Sonae reduz lucros em 44% com menos extraordinários (act)
A Sonae SGPS anunciou hoje que terminou o primeiro trimestre com lucros líquidos de 8,4 milhões de euros, menos 44% que no período homólogo, com a companhia liderada por Belmiro de Azevedo a beneficiar de menos resultados extraordinários.
--------------------------------------------------------------------------------
Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
A Sonae SGPS anunciou hoje que terminou o primeiro trimestre com lucros líquidos de 8,4 milhões de euros, menos 44% que no período homólogo, com a companhia liderada por Belmiro de Azevedo a beneficiar de menos resultados extraordinários.
No primeiro trimestre do ano passado a Sonae SGPS teve lucros 15 milhões de euros, mas estes foram beneficiados por resultados extraordinários de 89,6 milhões de euros. Nos primeiros três meses deste ano os resultados líquidos da Sonae desceram para 29,5 milhões de euros.
No primeiro trimestre de 2003 foi registada uma mais valia de 78,8 milhões de euros com a alienação de 50% da sociedade proprietária do Centro Comercial Vasco da Gama à ING Retail Property Fund Ibérica.
Bemiro de Azevedo fala dos resultados critica Governo sobre Portucel:
«O primeiro trimestre de 2004 confirma as expectativas que já tínhamos, isto é, resultados muito melhores do que no primeiro trimestre de 2003, com particular relevo para a Sonae Indústria e para a Sonaecom, que apresentam resultados líquidos positivos, esta última pela primeira vez.
Teremos que lamentar o desfecho previsível do processo de reprivatização da Portucel, já que o Conselho de Ministros aprovou uma estratégia concebida contra a Sonae pelo Ministro responsável. Em caso de sucesso no concurso a Sonae seria obrigada a lançar uma OPA, contrariando um dos objectivos do Governo, ou ver-se-ia marginalizada na gestão da empresa, mesmo que do maior accionista se tratasse.
O nosso modelo de governação continua a evoluir, aproximando-se das melhores práticas internacionais, tendo sido eleitos quatro novos Administradores Não Executivos de reconhecida competência profissional e elevado prestígio pessoal, conhecedores do Grupo e dos vários sectores de negócios em que estamos envolvidos.
Apesar das adversidades nos últimos anos, o Grupo Sonae é hoje muito maior e mais global, tendo a internacionalização contribuído para aumentar o conhecimento que temos de vários mercados em três continentes e para uma notável melhoria das competências técnicas e negociais dos nossos principais gestores».
EBITDA aumenta com contributo Sonaecom e Indústria
O volume de negócios consolidado atingiu no primeiro trimestre 1,514 mil milhões de euros, mais 6,3% que os 1,423 mil milhões de euros em igual período do ano anterior.
O cash-flow operacional (EBITDA) consolidado gerado nos primeiros três meses de 2004 foi de 138 milhões de euros, um aumento de cerca de 12,4% face ao período homólogo de 2003. A margem de EBITDA consolidada foi de 9,1%, que compara com 8,7% no primeiro trimestre de 2003.
A empresa diz que «para este aumento (do EBITDA) contribuíram em particular os negócios de Telecomunicações (+12,1 milhões de euros) e Derivados de Madeira (+2,7 milhões de euros)».
Estas duas áreas de negócio – Sonaecom e Sonae Indústria – apuraram lucros no primeiro trimestre, invertendo a situação de prejuízos de anos anteriores.
Os resultados operacionais (EBIT) consolidados ascenderam a 37 milhões, quase duplicando o valor do trimestre homólogo do ano anterior (19 milhões de euros).
Prejuízos financeiros caem com redução de 740 milhões na dívida
Os resultados financeiros consolidados foram negativos em 37,6 milhões de euros, o que compara com 61,9 milhões de euros negativos em igual período do ano anterior.
«Esta importante melhoria decorre do esforço empreendido de redução do endividamento médio e da consequente diminuição dos juros suportados e da constatação de diferenças de câmbio favoráveis, que no período homólogo foram desfavoráveis», justifica a empresa.
O endividamento líquido consolidado no final do trimestre era de 2,86 mil milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 740 milhões de euros face ao trimestre homólogo do ano anterior, «mantendo-se a tendência encetada em 2003».
Nas perspectivas para 2004 a Sonae diz que «o ambiente macro-económico é ainda incerto, constatando-se mesmo o arrefecimento das expectativas de crescimento sobretudo na Europa e em Portugal. De notar porém a reacção positiva em alguns segmentos do mercado».
As acções da Sonae SGPS fecharam inalteradas nos 0,92 euros.