CALDEIRÃO DE BOLSA

Sim, é possível que existam muitos detalhes que não são públicos, sendo apenas do conhecimento de alguns accionistas.

Talvez por isso valha mais a pena investir em empresas em que os detalhes dos negócios relevantes são do conhecimento de todos os accionistas.

Se calhar não conheces os contornos completos da negociata por baixo da mesa.
Não te esqueças que existia um diferendo por resolver na adjudicação do SCUT do Litoral Centro, a futura Auto-Estrada Marinha Grande / Mira, e que agora ficou resolvido. Quanto valeu a resolução deste negócio de muitos milhões a favor da Brisa?
Outro favor do Estado será certamente a adjudicação da Auto-Estrada de regime misto SCUT / Portagem real, se calhar já concordaram passar tudo a portagem real!, na futura alternativa à ligação do IC19 a Sintra, o IC16 / IC30. Quantos milhões vale este segundo negócio? Pois é, é nestas negociatas que o público não conhece que está a chave dos valores que parecem absurdos.
E será que irá continuar a não vontade política de concluir a CRIL? O Governo continua a adiar um investimento pesado e a Brisa fica sem concorrência, arrecadando as receitas da circulação em toda a periferia de Lisboa, ao arrepio dos estudos de tráfego iniciais! Não serão coincidências a mais?
Outra questão: quantos anos são a nova Concessão da CREL? Período desconhecido! E a comparação com os preços iniciais das antigas portagens com o tráfego actual a iniciar-se em 2003? É fazer as contas ao tráfego estimado até ao ano limite, descontar os encargos do pagamento adiantado da Brisa e calcular a nova TIR.

Se calhar tenho razão!
Se calhar

Ulisses Pereira Escreveu:A questão é pertinente, Incognitus. E mesmo os curiosos argumentos do Pedro não justificam para tamanha disparidade nos preços.

A promiscuidade entre algumas empresas nacionais e o Estado é um facto e não me admiraria nada que no futuro a Brisa ganhasse, sem qualquer dificuldade, diversos concursos públicos...

Um abraço,
Ulisses

Disseste "públicos"?

Um abraço
FT

A questão é pertinente, Incognitus. E mesmo os curiosos argumentos do Pedro não justificam para tamanha disparidade nos preços.

A promiscuidade entre algumas empresas nacionais e o Estado é um facto e não me admiraria nada que no futuro a Brisa ganhasse, sem qualquer dificuldade, diversos concursos públicos...

Um abraço,
Ulisses

Mesmo 100% de inflacção por causa do tempo ainda deixaria 100% de inflacção por causa das estimativas.

Mas mesmo fora isso, a BRI negociou ambas as alterações de uma posição de força, porque será que o negócio não parece logo obviamente bom?

E por fim, isso não desculpa a CALL/PUT.

Eu não conheço os contornnos do negócio e não posso naturalmente avaliar até que ponto o mesmo é ou não equilibrado do ponto de vista económico-financeiro.

No enrtanto, não posso deixar de registar três aspectos:

Dificilmente a Brisa poderia fazer um frete ao Estado sem ser altamente penalizada pelo mercado. Será que os accionistas de referência da empresa (designadamente Grupos Mello e BCP, os alemães e os espanhóis) estariam dispostos a pagar do seu bolso este frete? Duvido...

Será preciso comparar valores a preços constantes, a diferença, sendo grande, não o será tanto quanto parece.

Fruto de uma utilização gratuita durante 6 ou 7 anos (a abolição da portagem foi uma das medidas emblemáticas do início do reinado Guterres), criaram-se hábitos de utilização que não têm nada a ver com os da altura. Por muitas projecções de tráfego que se fizessem em 1995, o facto de a CREL ser de borla há todo este tempo gerou um tráfego muitíssimo superior á melhor das estimativas. Agora é aproveitar os hábitos (e as necessidades) criadas e capitalizar nas ditas! Vejam-se os vários exemplos na banca e nas telecomunicações, em que se lançam serviços gratuitamente, para gerar hábitos de consumo, e depois lá vêm as taxas...

Feitas as contas, é capaz de afinal até estar tudo certo!

Um abraço
FT

A Brisa parece o mealheiro do Estado. Para ajudar o estado a vender a sua posição, vende uma PUT e compra uma CALL sobre o seu próprio papel.

Agora, paga ao Estado em Adiantado para repor as portagens na CREL. O que é engraçado é que foi compensada com 75ME para as retirar, mas paga 288ME para as repor. Pergunto-me se aquilo está tão acima das estimativas, se a BRI foi enganada em 1995 ou se está a ser enganada agora.