PTC g.a.
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Brasil
Radiografia dos investimentos
-- 08/03/2004 --
Panorama de Telecom 2004 revela as tecnologias que devem liderar os orçamentos das corporações e dos provedores
O clima de retomada dos negócios no mundo de telecom está afetando diretamente os orçamentos das corporações e das próprias prestadoras de serviço. Enquanto esperam um incremento de 3% a 3,5% no PIB (produto interno bruto) brasileiro para 2004, as companhias tiram da gaveta antigos projetos e viram alvo de fornecedores famintos.
Vera, da Basf: preocupação em garantir retorno sobre investimento
No entanto, um estudo conduzido pela IT Mídia, batizado de Panorama de Telecom 2004, revela que o cenário pode reservar algumas armadilhas para os fornecedores menos atentos, especialmente em relação a um descompasso entre a demanda real das corporações e a expectativa dos provedores de telecomunicações quanto à aplicação de recursos.
O levantamento, realizado entre novembro de 2003 e janeiro deste ano, traça um panorama de investimentos do mercado, a partir da visão de 187 empresas instaladas em território nacional, as quais foram divididas em dois grupos: 32 provedores de serviços de telecom e 155 corporações dos mais diversos setores (indústria, governo, comércio, finanças e serviços) de médio e grande porte – 84% delas com faturamento entre R$ 100 milhões a R$ 1 bilhão. O resultado é uma radiografia das expectativas para 2004, desenhada por usuários corporativos e por operadoras.
Do lado das corporações, apesar dos fornecedores apostarem todas as fichas em tecnologias inovadoras – como VoIP (voz sobre IP), VPN e wireless –, as principais expectativas de investimentos ainda estão concentradas em recursos para otimizar a infra-estrutura básica. Prova disso está na divisão do orçamento (custos e investimentos) programada pelos gestores de telecomunicações. Em média, as companhias afirmam, no Panorama de Telecom 2004, que planejam destinar 13,2% do bolo total para a área de serviços, 11,2% para infra-estrutura LAN e 8,9% para telefonia fixa. Enquanto isso, as soluções de voz sobre IP, redes privadas virtuais e mobilidade devem responder por, respectivamente, 4,9%, 4,5% e 2,7% dos recursos. Um resultado que fica bem abaixo das expectativas bombásticas dos fornecedores com a implementação de novas tecnologias.
"Os problemas das empresas ainda estão concentrados na esfera mais básica. Elas têm prioridades anteriores à implementação das soluções de ponta", analisa Paulo Hoffmann, gerente de comunicação e TI do Frost & Sullivan para América Latina. Além disso, ele lembra que custos com serviços tradicionais, como telefonia, ainda pesam muito no orçamento das empresas e tendem a liderar os orçamentos para a área de telecom a médio prazo. "O investimento em inovações tecnológicas é um processo gradual dentro das companhias", aponta Hoffman, decretando: "isso não vai mudar do dia para a noite".
Carlos Eduardo Rocha, diretor de telecom da Bearing Point, avalia que a constatação do estudo de que as empresas não devem embarcar de cabeça no mundo das tecnologias revolucionárias é também um reflexo natural do recente período de crise no setor. "Agora, as companhias têm de recuperar o tempo perdido, pois estão muito defasadas tecnologicamente", considera, jogando um balde de água fria sobre os planos mais audaciosos dos fornecedores.
Porém, nem tudo está perdido para os projetos revolucionários da indústria de telecom. Apesar de não estarem totalmente abertas a embarcar em universos mais sofisticados, as empresas mostram-se dispostas a estudar qualquer tecnologia que impacte na redução imediata de custos. No estudo da IT Mídia, a economia foi citada como a principal preocupação das companhias nos próximos 12 meses, ficando acima do interesse em melhorar a qualidade dos serviços e aumentar a produtividade das equipes.
