CALDEIRÃO DE BOLSA

Obrigado pela excelente chamada de atenção e listagem de pontos para reflecção, MrJones. É bem ter-te de volta :-))

Olá Patinha,

Não posso concordar mais contigo..realmente atribuir "céus e infernos" a alguem ,está fora das competências dos mortais. A Deus caberá a decisão.

No entanto, podemos certamente comentar e podemos também tentar fugir a unanimidades. É no minimo estranho que no texto do canal de negócios todos os "depoimentos" tenham um tom absolutamente positivo...

Sem julgamentos, mas emitindo uma opinião, eu tenho dúvidas sobre as tão afamadas qualidades de empresário e de "criador de valor". Porque é que tenho dúvidas? A descrição mais ou menos detalhada do canal de negócios é engraçada:

1) Aos 24 é administrador de uma cimenteira e aos 26 Presidente. Sem dúvida devido á sua competência e não ao facto de ser sobrinho do dono

2) Até 73 acumula fortuna e empresas em Portugal e nas colónias. Certamente devido à sua visão, acutilância, capacidade empreendedora e outras qualidades que possuia... O mercado nessa altura dava oportunidade e todos e só alguem excepcional conseguiria construir aquele império (nesta época Portugal tinha mais meia dúzia de visionarios, curiosamente, todos com nomes de familias sonantes). O sucesso dele nada teve a ver com a famosa lei do condicionamento industrial do tempo da "outra senhora".

3) A partir de 88 entra num processo de recuperação do seu império passado, que tinha sido construido pelo seu esforço, de forma legitima e criadora de riqueza para todos os portugueses. Devido à suas extraordinária qualidades, conseguiu adquirir o controlo da MC, BPSM e Totta pela bela quantia de 55 milhoes de contos, em 92. Este preço foi resultado da sua extraordinária capacidade de negociação e obtido em condições concorrênciais com todos os outros pretendentes. Champalimaud conseguiu superar toda a concorrência como já tinha feito no passado qd construiu o seu império...sem benficios nem favores.

4) Em 99 decide vender o seu "novo império". E como feroz adepto da economia de mercado...considera-se absolutamente livre para vender a quem, quando e por quanto bem entender. Sempre tinha sobrevivido sem ajudas do estado, sem beneficios e apenas sustentado na sua competência e acutilância empresarial, portanto, aceita mal a intervençao do estado que nunca o tinha ajudado no passado e agora quer 2incomodar"!

5) Vende por...300 milhoes de contos. Em 7 anos, com a sua extraordinária liderança, conseguiu sextuplicar o seu "investimento". Obviamente, que tinha comprado a preços de mercado..portanto só podemos chamar "criador de valor" a este extraordinário homem.

Infelizmente não está no texto do canal de negócios onde é que aplicou os 300 milhoes...mas, atendendo à sua história, foi certamente na continuação da "criação de valor" para ele e para o pais.

Depois de escrever este texto, não consigo deixar de ficar com uma dúvida na minha cabeça...
Será que Champalimaud é o paradigama do empresário de sucesso Português que consegue criar riqueza e desenvolvimento...ou o simbolo do nosso atraso de 40 anos e do pior que o nosso pais teve e tem?

Voltando ao ponto inicial, sobre "céus e infernos" a Deus caberá decidir... dos assuntos dos homens, talvez seja nossa obrigação ter uma opinião...não um julgamento.

Bjs e bons negócios,
Jones

Céu ou Inferno?

Eu preferiria reinar no Inferno a ser servo no Céu.

But, that's just me...

Pata, o teu link tem uma virgula a mais.

Até logo,
sf

Os critérios que levam ao Céu ou ao Inferno são os de ambito humanitário. Ser ou não um bom ser humano.

Isso não é do meu pelouro ou competência. Querer julgar alguém é demasiada ambição, falta de modéstia e arrogância para o meu gosto e capacidades. O certo é que se a capacidade de criação de valor for parte dos critérios, certamente terá alguns pontos garantidos.

Agora pergunto eu: foi para o Céu ou para o Inferno?
Já pensaram bem?

O canal de negócios fez um bom artigo acerca de Abtónio champalimaud, acessivel pelo link http://www.negocios.pt/default.asp?CpContentId=242379, em que faz a cronologia da vida, e reúne comentários e reacções ao falecimento. Acho que faz parte da nossa história e que vale a pena ler. E sim, não podia estar mais de acordo em que foi uma personagem carismática e simbolo de um espirito empreendedor e capacidades empresariais impressionantes.