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Caldeirão da Bolsa

Inquéritos On-line: Resultados (Parte 1)

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

comentário

por jotabil » 18/5/2004 0:49

Agora existe a moda do "olimpianismo".....para se colocarem no modo de análise...ao trabalho sincero dos outros.
Mas de qq modo...acho demasiado pormenorizado
face à dimensão do problema, o trabalho apresentado.
As coisas devem ser mais simples.
As conclusões sempre muito modestas e pouco numerososas e facilmente lidas em gráficos entendíveis, evidentes e que ressaltem nas variações significantes. E as cores ...tantas...parece um arco iris...e depois as legendas com uns quadrinhos muito pequenos.

seja como for...sou apenas um interessado no assunto e depois cansei-me....deviam ser mais simples....e a simplicidade só se alcança quando dominamos totalmente o problema de modo a explica-lo na sua essência.... que como tal...deve ser simples.


cumps.
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
Sun Tzu
 
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Ming

por Viana » 17/5/2004 23:49

Nao concordo contigo quanto ao profissionais nao terem necessidade que as corretoras prestem informacao.

Na verdade os profissionais que trabalham a serio com uma boa corretora delegam nesta a busca de informacao atraves dos varios departamentos.

E dificil para um trader profissional que invista com base em informacao fundamental e newsflow, por muito bom que seja, reunir toda a informacao e analisar em tempo oportuno por isso, esses traders, aproveitam o trabalho feito pelo departamento de research da corretora, normalmente separado por sectores. Evidentemente estamos aqui a falar de uma corretora a serio e nao de uma corretora que apenas presta servico de intermediacao financeira.
Viana
 

por Ming » 16/5/2004 20:09

OK.

Como compreenderam, eu não tinha qualquer intenção de atacar o vosso trabalho, que acho interessante e válido (dentro da tal limitação do número de respostas... :wink: ), mas apenas de discutir alguns pontos em particular.

Continuo convencido que houve uma inversão das conclusões que seria legitimo tirar, no que diz respeito a essa dualidade entre "profissionais" e "interessados", mas reconheço que tambem pode haver alguns argumentos (como os agora aquí referidos) para defender as opiniões/classificações apresentadas no estudo.

Parabens pelo trabalho.
Earthlings? Bah!
 
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por BrunoV » 16/5/2004 18:46

Boa tarde a todos!

Antes de mais obrigado a todos pelos vossos comentários e MP's.

Como o Caldeirão sempre se apresentou como um local onde se podem debater com grande fair play diferentes pontos de vista desde que devidamente justificados (o que é muito saudável e louvável neste Mundo cada vez mais agressivo).
Por este motivo, vou tentar explicar o porquê de termos dito aquilo que dissemos e tentar justificar as nossas posições aqui discutidas.

Ming Escreveu:Ora:
Então acham que os investidores mais "profissionais" são os que precisam que as suas corretoras apresentem notícias sobre as empresas?
Qual é a corretora portuguesa que faz isso? O que algumas apresentam (topo o AB7 ou a LJC) são newsfeeds que correspondem a resumos do que aparece em sites como o Canal de Negócios ou a Agência Financeira... As outras nem isso...
Ora os investidores mais profissionais são precisamente os que dispensam esses serviços irrelevantes e de má qualidade, e que são capazes de consultar directamente esses (e outros) sites de notícias, e a CMVM, e eventualmente tem até acesso a terminais de notícias como a Reuters...
São precisamente os investidores que não passam de meros curiosos os que precisam dos sumários noticiosos que vão aparecendo nas corretoras... (Ou passa pela cabeça de alguem que é com esse tipo de informações que se consegue estudar a sério uma empresa?

