Imediatamente a seguir aos nórdicos vêm a Grã-Bretanha e os EUA, não é verdade? Países que não se distinguem propriamente pela elevada carga fiscal...
De resto convém esclarecer que não se trata de um "ranking" de competitividade "stricto sensu". Trata-se de um relatório sobre o progresso dos diferentes países no cumprimento da estratégia de Lisboa de 2000, em que os EUA são tb avaliados. Está disponível em
www.weforum.org.
Nos "rankings" de competitividade propriamente ditos, por exemplo o do próprio World Economic Forum ou o do IMD, tipicamente são os EUA que lideram a tabela.
Eu não estou aqui a defender o "modelo americano"; não me identifico com ele, embora penda para uma visão mais liberal. Agora, tentar estabelecer uma relação de causalidade entre elevada carga fiscal e competitividade / desenvolvimento económico é um exercício no mínimo delicado.
Cada país tem uma História própria, tem uma tradição social que o distingue. Inglaterra sempre se distinguiu pelo cepticismo em relação a soluções centralizadas; os nórdicos aceitam-na com maior naturalidade e têm um modelo que claramente proporciona um elevado nível de vida. Nestas coisas não há preto nem branco, é possível atingir bom níveis de desempenho, quer de crescimento, quer de desenvolvimento, com diferentes graduações de liberalismo e intervencionismo.
Quanto ao caso português, a fuga fiscal é um crime que deve ser punido, a evasão fiscal é de lamentar, como é de lamentar que o Estado seja tão mau pagador e muitas vezes não se comporte como pessoa de bem, para além de proceder com frequência a investimentos de bondade, no mínimo, duvidosa...