A regra de conseguir mais (recursos) com menos (custos) tem sido seguida à risca pela área de telecom da prefeitura de Atibaia – interior de São Paulo – uma das representantes do universo de 5% das empresas do setor de Governo que responderam ao Panorama 2004. De acordo com Sérgio Akira Sato, coordenador de tecnologia da informação da prefeitura, um dos principais projetos de sua divisão para este ano é reduzir em 50% os gastos com telefonia da rede interna, a qual conta com uma infra-estrutura de DDR (discagem direta por ramal) com cerca 500 linhas para comunicação dos funcionários da área administrativa de seis diferentes prédios, envolvendo onze secretarias.
A iniciativa agressiva, conta Sato, prevê a troca do sistema tradicional de voz baseado na rede de cobre por uma infra-estrutura convergente. "Não queremos adotar VoIP, mas a telefonia IP pura", destaca o coordenador, explicando assim que a idéia é ter equipamentos telefônicos com protocolo de internet e não ter de utilizar o computador para esse tráfego de voz. "Não podemos fazer com que o prefeito fale no microfone do PC e outras pessoas ouçam a conversa dele", justifica.Investimento
Mesmo sem revelar um valor absoluto do projeto, Sato conta que a migração para telefonia IP faz parte de um orçamento de R$ 2,2 milhões, para os próximos dois anos, provenientes do PMAT (Programa de Modernização da Administração Tributária), a ser utilizado nas áreas de voz e dados da prefeitura de Atibaia. Os recursos servirão para que um outro projeto saia do papel, lembra o coordenador: a adoção do cabeamento estruturado em toda a sede da instituição. "Com os cabos telefônicos simples que temos hoje nos seis prédios não dá para adotar uma infra-estrutura convergente (telefonia IP)", afirma o executivo.
O processo, que deve ser finalizado ainda em 2004, prevê que todo o tráfego de voz e dados da prefeitura com as diversas entidades ligadas a ela seja realizado por um backbone único. Para tanto, no primeiro momento, a entidade deve utilizar o link atual de dados, de 2 Mbps, que hoje tem cerca 50% de capacidade ociosa.
A iniciativa da prefeitura de Atibaia resume o espírito das corporações quando o assunto é telecom. Das companhias que responderam ao questionário do Panorama 2004, cerca de 68% pretendem aumentar – em relação a 2003 – os orçamentos destinados às áreas de voz e dados. Na prática, 51% das empresas planejam injetar algo entre R$ 500 mil a R$ 5 milhões em projetos de telecomunicações, enquanto 30% pretendem investir até R$ 500 mil e outros 19% projetam cifras acima dos R$ 5 milhões – sendo que apenas 1% das empresas vão exceder o R$ 100 milhões.
"Existe muito otimismo. Mas o ideal é prever um crescimento conservador", pondera Patrícia Volpi Penteado, analista de mercado de TI e telecom do Frost & Sullivan. Segundo ela, o mercado em geral tem de tomar cuidado para não trabalhar com números extremamente positivos e provocar uma nova bolha no setor. Um perigo que não passa despercebido nas estratégias dos gestores de recursos de voz e dados das empresas, na opinião de Jairo Okret, vice-presidente da A.T.Kearney. Para ele, essa preocupação em manter-se longe do otimismo exacerbado da indústria reflete-se em uma postura mais conservadora dos gestores, os quais exercem uma pressão cada vez maior para que os fornecedores reduzam os custos unitários dos serviços e agreguem valor real às soluções.
Para Okret, este deve ser um ano decisivo no mercado de telecomunicações. "As empresas estão mudando a forma de abordar as tecnologias. Elas querem utilizar os recursos com economia e com a finalidade de ajudar o negócio da companhia como um todo", considera. Ainda segundo ele, isso pode representar tanto a disseminação de projetos inovadores, incluindo telefonia IP e mobilidade, como iniciativas para otimizar a rede básica de comunicação das companhias.
Na subsidiária brasileira do grupo Basf – gigante da indústria química mundial –, as duas frentes citadas pelo vice-presidente da A.T.Kearney correm em paralelo. Para este ano, o orçamento da corporação prevê a migração da rede Frame Relay para MPLS, bem como, em um segundo momento, a adoção da voz sobre IP. "Queremos ter um único ponto para oferecer voz e dados para os nossos clientes (externos e internos). Começamos a construir isso há dois anos e devemos efetivar até 2005", conta Rogério Maracini, coordenador de telecomunicações da Basf.