Certamente que não é com as informações transmitidas pelas corretoras que se pode "estudar a sério uma empresa" e que tal só pode ser feito com informações mais detalhadas (por exemplo Relatórios de Contas, Earnings Call Reports, etc...) e com os conhecimentos sobre a empresa e o seu funcionamento que se vão adquirindo ao longo dos tempos. Pelo menos de acordo com a opinião dos fundamentalistas (e utilizo aqui a palavra sem quaisquer segundas intenções, sem qualquer sentido apreciativo ou pejorativo e sem qualquer juízo de valor implícito).
O que se passa é que, pelo menos pelo que nos apercebemos aqui no Caldeirão, muitos investidores prestam mais atenção a linhas de tendência, indicadores técnicos e suportes e resistências, do que propriamente com as expectativas de crescimento de longo prazo de uma empresa, aos seus rácios de solvabilidade e/ou endividamento, e muito menos serão os que tentam fazer essa avaliação com base nos Free Cash Flows.
O que estou a tentar dizer com isto tudo é que há pessoas que irão comprar se os resultados forem superiores ao esperado e outras irão comprar se o indicador X cruzar com o indicador Y. Como parece obvio, as informações exigidas por cada tipo de cliente são diferentes e alguns poder-se-ão contentar com a má (:?:) informação fornecida pelas corretoras.


Ming Escreveu:Outra questão semelhante é a ligada à maior necessidade de "alertas" (por e-mail) dos ditos "profissionais":
Quem é que precisa disso?
Os que passam o dia em frente do ecran a acompanhar os mercados, ou os que estão ocupados com as suas (outras) profissões?

Se caracterizarmos os profissionais como aqueles que acompanham o mercado ao minuto, pensamos que para estes pode ser interessante a emissão de alertas, por e-mail e principalmente por SMS (que pensamos ainda não estarem disponíveis) à semelhança dos alertas que é possível configurar na BetOnMarkets.com (aliás foi aí que nos inspiramos para colocar essa questão), nos casos em que precisamente se tenham que afastar do computador, nem que seja numa pausa para tomar uma refeição ou ir à rua passear o cão... ;)
Já os outros, que interesse podem ter em receber esse tipo de informações, já que como foi dito "estão ocupados com as suas (outras) profissões", e podem nem sequer ter por perto um computador com que possam aceder às suas corretoras (e não estarem interessados em negociar por telefone já que isso implica maiores custos de transacção).


Ming Escreveu:Outras:
Então os profissionais é que precisam de "existência de simulações de ordens e carteira virtual"? Ou serão os que estão numa fase inicial de aprendizagem que precisam disso?

Concordamos quando diz que serão à partida os "principiantes" (para manter a terminologia usada) que mais utilizarão estas contas virtuais (embora os realmente principiantes possam nem uma conta destas ter), no entanto pensamos que também concordará connosco que os profissionais, principalmente aqueles que utilizem sistemas "automáticos" de emissão de sinais de compra e venda, necessitam forçosamente de testar os referidos sistemas antes de os poderem aplicar na prática.
Pois bem, o nosso ponto é que não será muito recomendável testar esse sistema no mercado "a sério" (parece-nos que os riscos de o fazer são óbvios) e que nestas circunstâncias uma conta virtual (onde um erro do programa(dor) não é dramático) pode ser de extrema utilidade.
É certo que há pacotes de software (por exemplo o Enhanced System Tester do MetaStock) que permitem fazer testes/simulações em computador utilizando os dados históricos, no entanto a existência da referida carteira pode ainda assim ser benéfica, por exemplo para se ter melhor ideia acerca da composição da carteira em dados momentos, já que quando se corre uma simulação como a que referi acima, ainda que esta seja feita para várias acções em simultâneo, os resultados são apresentados individualmente (ou pelo menos os meus conhecimentos do Meta ainda não permitem que eu os veja de outra maneira :(). Esta visão global pode ser vantajosa se por exemplo se utilizar alguma regra de MM que imponha a que não se invista mais que uma dada percentagem da carteira num dado momento no sector X ou Y (embora isso à partida também possa ser de alguma forma programado).

