
Uma vez mais peço desculpa pelo facto de há longo tempo ser caldeireiro e, agora, relativamente a este assunto em concreto, não me identificar. Acho melhor.
O aldeão global coloca a questão que está no cerne de tudo isto. É simples: os profissionais de banca dos casinos perante a lei são empregados por conta própria ou empregados por conta de outrém? é óbvio que são empregados por conta de outrém ( empresas Estoril-Sol, Solverde, Figueira-Praia, Varzim-Sol e ITI - Investimentos turísticos da Madeira, cujos patrões são Stanley Ho, Américo Amorim, Violas e Dionísio Pestana e cujas empresas concessionárias dos casinos estão em grande parte cotadas em bolsa ).
Agora, se são empregados por conta de outrém, naturalmente têm que descontar sobre as verbas recebidas ( ordenados + gratificações ) para IRS e para a segurança social. A admitir que são empregados por conta própria ou empresários em nome individual ( o que não são já que têm um vínculo com uma entidade patronal )naturalmente têm que pagar IRC, usufruir das deduções possíveis, e suportar o encargo com a segurança social.
É este vazio que impera. O estado, os tribunais e todos os juristas mais conceituados dizem que os trabalhadores não são profissionais liberais nem empresários por conta própria. Ponto final, aqui não se mexe, assunto arrumado. Então, por exclusão de partes, são empregados por conta de outrém. Só que o governo, as finanças e a segurança social dizem que nem pensar nisso ( naturalmente que por detrás disso está a Associação das empresas concessionárias dos casinos e o peso dos patrões porque, apesar de pagarem salários ridiculos não querem pagar a componente patronal para a segurança social ).
Perante isto, o ministério das finanças discrima dizendo que há dezenas de profissões que recebem gorgetas mas os empregados dos casinos passam a declarar para efeitos de IRS as gratificações auferidas. Se os trabalhadores não declararem o estado, via inspecção geral de jogos, fa-lo-á. Têm a faca e o queijo na mão e a formiga só têm que comer e calar.
Daí que este Armando Magalhães, como todos os outros, estão embrulhados com as finanças. Não declarou as gorgetas, pelas razões que nos assistem e que já expus, mas o estado ( IGJ ) informou as finanças dos valores ao cêntimo. Foi intimado a pagar, não pagou. Vamos à penhora. Recorre aos tribunais, não interessa. Se lhe fôr dada razão, quando fôr daqui a alguns anos, logo se resolverá a devolução.
Eu também recorri, como quase todos os profissionais, ao tribunal administrativo e fiscal. Só que na minha área geográfica estes tribunais recentemente criados para desbloquear processos e competentes nesta matéria estão agora a distribuir os processos entrados em 1996, quando o meu processo entrou no início de 2004. Segundo a informação que obtive na reunião que tive com o chefe da secretaria do tribunal, se nada se alterar na justiça portuguesa, o meu processo será distribuido a um juíz entre 2008 e 2010 para julgamento em 1ª instância. Depois haverá recursos.
LR: É ridículo aproximadamente receber mensalmente ( 1.000+700, mais ou menos ) e em caso de doença grave, acidente, etç ter que recorrer a listas expostas no local de trabalho a solicitar aos colegas que autorizem que o incapacitado continue a beneficiar das gorgetas, porque por despacho do secretário de estado para além de 180 dias de baixa em cada três anos as gratificações são cortadas. E isto é escrupulosamente cumprido porque as gratificações não são enviadas para a conta de cada trabalhador sem o assinatura do estado, via inspecção geral de jogos. Já vi no casino onde trabalho homens cancerosos, a poucas semanas da morte, a trabalharem. E nesse mesmo casino, hoje, há 3 colegas que apenas recebem gorgetas porque foram afixadas listas e a esmagadora maioria autoriza que lhe seja desconta uma parte para esses colegas com doenças prolongadas.
O que eu quis destacar neste último post foi a baixeza de quem nos governa a ponto de se recusar receber trabalhadores para discutir problemas que são sérios. Faz-se uma peixeirada no terreiro do paço e as portas abrem-se, marcam-se datas para reuniões e mostra-se vontade de discutir isto.