Neste momento, um dos grandes objetivos da área de Maracini é adotar a tecnologia MPLS na rede interna da sede da companhia, em São Bernardo do Campo (SP), na qual está concentrado o tráfego de voz e dados dos 14 sites da Basf no país. "Utilizamos a tecnologia Frame Relay para trafegar voz e dados, enquanto na rede remota já usamos VPNs (redes privativas virtuais) para trocar informações com centros de distribuição e parceiros", explica o coordenador de telecom da empresa.
Com a priorização de tráfego – proporcionada pelo MPLS –, a Basf planeja conseguir um melhor gerenciamento da rede interna e externa. Maracini ainda explica que a nova tecnologia permitirá às filiais conversarem entre si sem precisar passar pela central, em São Bernardo, como acontece hoje.
No entanto, o projeto da área de telecom da Basf vai além da modernização da rede. O próximo passo, que ainda depende da aprovação da diretoria da companhia, envolve a adoção da voz sobre IP. "Precisamos descobrir quais tecnologias realmente vão fazer sentido para o nosso negócio e como se dará o retorno sobre o investimento", pondera a diretora de informática da Basf para América do Sul, Vera Marques.
Segundo a executiva, a área de telecomunicações tem sido balizada por um tripé, que inclui: redução de custos, atualização tecnológica e aumento da qualidade. "Telecomunicações é um setor no qual as empresas conseguem estar atualizadas sem gastar muito com isso", avalia Vera. Para tanto, a diretora considera que o mercado corporativo deve beneficiar-se do movimento de competição das operadoras brasileiras, o qual está permitindo uma queda acentuada nos preços dos serviços.A mesma competição que tem obrigado os provedores de serviços de telecom a enxugar as tabelas de preços para voz e dados está transformando a relação das operadoras com as empresas. Carlos Eduardo Rocha, da Bearing Point, lembra que de três anos para cá praticamente todas as teles fixas e móveis passaram a ter uma área corporativa, posicionando-se como provedores de soluções fim-a-fim e tomando um espaço antes ocupado pela indústria.
Como reflexo, hoje as empresas enxergam os provedores como principais fornecedores de produtos e serviços de voz e dados. Segundo o Panorama de Telecom 2004, em média, as operadoras respondem por 71% do fornecimento de soluções para a área de telecomunicação das corporações, seguidas por integradores, com 12%, e pela indústria, com 7%.
A Voith do Brasil – fabricante de equipamentos para a indústria de papel e de energia – é um exemplo das empresas que têm se beneficiado dessa relação mais profissional com provedores. Os projetos prioritários da companhia para este ano são de transformar contratos de voz e dados em economia real para os negócios. "Uma das principais iniciativas é a renovação do acordo que já temos para telefonia local", cita Alcides Antonio Cruz, coordenador de suporte de tecnologia do grupo de origem alemã.
O executivo pretende alcançar o objetivo de qualquer companhia na atualidade, ao reduzir em até 20% os custos mensais com telefonia, aumentando a capacidade da central telefônica. A fórmula, explica Cruz, envolve a renegociação do atual contrato. "Vamos aumentar os troncos de saída do PABX de quatro para sete circuitos E1 e, em contrapartida, propusemos a redução da tarifa por ramal", conta o coordenador. Além disso, o projeto prevê que a operadora troque a atual infra-estrutura de cabos de par trançado por fibra óptica para integrar a rede de voz à central pública, que fica a cerca de 1,8 Km da sede da empresa, no bairro do Jaraguá (SP). "Toda essa mudança garantirá mais disponibilidade dos recursos de telefonia, com menor preço e muito mais qualidade", avalia Cruz.
Na parte de dados, a companhia quer beneficiar-se de um acordo firmado com a atual provedora do link de rádio de 2 Mbps. A idéia, conta o coordenador de suporte, é permitir que a provedora transfira o ponto de presença, atualmente em Santana de Parnaíba (SP), para dentro da sede da Voith – atendendo a outras empresas instaladas na região do Jaraguá. Em troca do espaço que será cedido para colocar os equipamentos, a empresa pretende ampliar, sem qualquer custo, a largura da banda. A transição, prevê o coordenador, deve ocorrer até abril, no entanto, o executivo não confirma de quanto deve ser o incremento de capacidade acordado com o provedor.