Ming Escreveu:Enfim, sugiro que revejam esse tipo de opiniões (não se podem realmente chamar de "conclusões", pois não?), ou (pelo menos) que simplesmente retirem essas opiniões do texto que descreve o vosso estudo....


Quanto à possibilidade de alterar as nossas "opiniões", isso não se nos afigura possível, pois:
    :arrow: O trabalho final já foi entregue ao professor da cadeira;
    :arrow: O post aqui colocado não pode ser editado;
    :arrow: Também temos os nossos argumentos a favor do que escrevemos, e como também já temos aqui colocados outros, os leitores podem sempre escolher qual a versão que preferem.



Antes de terminar, gostaria apenas de referir uma frase de um professor da cadeira de Estatística Multivariada, que dizia a propósito da análise de Clusters que esta "está muito dependente da sensibilidade do analista", ou seja, perante o mesmo output, duas pessoas diferentes poderão ter interpretações diferentes, sem que uma delas esteja forçosamente correcta e a outra errada. Afinal a realidade é demasiado complicada para ser inteiramente explicada por modelos, por mais sofisticados que estes sejam.
A verdade é que o simples facto de se utilizarem diferentes métodos de cálculo ou diferentes variáveis pode influenciar grandemente os resultado finais. Posso dizer a título de curiosidade, que no nosso primeiro output o único factor relevante para o agrupamento em Clusters era o número de corretoras utilizado pelo respondente (1, 2 ou 3), o que não era exactamente o que nos interessava para segmentação.
Além disso, é obvio que um estudo baseado em apenas 34 respostas totalmente preenchidas, não pode nunca ter a mesma fiabilidade que um estudo realizado por uma empresa de sondagens/estudos de mercado, com centenas de respostas...

Um abraço,
BrunoV
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por Ming » 15/5/2004 19:04

Bom, creio que a minha faceta de professor universitário me leva a responder:

É bastante interessante verificar que a falta de conhecimentos dos autores do estudo (e a não aplicação do método científico, antes uma vontade simplista de despachar conclusões, tirando-as da cartola...) faz com que tirem algumas conclusões completamente inversas em relação ao que seria razoável.

Vou apenas dar um exemplo:
a distinção que establecem entre os investidores "profissionais" e os "interessados"...

Dizem:
Profissionais
São os clientes que mais valorizam o total dos atributos (média total de 4.34). Para além disto valorizam todos os atributos de uma forma consistente, pois as valorizações estão situadas no intervalo 3.85 – 4.92.
Os atributos que mais valorizam são a disponibilização de notícias e informações relativas às empresas, a disponibilização do streaming de cotações, a existência de simulações de ordens e de uma carteira virtual, possibilidade de short-selling e rapidez, facilidade e disponibilidade de acesso.
Pode-se então concluir que os indivíduos deste cluster acompanham muito o mercado, procuram bastante informação sobre as empresas de forma a encontrarem as melhores, têm um conhecimento profundo dos mercados e dos instrumentos, como é possível verificar na indispensável possibilidade de short-selling e têm como objectivo investir da forma mais eficiente possível.

Informados
O segundo cluster valoriza bastante os atributos do serviço de corretagem financeira (média de 4.34). No entanto, ao contrário dos Profissionais, as várias valorizações não seguem uma tendência tão constante. As variáveis R1, R2, R3, R4, R5, R6,R7, R10 e R12 são muito semelhantes entre os dois clusters, revelando assim que muitas das características dos Profissionais são comuns com as dos Informados.
Mas as variáveis emissão de alertas, existência de simulações de ordens e carteira virtual e possibilidade de short-selling, têm valores muito diferentes (e baixos) para os Informados. Esta falta de “interesse” por estes atributos pode demonstrar que apesar de conhecerem o mercado, de procurarem informação, de possivelmente investirem regularmente, não são considerados especialistas, necessitando da ajuda dos gestores de conta ou de ajuda financeira especializada por parte das sociedades de corretagem. Em relação aos Profissionais dão ainda mais importância à capacidade e rapidez na resposta a dúvidas e problemas pós-registo, à criação de um perfil pessoal de investidor e às cotações baixas.
Assim, os Informados são indivíduos que apesar de conhecerem bem os mercados, não podem ser considerados como especialistas e que assim precisam de aconselhamento financeiro para a tomada das suas decisões de investimento. Não devem realizar day-trading, uma vez que não se interessam por alertas, simulações de ordens de compra e venda e da existência de short-selling.