Nunca pensei que isto fosse assim no meu País.
O aldeão global coloca a questão que está no cerne de tudo isto. É simples: os profissionais de banca dos casinos perante a lei são empregados por conta própria ou empregados por conta de outrém? é óbvio que são empregados por conta de outrém ( empresas Estoril-Sol, Solverde, Figueira-Praia, Varzim-Sol e ITI - Investimentos turísticos da Madeira, cujos patrões são Stanley Ho, Américo Amorim, Violas e Dionísio Pestana e cujas empresas concessionárias dos casinos estão em grande parte cotadas em bolsa ).
Agora, se são empregados por conta de outrém, naturalmente têm que descontar sobre as verbas recebidas ( ordenados + gratificações ) para IRS e para a segurança social. A admitir que são empregados por conta própria ou empresários em nome individual ( o que não são já que têm um vínculo com uma entidade patronal )naturalmente têm que pagar IRC, usufruir das deduções possíveis, e suportar o encargo com a segurança social.
É este vazio que impera. O estado, os tribunais e todos os juristas mais conceituados dizem que os trabalhadores não são profissionais liberais nem empresários por conta própria. Ponto final, aqui não se mexe, assunto arrumado. Então, por exclusão de partes, são empregados por conta de outrém. Só que o governo, as finanças e a segurança social dizem que nem pensar nisso ( naturalmente que por detrás disso está a Associação das empresas concessionárias dos casinos e o peso dos patrões porque, apesar de pagarem salários ridiculos não querem pagar a componente patronal para a segurança social ).
Perante isto, o ministério das finanças discrima dizendo que há dezenas de profissões que recebem gorgetas mas os empregados dos casinos passam a declarar para efeitos de IRS as gratificações auferidas. Se os trabalhadores não declararem o estado, via inspecção geral de jogos, fa-lo-á. Têm a faca e o queijo na mão e a formiga só têm que comer e calar.
Daí que este Armando Magalhães, como todos os outros, estão embrulhados com as finanças. Não declarou as gorgetas, pelas razões que nos assistem e que já expus, mas o estado ( IGJ ) informou as finanças dos valores ao cêntimo. Foi intimado a pagar, não pagou. Vamos à penhora. Recorre aos tribunais, não interessa. Se lhe fôr dada razão, quando fôr daqui a alguns anos, logo se resolverá a devolução.
Eu também recorri, como quase todos os profissionais, ao tribunal administrativo e fiscal. Só que na minha área geográfica estes tribunais recentemente criados para desbloquear processos e competentes nesta matéria estão agora a distribuir os processos entrados em 1996, quando o meu processo entrou no início de 2004. Segundo a informação que obtive na reunião que tive com o chefe da secretaria do tribunal, se nada se alterar na justiça portuguesa, o meu processo será distribuido a um juíz entre 2008 e 2010 para julgamento em 1ª instância. Depois haverá recursos.
LR: É ridículo aproximadamente receber mensalmente ( 1.000+700, mais ou menos ) e em caso de doença grave, acidente, etç ter que recorrer a listas expostas no local de trabalho a solicitar aos colegas que autorizem que o incapacitado continue a beneficiar das gorgetas, porque por despacho do secretário de estado para além de 180 dias de baixa em cada três anos as gratificações são cortadas. E isto é escrupulosamente cumprido porque as gratificações não são enviadas para a conta de cada trabalhador sem o assinatura do estado, via inspecção geral de jogos. Já vi no casino onde trabalho homens cancerosos, a poucas semanas da morte, a trabalharem. E nesse mesmo casino, hoje, há 3 colegas que apenas recebem gorgetas porque foram afixadas listas e a esmagadora maioria autoriza que lhe seja desconta uma parte para esses colegas com doenças prolongadas.
O que eu quis destacar neste último post foi a baixeza de quem nos governa a ponto de se recusar receber trabalhadores para discutir problemas que são sérios. Faz-se uma peixeirada no terreiro do paço e as portas abrem-se, marcam-se datas para reuniões e mostra-se vontade de discutir isto.
Nunca pensei que isto fosse assim no meu País.