Quando questionado sobre novas tecnologias, o executivo ainda mostra-se reticente quanto a grandes projetos. Uma das soluções estudadas pela companhia, conta, foi a implementação da comunicação wireless. "No entanto, o sistema é inviável por conta da interferência eletromagnética em nossas instalações", considera, completando: "sem contar com o custo, que ainda é alto e com a questão da garantia de segurança, a qual barra o projeto."
No entanto, Jairo Okret, da A.T.Kearney, lembra que os projetos baseados em redes sem fio só tendem a crescer no ambiente corporativo graças a iniciativas pontuais, mas que não devem ser descartadas pelos fornecedores. "Os 2,7% do orçamento destinados para as tecnologias wireless – conforme revelou o Panorama de Telecom 2004 – podem parecer pouco. Mas se lembrarmos que esse é um mercado razoavelmente novo, saindo de cifras nulas, o número é expressivo", concorda Paulo Hoffman, da Frost & Sullivan. Ele lembra que a mesma perspectiva se aplica aos números de VoIP e de VPN com, respectivamente, 4,9% e 4,5% do bolo total de investimentos planejados pelas corporações para este ano. Uma constatação de que 2004 deve ser um período de orçamentos variados, mas focados na preocupação de reduzir custos.
-- 08/03/2004 --
Panorama de Telecom 2004 revela as tecnologias que devem liderar os orçamentos das corporações e dos provedores
O clima de retomada dos negócios no mundo de telecom está afetando diretamente os orçamentos das corporações e das próprias prestadoras de serviço. Enquanto esperam um incremento de 3% a 3,5% no PIB (produto interno bruto) brasileiro para 2004, as companhias tiram da gaveta antigos projetos e viram alvo de fornecedores famintos.
Vera, da Basf: preocupação em garantir retorno sobre investimento
No entanto, um estudo conduzido pela IT Mídia, batizado de Panorama de Telecom 2004, revela que o cenário pode reservar algumas armadilhas para os fornecedores menos atentos, especialmente em relação a um descompasso entre a demanda real das corporações e a expectativa dos provedores de telecomunicações quanto à aplicação de recursos.
O levantamento, realizado entre novembro de 2003 e janeiro deste ano, traça um panorama de investimentos do mercado, a partir da visão de 187 empresas instaladas em território nacional, as quais foram divididas em dois grupos: 32 provedores de serviços de telecom e 155 corporações dos mais diversos setores (indústria, governo, comércio, finanças e serviços) de médio e grande porte – 84% delas com faturamento entre R$ 100 milhões a R$ 1 bilhão. O resultado é uma radiografia das expectativas para 2004, desenhada por usuários corporativos e por operadoras.
Do lado das corporações, apesar dos fornecedores apostarem todas as fichas em tecnologias inovadoras – como VoIP (voz sobre IP), VPN e wireless –, as principais expectativas de investimentos ainda estão concentradas em recursos para otimizar a infra-estrutura básica. Prova disso está na divisão do orçamento (custos e investimentos) programada pelos gestores de telecomunicações. Em média, as companhias afirmam, no Panorama de Telecom 2004, que planejam destinar 13,2% do bolo total para a área de serviços, 11,2% para infra-estrutura LAN e 8,9% para telefonia fixa. Enquanto isso, as soluções de voz sobre IP, redes privadas virtuais e mobilidade devem responder por, respectivamente, 4,9%, 4,5% e 2,7% dos recursos. Um resultado que fica bem abaixo das expectativas bombásticas dos fornecedores com a implementação de novas tecnologias.
