
O crédito a particulares aumentou10,1% em Abril, uma taxa de crescimento que o Banco de Portugal considera elevada. O crédito concedido para aquisição de habitação e para o consumo mantiveram o ritmo de crescimento, com os portugueses a aproveitarem a descida das taxas de juro.
Nos indicadores de Conjuntura de Maio deste ano o Banco de Portugal diz que ao contrário do crédito ao sector privado não financeiro, «os empréstimos a particulares continuaram a apresentar uma taxa de crescimento elevada, de 10,1%, após 9,9% em Março».
O banco central português explica que «esta evolução foi determinada, principalmente, pelo crédito bancário concedido para aquisição de habitação, cuja taxa de variação anual foi de 12%, em Abril, 0,2 pontos percentuais acima do valor do mês anterior.
O crédito à habitação tinha crescido 11,8% em Março e 11,6% em Fevereiro, apesar da situação de fraca actividade económica que se vice em Portugal.
A instituição liderada por Vitor Constâncio já tinha alertado, o mês passado, que o crédito aos particulares estava a aumentar a taxas elevadas em Março, situação que acabou por se agravar no mês posterior.
Em Abril o crédito para consumo e outros fins manteve o ritmo de crescimento do mês precedente, com uma subida de 3,3%.
A explicar esta situação de os portugueses continuarem a pedir mais empréstimos à banca estará o facto de as taxas de juro continuarem a baixar, apesar de as perspectivas apontarem agora para uma subida na taxa de referência do Banco Central Europeu e a Euribor estar em trajectória ascendente.
Segundo o Banco de Portugal a taxa de juro média sobre os saldos de operações bancárias diminuiu em todos os segmentos de actividade.
No caso dos empréstimos a taxa de juro média era no final de Abril 7 pontos base inferior ao valor de Março quer no segmento relativo a sociedades não financeiras quer no de empréstimos a particulares destinados a outras finalidades que não aquisição de habitação.
No caso do crédito à habitação, a taxa sobre saldos reduziu-se 3 pontos base face ao final de Março. Também a taxa média sobre saldos de depósitos a prazo era, no final de Abril, 3 pontos base inferior à do mês anterior, de acordo com o Banco de Portugal.