
Just my 2 cents...
"À retórica utilizada pelos Estados Unidos para impor a sua posição junta-se a imagem de uma superpotência disposta a utilizar todo o peso de que dispõe para defender os seus interesses. Quando Mickey Kantor era o representante do Comércio na primeira Administração Clinton, quis obrigar a China a acelerar a abertura dos seus mercados. Das negociações do Uruguay Round de 1994, em que ele desempenhou um papel de destaque, nasceu a Organização Mundial do Comércio e a definição de regras para os seus membros. O acordo previa um período de adaptação mais longo para os países em desenvolvimento. O Banco Mundial, e todos os economistas, tratam a China, cujo rendimento per capita é de 450 dólares, como um país em desenvolvimento de baixo rendimento. Mas Kantor, que é um negociador implacável, insistiu que se tratava de um país desenvolvido e que, como tal, a transição devia ser rápida.
Kantor dispunha de uma certa capacidade de manobra, porque a China precisava da aprovação dos Estados Unidos para ingressar na OMC. O acordo Estados Unidos-China que selou a admissão na OMC em Novembro de 2001 ilustra os dois aspectos da posição contraditória dos Estados Unidos. Enquanto este país arrastava as negociações, com o argumento irrazoável de que a China era um país desenvolvido, a China iniciou o processo de adaptação. Na realidade, os Estados Unidos, involuntáriamente, deram à China o tempo suplementar de que ela precisava. Mas o acordo propriamente dito ilustra a dualidade de critérios e a injustiça deste caso. Curiosamente, ao mesmo tempo que os Estados Unidos insistiam em que a China se adaptasse rapidamente, como se fosse um país desenvolvido - e, como este país utilizara bem o longo período de negociação, pôde satisfazer esta exigência -, exigiam também ser tratados como se eles fossem um país menos desenvolvido, nomeadamente que, além dos dez anos de adaptação para reduzirem os direitos alfandegários nas importações de texteis, como constava das negociações de 1994, lhes fossem concedidos mais quatro anos."
in Globalização - A grande desilusão, Joseph E. Stiglitz (pág. 103)
Dps o texto evolui sobre considerandos actualmente mto em voga sobre a liberalização do mercado financeiro Chinês.
"À retórica utilizada pelos Estados Unidos para impor a sua posição junta-se a imagem de uma superpotência disposta a utilizar todo o peso de que dispõe para defender os seus interesses. Quando Mickey Kantor era o representante do Comércio na primeira Administração Clinton, quis obrigar a China a acelerar a abertura dos seus mercados. Das negociações do Uruguay Round de 1994, em que ele desempenhou um papel de destaque, nasceu a Organização Mundial do Comércio e a definição de regras para os seus membros. O acordo previa um período de adaptação mais longo para os países em desenvolvimento. O Banco Mundial, e todos os economistas, tratam a China, cujo rendimento per capita é de 450 dólares, como um país em desenvolvimento de baixo rendimento. Mas Kantor, que é um negociador implacável, insistiu que se tratava de um país desenvolvido e que, como tal, a transição devia ser rápida.
Kantor dispunha de uma certa capacidade de manobra, porque a China precisava da aprovação dos Estados Unidos para ingressar na OMC. O acordo Estados Unidos-China que selou a admissão na OMC em Novembro de 2001 ilustra os dois aspectos da posição contraditória dos Estados Unidos. Enquanto este país arrastava as negociações, com o argumento irrazoável de que a China era um país desenvolvido, a China iniciou o processo de adaptação. Na realidade, os Estados Unidos, involuntáriamente, deram à China o tempo suplementar de que ela precisava. Mas o acordo propriamente dito ilustra a dualidade de critérios e a injustiça deste caso. Curiosamente, ao mesmo tempo que os Estados Unidos insistiam em que a China se adaptasse rapidamente, como se fosse um país desenvolvido - e, como este país utilizara bem o longo período de negociação, pôde satisfazer esta exigência -, exigiam também ser tratados como se eles fossem um país menos desenvolvido, nomeadamente que, além dos dez anos de adaptação para reduzirem os direitos alfandegários nas importações de texteis, como constava das negociações de 1994, lhes fossem concedidos mais quatro anos."
in Globalização - A grande desilusão, Joseph E. Stiglitz (pág. 103)
Dps o texto evolui sobre considerandos actualmente mto em voga sobre a liberalização do mercado financeiro Chinês.