Ora:
Então acham que os investidores mais "profissionais" são os que precisam que as suas corretoras apresentem notícias sobre as empresas?
Quall é a corretora portuguesa que faz isso? O que algumas apresentam (topo o AB7 ou a LJC) são newsfeeds que correspondem a resumos do que aparece em sites como o Canal de Negócios ou a Agência Financeira... As outras nem isso...
Ora os investidores mais profissionais são precisamente os que dispensam esses serviços irrelevantes e de má qualidade, e que são capazes de consultar directamente esses (e outros) sites de notícias, e a CMVM, e eventualmente tem até acesso a terminais de notícias como a Reuters...
São precisamente os investidores que não passam de meros curiosos os que precisam dos sumários noticiosos que vão aparecendo nas corretoras... (Ou passa pela cabeça de alguem que é com esse tipo de informações que se consegue estudar a sério uma empresa?

Outra questão semelhante é a ligada à maior necessidade de "alertas" (por e-mail) dos ditos "profissionais":
Quem é que precisa disso?
Os que passam o dia em frente do ecran a acompanhar os mercados, ou os que estão ocupados com as suas (outras) profissões?

Outras:
Então os profissionais é que precisam de "existência de simulações de ordens e carteira virtual"? Ou serão os que estão numa fase inicial de aprendizagem que precisam disso?

Enfim, sugiro que revejam esse tipo de opiniões (não se podem realmente chamar de "conclusões", pois não?), ou (pelo menos) que simplesmente retirem essas opiniões do texto que descreve o vosso estudo...
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Muito interessante(eom)

por Scubawarrior » 15/5/2004 15:24

cumps
scuba


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por azarento » 15/5/2004 13:26

apenas e só...excelente! :clap:
o Forex é um modo de vida... ;)
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Inquéritos On-line: Resultados (Parte 1)

por BrunoV » 15/5/2004 10:37

Ainda se lembram de um inquérito para o qual pedimos a vossa colaboração há algumas semanas atrás?
Pois bem, na altura tinha ficado no ar a ideia de publicar os resultados e por isso aqui fica a primeira parte dos mesmos.
Oportunamente serão apresentados os restantes, que consistem basicamente no cruzamento de informação entre a corretora utilizada e o grau de satisfação dos clientes em vários aspectos. Não percam!!
Sem mais demoras, passemos então aos primeiros resultados:



Inquérito Corretoras Online

O inquérito esteve online entre os dias 23 e 30 de Abril de 2004.
A divulgação do inquérito foi realizada por email e também nos seguintes fóruns de bolsa:
Recebemos 51 respostas ao inquérito, das quais consideramos 49 como válidas e apenas 34 totalmente preenchidas.
Antes da análise do inquérito, alerta-se para o facto deste não obedecer a critérios de validade científica das amostras utilizadas e que o seu resultado poderá não representar em rigor as opiniões e opções do público em geral.
O inquérito está disponível para a sua consulta em: http://www14.brinkster.com/mk12/form_final.asp.

Resultados Estatísticos

Os primeiros gráficos estão relacionados com dados demográficos e confirmam a noção existente de que o Mundo da Bolsa é composto por pessoas jovens do sexo masculino. As profissões são bastante variadas.