"Os problemas das empresas ainda estão concentrados na esfera mais básica. Elas têm prioridades anteriores à implementação das soluções de ponta", analisa Paulo Hoffmann, gerente de comunicação e TI do Frost & Sullivan para América Latina. Além disso, ele lembra que custos com serviços tradicionais, como telefonia, ainda pesam muito no orçamento das empresas e tendem a liderar os orçamentos para a área de telecom a médio prazo. "O investimento em inovações tecnológicas é um processo gradual dentro das companhias", aponta Hoffman, decretando: "isso não vai mudar do dia para a noite".
Carlos Eduardo Rocha, diretor de telecom da Bearing Point, avalia que a constatação do estudo de que as empresas não devem embarcar de cabeça no mundo das tecnologias revolucionárias é também um reflexo natural do recente período de crise no setor. "Agora, as companhias têm de recuperar o tempo perdido, pois estão muito defasadas tecnologicamente", considera, jogando um balde de água fria sobre os planos mais audaciosos dos fornecedores.
Porém, nem tudo está perdido para os projetos revolucionários da indústria de telecom. Apesar de não estarem totalmente abertas a embarcar em universos mais sofisticados, as empresas mostram-se dispostas a estudar qualquer tecnologia que impacte na redução imediata de custos. No estudo da IT Mídia, a economia foi citada como a principal preocupação das companhias nos próximos 12 meses, ficando acima do interesse em melhorar a qualidade dos serviços e aumentar a produtividade das equipes.
A regra de conseguir mais (recursos) com menos (custos) tem sido seguida à risca pela área de telecom da prefeitura de Atibaia – interior de São Paulo – uma das representantes do universo de 5% das empresas do setor de Governo que responderam ao Panorama 2004. De acordo com Sérgio Akira Sato, coordenador de tecnologia da informação da prefeitura, um dos principais projetos de sua divisão para este ano é reduzir em 50% os gastos com telefonia da rede interna, a qual conta com uma infra-estrutura de DDR (discagem direta por ramal) com cerca 500 linhas para comunicação dos funcionários da área administrativa de seis diferentes prédios, envolvendo onze secretarias.
A iniciativa agressiva, conta Sato, prevê a troca do sistema tradicional de voz baseado na rede de cobre por uma infra-estrutura convergente. "Não queremos adotar VoIP, mas a telefonia IP pura", destaca o coordenador, explicando assim que a idéia é ter equipamentos telefônicos com protocolo de internet e não ter de utilizar o computador para esse tráfego de voz. "Não podemos fazer com que o prefeito fale no microfone do PC e outras pessoas ouçam a conversa dele", justifica.Investimento
Mesmo sem revelar um valor absoluto do projeto, Sato conta que a migração para telefonia IP faz parte de um orçamento de R$ 2,2 milhões, para os próximos dois anos, provenientes do PMAT (Programa de Modernização da Administração Tributária), a ser utilizado nas áreas de voz e dados da prefeitura de Atibaia. Os recursos servirão para que um outro projeto saia do papel, lembra o coordenador: a adoção do cabeamento estruturado em toda a sede da instituição. "Com os cabos telefônicos simples que temos hoje nos seis prédios não dá para adotar uma infra-estrutura convergente (telefonia IP)", afirma o executivo.
O processo, que deve ser finalizado ainda em 2004, prevê que todo o tráfego de voz e dados da prefeitura com as diversas entidades ligadas a ela seja realizado por um backbone único. Para tanto, no primeiro momento, a entidade deve utilizar o link atual de dados, de 2 Mbps, que hoje tem cerca 50% de capacidade ociosa.
A iniciativa da prefeitura de Atibaia resume o espírito das corporações quando o assunto é telecom. Das companhias que responderam ao questionário do Panorama 2004, cerca de 68% pretendem aumentar – em relação a 2003 – os orçamentos destinados às áreas de voz e dados. Na prática, 51% das empresas planejam injetar algo entre R$ 500 mil a R$ 5 milhões em projetos de telecomunicações, enquanto 30% pretendem investir até R$ 500 mil e outros 19% projetam cifras acima dos R$ 5 milhões – sendo que apenas 1% das empresas vão exceder o R$ 100 milhões.
