BCP dispara 4% com cenário de OPA avançado por Jardim Gonçalves
O BCP subia um máximo de 3,98% para 2,09 euros, com nove milhões de títulos negociados. Jardim Gonçalves disse que existe uma casa, não espanhola, que está a estudar o banco para uma eventual aquisição, e os analistas avançam que uma OPA só será aceite com um prémio «muito elevado», que poderá rondar os 2,60 a 3,50 euros.
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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt
O Banco Comercial Português (BCP) subia um máximo de 3,98% para 2,09 euros, com nove milhões de títulos negociados. Jardim Gonçalves disse que existe uma casa, não espanhola, que está a estudar o banco para uma eventual aquisição, e os analistas avançam que uma OPA só será aceite com um prémio «muito elevado», que poderá rondar os 2,60 a 3,50 euros.
As acções do Banco Comercial Português (BCP) [Cot] lideravam os ganhos do sector na Europa, em subida de um máximo de 3,98% para 2,09 euros, com nove milhões de títulos movimentos.
A edição de hoje do «Diário de Notícias», citando as declarações de Jardim Gonçalves num encontro com accionistas em Santarém, avança que o BCP está a ser estudado por um banco estrangeiro para uma eventual operação pública de aquisição (OPA) o que a acontecer, seria à revelia da vontade da administração.
«Neste momento, sabemos que uma casa não espanhola estuda verdadeiramente o banco com bastante detalhe», disse Jardim Gonçalves que considera tratar-se de uma instituição «muito capitalizada, porque vendeu recentemente uma outra operação que tinha nos Estados Unidos (EUA), portanto tem muito dinheiro».
O BCP é detido em 7,43% pelo Banco Intesa, em 6,29% pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), em 5,32% pelo Grupo Eureko, em 3,12% pelo Banco BPI, em 2,99% pelo Grupo Friends Provident, em 2,5% pelo Grupo Teixeira Duarte e em 2,21% por Dimitrios Contominas.
Os analistas do BCP dizem que estas notícias têm um impacto «positivo» no papel, mas alertam para o carácter ainda especulativo de uma eventual operação de OPA.
«Tomando como referência as recentes transacções no sector da banca em Espanha, e apesar destas estarem relacionadas com bancos de menor dimensão, o BCP ficaria avaliado entre 2,60 euros e 3,50 euros», refere o BPI.
Os especialistas do Espírito Santo Research (ESR) consideram que a actual cotação do banco «avalia adequadamente» a instituição logo, qualquer movimento de OPA só teria «sucesso se o prémio pago fosse elevado, visto que o BCP é o maior banco privado nacional».
Além disse, o ESR defende que uma oferta de compra hostil por parte de um banco estrangeiro seria «altamente improvável», dada a quota de 30% que o banco detém no mercado português.
O BPI tem uma recomendação de «manter» e um preço alvo de 1,95 euros, e o ESR recomenda uma posição «neutral», sugerindo um preço alvo de 2,06 euros.
A Caixa BI, numa nota a antecipar as contas do BCP que serão apresentadas amanhã, aumentou o preço alvo do banco dos anteriores 1,60 euros para os actuais 1,70 euros.
As acções do BCP negociavam em subida de 2,49% para 2,06 euros.