Imagem
Distribuição dos respondentes por sexo


Imagem
Distribuição dos respondentes por idade


Imagem
Distribuição dos respondentes por profissão


Pode ainda observar-se que´a maioria dos respondentes (cerca de 68%) têm um nível de rendimentos mensais iguais ou inferiores a €2000.
Imagem
Distribuição dos níveis de rendimento dos respondentes


Nos inquéritos pudemos ainda perceber quais são os mercados em que os respondentes actuam, tendo sido obtidos os seguintes resultados, que indicam uma preferência pelos mercados de Portugal e dos EUA:
Imagem
Distribuição dos respondentes por mercados de capitais

No tocante às corretoras utilizadas obtivemos os seguintes resultados para corretoras em geral:
Imagem
"Quota de mercado" das diferentes Sociedades de Corretagem

Se considerarmos apenas as corretoras on-line, então a distribuição é a seguinte:
Imagem
Distribuição dos clientes das Corretoras On-line


Os inquéritos permitiram ainda identificar quais são as funcionalidades (do website) e as caracteristicas da empresa que os clientes mais apreciam. Os resultados encontram-se resumidos no gráfico seguinte:
Imagem
Avaliação das principais funcionalidades




Análise de clusters

O objectivo desta análise é identificar diferentes segmentos de clientes através da comparação das valorizações dadas aos atributos do serviço.
Com esta análise procura-se agrupar pessoas de acordo com a sua oposição num espaço multidimensional, no qual se chega à conclusão de que a divisão em segmentos está relacionada com a variância inter-grupal e intra-grupal.

Para a análise de clusters foram utilizadas os seguintes atributos:
    R1: Capacidade e rapidez na resposta a dúvidas e problemas no pós-registo
    R2: Comissões baixas
    R3: Contacto pessoal (gestpr de conta, telefone, ... )
    R4: Costumização do site (criação de perfil pessoal)
    R5: Criação de um perfil de investidor
    R6: Disponibilização de notícias / informações relativas às empresas
    R7: Disponibilização de Streaming de Cotações
    R8: Emissão de alertas (e-mail, SMS, ... )
    R9: Existêcnia de simulações de ordens e carteira virtual
    R10: Formação disponível on-line (informação sobre os principais instrumentos financeiros, conceitos e princípios básicos para um investidor)
    R11: Possibilidade de short-selling
    R12: Rapidez e facilidade de acesso/disponibilidade de serviço

Através do SPSS foi possível obter o seguinte dendograma:
Imagem
Dendograma

Após a análise individualizada de cada um dos clusters, concluiu-se que devem existir três clusters/segmentos.

Imagem
Diferenças entre os vários clusters

As zonas a sombreado representam as variáveis com a diferença mais significativa entre os vários clusters.
De acordo com os vários dados recolhidos, definiram-se os três clusters. Assim, os nomes dados aos clusters são: Profissionais, Informados e Amadores.

Imagem
Preferências nos vários clusters

Profissionais
São os clientes que mais valorizam o total dos atributos (média total de 4.34). Para além disto valorizam todos os atributos de uma forma consistente, pois as valorizações estão situadas no intervalo 3.85 – 4.92.
Os atributos que mais valorizam são a disponibilização de notícias e informações relativas às empresas, a disponibilização do streaming de cotações, a existência de simulações de ordens e de uma carteira virtual, possibilidade de short-selling e rapidez, facilidade e disponibilidade de acesso.
Pode-se então concluir que os indivíduos deste cluster acompanham muito o mercado, procuram bastante informação sobre as empresas de forma a encontrarem as melhores, têm um conhecimento profundo dos mercados e dos instrumentos, como é possível verificar na indispensável possibilidade de short-selling e têm como objectivo investir da forma mais eficiente possível.

