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Caldeirão da Bolsa

O Alargamento da União Europeia

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

O Alargamento da União Europeia

por TRSM » 8/5/2004 10:04

O Alargamento da União Europeia

No próximo fim de semana a União Europeia (UE) dará mais um passo importante na sua consolidação no espaço mundial. Após um longo processo de convergência, a UE irá celebrar o maior alargamento desde a sua fundação com a adesão de 10 novos países. Aos actuais 15 membros da UE, irão juntar-se a Polónia, a Hungria, a República Checa, a Eslováquia, a Eslovénia, a Lituânia, a Letónia, a Estónia – completando o grupo de 8 países europeus do centro e leste - e os países do Mediterrâneo, Chipre e Malta.

Conforme referiu o vice presidente do Banco Mundial para a região da Europa e Ásia Central, o senhor Shiego Katsu, “a admissão à UE é uma enorme proeza para o grupo de países que nos últimos 15 anos começaram a desenvolver transformações das suas economias e sociedades” acrescentando que “o processo significou a liberalização dos preços e dos mercados, a modernização do sistema judicial, a privatização das indústrias e da banca e um novo enfoque no fornecimento de serviços sociais”.

Principais indicadores económicos
2003
Polónia
Hungria
República Checa
Eslováquia
Eslovénia
Lituânia
Letónia
Estónia

População
38 ,6
10,2
10,2
5,4
2,0
3,5
2,3
1,4

PIB per capita (USD)
5.228
7.755
8.097
5.811
10.170
4.978
4.265
5.863

Inflação
0,8
4,7
0,1
8,5
5,6
-1,2
2,9
1,3

Taxa de crescimento do PIB
3,7
2,9
2,9
4,2
2,3
8,9
7,5
4,8

Taxa de desemprego
19,7
5,9
7,8
17,4
6,7
12,4
10,6
10,0

Fonte: National Statistical Offices, Banco Mundial


Os 10 novos membros da UE representam um mercado de 73 milhões de consumidores - o equivalente a 20% dos actuais 15 membros da UE – e um PIB próximo dos 550 biliões de dólares (5% da UE). Aqui, destacam-se a Polónia, Hungria e República Checa que registam um peso superior a 80% da total do PIB dos 10 novos membros da UE.

O custo médio da mão-de-obra dos 10 novos países da UE ronda os $4/hora contra os actuais $24/hora da Alemanha. O acesso a mão-de-obra barata é complementado com a sua elevada qualificação e regimes fiscais mais atractivos para as empresas.

Após 1 de Maio de 2004, os 10 novos países irão começar a concentrar esforços na etápa seguinte - da União Monetária – prevendo-se que venham a adoptar o EURO até 2010 (apesar de alguns países pretenderem aderir à moeda única dentro de 2 anos).

Do ponto de vista dos mercados financeiros, no curto prazo não se prevêem alterações à composição dos índices de referência (benchmarks) nem à classificação destes países enquanto mercados emergentes. Eventualmente, a médio/longo prazo, estes países irão migrar dos actuais índices de mercados emergentes para índices de mercados Pan-Europeus, após o cumprimento de determinados requisitos, tais como:

Desenvolvimento económico;
Dimensão dos mercados;
Eficiência operacional dos mercados;
Supervisão e controlo dos mercados financeiros;
Acesso a investidores estrangeiros.
Este processo será de certo modo idêntico ao ocorrido em Portugal. Na segunda metade da década de 90, Portugal foi considerado um mercado desenvolvido, fazendo parte dos principais índices europeus e aumentando a procura por activos nacionais.
Europa IN, OUT, Convergente e Emergente

Mesmo depois do alargamento, a Europa continuará a ser um continente muito diversificado e onde é possível encontrar um número elevado de mercados financeiros. Os investidores podem sempre optar por um fundo genérico, ou, com alguma investigação, encontrar fundos mais específicos. De modo a poder escolher com maior facilidade, efectuámos uma selecção dos fundos que obtiveram um melhor desempenho dentro da sua categoria, bem como as rendibilidades atingidas por cada um no último ano*.

De um modo geral, podemos encontrar os fundos que investem em países da Europa “Desenvolvida” e os que investem nos chamados Países de centro e leste ou da Europa Emergente. Dentro da Europa Desenvolvida podemos encontrar os países “IN” (Zona Euro) e os países “OUT” (fora da Zona Euro) ao passo que dentro da Europa Emergente podemos ainda encontrar os países “Convergentes”, em processo de adesão à UE.



Nos mercados mais desenvolvidos é possível encontrar alguns fundos especializados em Pequenas e Médias Empresas (PME’s). Estes fundos têm normalmente uma maior amplitude de variação, quer nas subidas quer nas descidas, relativamente aos fundos de empresas com maior dimensão, devido ao facto das PME’s estarem mais dependentes dos ciclos económicos.



Ainda nos mercados mais desenvolvidos, podemos escolher determinados mercados para investir. Se optar por países que não estão na Zona Euro, deve ter em atenção que os mesmos têm adicionalmente um risco cambial, que pode ampliar ou penalizar a valorização associada ao mercado accionista em questão.

Nos quadros podemos verificar que existem diferentes rendibilidades associadas aos vários mercados. De forma empírica, podemos retirar duas conclusões:

A primeira confirma uma “lei de mercado” que diz que “O investimento em mercados de maior risco implica um prémio de rendibilidade sobre os mercados de menor risco”:
O investimento na Europa Emergente e na Europa Convergente tem superado o investimento na Europa Desenvolvida.
O investimento em PME’s tem obtido melhor desempenho que o investimento nas empresas de maior dimensão.

A segundaé que o investimento nos mercados mais alargados proporcionou, nos últimos 12 meses, uma maior rendibilidade que o investimento nos mercados individuais. Talvez os fundos que investem nos mercados “genéricos” beneficiem do facto de poderem seleccionar as melhores empresas, qualquer que seja o seu mercado de origem:
O investimento no fundo “genérico” da Zona Euro proporcionou melhor rendibilidade que o investimento em fundos especificos de países que compõem a referida Zona. A excepção é Portugal que, no entanto, não tem um grande peso no fundo "genérico".
O investimento no fundo “genérico” da Europa superou o investimento em qualquer fundo da Zona Euro ou fora desta, novamente com a excepção do fundo que investe exclusivamente em Portugal.
As perspectivas de investimento nos mercados europeus continuam a ser interessantes. Determine o risco que pode correr e seleccione o(s) fundo(s) de investimento que se adapta(m) às suas necessidades.

* As rendibilidades passadas não são garantia de rendibilidades futuras. A rendibilidade de cada fundo varia de acordo com as condições do mercado e com o preço dos activos que o compõem. A rendibilidade refere-se ao período de 18 de Abril de 2003 a 16 de Abril de 2004 e representa a rendibilidade de um investimento efectuado durante a totalidade do período referido. Os rendimentos obtidos estão sujeitos a retenção na fonte à taxa liberatória de 20%, a excepção do fundo AF Acções Portugal. Não dispensa a consulta dos prospectos dos Fundos.

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