CALDEIRÃO DE BOLSA

Já que estamos em actualizações, mais um pequeno destaque:

O BCP, neste caso a superar já as minhas expectativas, está a ter um bom início de sessão ao reentrar no range lateral anterior. A sessão destaca-se particularmente pelo volume, volume esse que vinha faltando no BCP.

Atenção à barreira psicológica dos 2.00€ que ainda poderá fazer mossa. Apesar do bom momento ainda não considero o BCP verdadeiramente apetecível. Acima dos 2.08€, importante resistência horizontal, sim...

SON

Bom volume, principalmente hoje olhando a que vamos apenas com duas horas de sessão. A quebrar para já a resistência de curto-prazo nos 0.95€...

IPR

Bom fecho ontem mas sem volume. Parece ter-se tratado de uma puxada de final de sessão inconsequente...

Peço desculpa mas ontem deixei o forum mais cedo.

O fecho de ontem da IPR foi bom de facto mas hoje não está a dar continuidade ao movimento. Parece ter-se tratado de uma puxada de fim de sessão sem continuidade ou consequências evidentes...

Por seu turno, quem está a ter para já uma excelente sessão é a SON. Depois de um período bastante mau reagiu muito bem à correcção pelo dividendo e desde então tem vindo a melhorar significativamente.

Hoje está a vencer a primeira barreira de relevo (os 0.95] e com um volume muito significativo. A próxima referência é o «euro».

Ficam já de seguida o gráfico actualizado das duas...

Marco

o que lhe parece o fecho da IMPRESA.
e a sua rival a média capital, com fecho inferior.
obrg

EDP

Nota: assinalados no gráfico os períodos a que me refiro no texto.

Ainda não foram as últimas duas sessões a quebrar uma indefinição que se arrasta numa tendência lateral há cerca de dois meses...

Salvo raras excepções pontuais, a generalidade dos papéis registou mais um par de sessões muito discretas com volumes bastante reduzidos e movimentos pouco relevantes ou determinantes:

BCP: O BCP encetou aquilo que parece ser um rebound técnico simultaneamente a funcionar como retest à zona dos 1.96/1.97. A suportar este cenário de rebound registam-se a falta de momentum e falta de volume.
O papel continua muito pouco interessante em termos de curtíssimo-prazo e um teste ao importante suporte dos 1.83/1.85 mantém-se ainda em aberto, hipótese reforçada caso o BCP venha a quebrar o pequeno suporte horizontal que se encontra por volta dos 1.91€ e que segurou a cotação durante algumas sessões.

BPI: Num regime cada vez mais lateral no curto-prazo, o BPI ronda os 3.20€ há aproximadamente dois meses. Em breve este papel sofrerá uma correcção por dividendos o que provavelmente irá provocar um teste artificial ao pequeno suporte dos 3.10/3.11€...

BRI: Na Brisa, indefinida e com comportamento algo estranho, o que mais se destaca é a «recuperação» de um importante S/R horizontal - os 5.50€...
Este valor, que já foi bastante relevante no passado, foi testado por duas vezes nas últimas sessões registando-se então significativas reacções em alta. O papel não está porém a conseguir produzir novos máximos relativos e começa-se a adivinhar também aqui a hipótese de um rectângulo lateral.

EDP: Na EDP começo a notar uma certa semelhança entre o actual comportamento, a partir de Março, com o que o papel desenvolveu entre Julho e Outubro de 2003, após ter realizado também na altura máximos relativos. Ou seja, um enorme movimento de consolidação que acabou por derivar para um triângulo lateral produzindo sucessivos máximos relativos inferiores (lower-highs) e mínimos relativos mais levados (higher-lows) e swings progressivamente de menor amplitude.

IPR: Na Impresa, o já referido em comentários anteriores range de muito curto-prazo nos 4.15-4.26 está agora melhor definido. Um cenário de consolidação onde marcam presença ainda os (bastante) fracos volumes.

JMT: Comportamento terrívelmente monotono na Jerónimo Martins. Nada a acrescentar aos anteriores comentários ao papel.

PTC: A Portugal Telecom mantém-se perfeitamente inserida dentro do seu range lateral, identificado bem cedo neste espaço, e que dura já há cerca de dois meses.
Nas últimas semanas aproximou-se da banda superior do range num movimento bastante lento e chegou mesmo a produzir virtualmente novos máximos na sequência do anúncio dos resultados.
Relativamente à sessão de ontem, fez uma vela «vistosa» mas acompanhada de um fraco volume. Hoje não está a dar sequência ao movimento. Neste momento não existem indicações claras de que a PTC venha a quebrar este movimento lateral...

PTM: A PT Multimédia reage nesta altura em ligeira baixa face à resistência horizontal dos 19.50€. Tal como referido já no anterior comentário, o volume que tem acompanhado esta ligeira correcção é bastante discreto o que não deixa de configurar um sinal técnico interessante, após o movimento de alta cujos volumes foram significativos. Um dos papéis a apresentar firmeza relativa face ao mercado em geral...

SON: A Sonae SGPS é provavelmente o papel que melhor está a reagir no pós ex-dividendos. Após a quebra forçada do suporte horizontal precisamente em virtude da correcção do dividendo, reagiu em alta e neste momento já se encontra bastante próxima da primeira resistência - os 0.95€...
Terá que fazer mais para se tornar minimamente interessante, no entanto.

SNC: Nada a acrescentar aos comentários anteriores relativos à Sonae.com: falso breakout e retorno à lateralização.

Síntese: tenho consciência que me tenho repetido bastante nestes comentários durante as últimas semanas e por essa razão reduzi a frequência dos mesmos. Mas a verdade é que o mercado tem demonstrado que esta postura tem estado correcta, apesar de ser pouco atractiva ou apelativa. O mercado lateraliza, não produz nem novos máximos nem novos mínimos relativos na esmagadora maioría dos casos e, nestas condições, continuo a defender que a negociação é pouco apelativa para um position trader.

Há que aguardar pacientemente que o mercado se redefina. A lateralização dura há cerca de dois a três meses e poderá ainda prolongar-se por um período significativo ao longo do qual os nervos e a paciência dos investidores será colocada à prova levando-os, como já tem acontecido nestas últimas semanas, a detectar falsos sinais de arranque ou movimentos inconsequentes que, quando sistematicamente seguidos, tendem a desgastar o capital.