Informados
O segundo cluster valoriza bastante os atributos do serviço de corretagem financeira (média de 4.34). No entanto, ao contrário dos Profissionais, as várias valorizações não seguem uma tendência tão constante. As variáveis R1, R2, R3, R4, R5, R6,R7, R10 e R12 são muito semelhantes entre os dois clusters, revelando assim que muitas das características dos Profissionais são comuns com as dos Informados.
Mas as variáveis emissão de alertas, existência de simulações de ordens e carteira virtual e possibilidade de short-selling, têm valores muito diferentes (e baixos) para os Informados. Esta falta de “interesse” por estes atributos pode demonstrar que apesar de conhecerem o mercado, de procurarem informação, de possivelmente investirem regularmente, não são considerados especialistas, necessitando da ajuda dos gestores de conta ou de ajuda financeira especializada por parte das sociedades de corretagem. Em relação aos Profissionais dão ainda mais importância à capacidade e rapidez na resposta a dúvidas e problemas pós-registo, à criação de um perfil pessoal de investidor e às cotações baixas.
Assim, os Informados são indivíduos que apesar de conhecerem bem os mercados, não podem ser considerados como especialistas e que assim precisam de aconselhamento financeiro para a tomada das suas decisões de investimento. Não devem realizar day-trading, uma vez que não se interessam por alertas, simulações de ordens de compra e venda e da existência de short-selling.

Amadores
Este cluster tem uma média de 3.48, o que só por si revela as diferenças abismais entre este cluster e os anteriores. Apesar de não ser uma média “negativa”, a verdade é que existe claramente em todas as variáveis uma tendência de diferenciação dos Informados face aos outros tipos de clientes.
As semelhanças entre os três clusters estão visíveis nas variáveis R1 e R2. As maiores diferenças estão nas variáveis contacto pessoal, customização do site, criação de um perfil de investidor, emissão de alertas, existência de simulações e formação on-line.
Através destes resultados, é possível inferir que este tipo de investidores são indivíduos que investem ocasionalmente e que não seguem com muita regularidade os mercados financeiros. Para eles, os mercados financeiros são apenas uma forma mais ou menos rentável de investirem.
O desinteresse no contacto pessoal mostra que estes clientes não se interessam por ter uma gestão activa dos seus portfolios. Desta forma, os Amadores, tal como o próprio nome indica, são indivíduos com pouco conhecimento dos mercados financeiros, que procuram obter rentabilidades superiores às de outras aplicações financeiras, mas não se sentindo preparados ou não podendo (devido a falta de tempo, por exemplo) investir regularmente nos mercados financeiros.
Podem ainda ser indivíduos que com o passar do tempo (ao ganharem experiência) passarão para Informados.




Conjoint analisys
Esta análise tenta perceber através das escolhas do cliente (e da ordem pela qual são feitas), quais é que são as utilidades retiradas pelos indivíduos de cada atributo do produto/serviço em causa.

A questão 6.2 do nosso inquérito tinha como objectivo tentar perceber qual o valor/utilidade que o cliente atribui a cada atributo específico do serviço. Para isso, criaram-se ofertas “virtuais”, que o cliente podia ordenar de acordo com as suas preferências. Através da ordem pela qual as diferentes ofertas são colocadas, consegue-se perceber quais as valorizações que o cliente atribui a cada característica.
Através das 26 respostas válidas/completas a esta questão, pode-se concluir que os clientes se dividem em 3 grandes grupos:

Os poupadinhos
Representam aproximadamente 46,15% da amostra, e são aqueles para os quais o atributo mais importante é o preço, e que estão dispostos a sacrificar alguma segurança e nível de serviço (uptime) para poderem obter níveis de comissões mais baixos.

Os equilibrados
Representam cerca de 30,76% da amostra e caracterizam-se por terem uma maior homogeneidade nas suas valorizações dos diferentes atributos. No entanto, o nível de segurança passa a deter o papel principal, destacando-se como o atributo mais relevante.

Os exigentes
São aqueles que acham fundamental um nível de segurança e de serviço (uptime) elevado e que estão por isso dispostos a pagar comissões mais elevadas, sendo que o custo se torna o factor menos importante para estes.
Estes clientes representam 23,07% da amostra considerada.

Imagem
Clientes agrupados de acordo com as suas preferências

Imagem
Utilidades médias dentro de cada grupo
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