"Existe muito otimismo. Mas o ideal é prever um crescimento conservador", pondera Patrícia Volpi Penteado, analista de mercado de TI e telecom do Frost & Sullivan. Segundo ela, o mercado em geral tem de tomar cuidado para não trabalhar com números extremamente positivos e provocar uma nova bolha no setor. Um perigo que não passa despercebido nas estratégias dos gestores de recursos de voz e dados das empresas, na opinião de Jairo Okret, vice-presidente da A.T.Kearney. Para ele, essa preocupação em manter-se longe do otimismo exacerbado da indústria reflete-se em uma postura mais conservadora dos gestores, os quais exercem uma pressão cada vez maior para que os fornecedores reduzam os custos unitários dos serviços e agreguem valor real às soluções.
Para Okret, este deve ser um ano decisivo no mercado de telecomunicações. "As empresas estão mudando a forma de abordar as tecnologias. Elas querem utilizar os recursos com economia e com a finalidade de ajudar o negócio da companhia como um todo", considera. Ainda segundo ele, isso pode representar tanto a disseminação de projetos inovadores, incluindo telefonia IP e mobilidade, como iniciativas para otimizar a rede básica de comunicação das companhias.
Na subsidiária brasileira do grupo Basf – gigante da indústria química mundial –, as duas frentes citadas pelo vice-presidente da A.T.Kearney correm em paralelo. Para este ano, o orçamento da corporação prevê a migração da rede Frame Relay para MPLS, bem como, em um segundo momento, a adoção da voz sobre IP. "Queremos ter um único ponto para oferecer voz e dados para os nossos clientes (externos e internos). Começamos a construir isso há dois anos e devemos efetivar até 2005", conta Rogério Maracini, coordenador de telecomunicações da Basf.
Neste momento, um dos grandes objetivos da área de Maracini é adotar a tecnologia MPLS na rede interna da sede da companhia, em São Bernardo do Campo (SP), na qual está concentrado o tráfego de voz e dados dos 14 sites da Basf no país. "Utilizamos a tecnologia Frame Relay para trafegar voz e dados, enquanto na rede remota já usamos VPNs (redes privativas virtuais) para trocar informações com centros de distribuição e parceiros", explica o coordenador de telecom da empresa.
Com a priorização de tráfego – proporcionada pelo MPLS –, a Basf planeja conseguir um melhor gerenciamento da rede interna e externa. Maracini ainda explica que a nova tecnologia permitirá às filiais conversarem entre si sem precisar passar pela central, em São Bernardo, como acontece hoje.
No entanto, o projeto da área de telecom da Basf vai além da modernização da rede. O próximo passo, que ainda depende da aprovação da diretoria da companhia, envolve a adoção da voz sobre IP. "Precisamos descobrir quais tecnologias realmente vão fazer sentido para o nosso negócio e como se dará o retorno sobre o investimento", pondera a diretora de informática da Basf para América do Sul, Vera Marques.
Segundo a executiva, a área de telecomunicações tem sido balizada por um tripé, que inclui: redução de custos, atualização tecnológica e aumento da qualidade. "Telecomunicações é um setor no qual as empresas conseguem estar atualizadas sem gastar muito com isso", avalia Vera. Para tanto, a diretora considera que o mercado corporativo deve beneficiar-se do movimento de competição das operadoras brasileiras, o qual está permitindo uma queda acentuada nos preços dos serviços.A mesma competição que tem obrigado os provedores de serviços de telecom a enxugar as tabelas de preços para voz e dados está transformando a relação das operadoras com as empresas. Carlos Eduardo Rocha, da Bearing Point, lembra que de três anos para cá praticamente todas as teles fixas e móveis passaram a ter uma área corporativa, posicionando-se como provedores de soluções fim-a-fim e tomando um espaço antes ocupado pela indústria.
Como reflexo, hoje as empresas enxergam os provedores como principais fornecedores de produtos e serviços de voz e dados. Segundo o Panorama de Telecom 2004, em média, as operadoras respondem por 71% do fornecimento de soluções para a área de telecomunicação das corporações, seguidas por integradores, com 12%, e pela indústria, com 7%.
A Voith do Brasil – fabricante de equipamentos para a indústria de papel e de energia – é um exemplo das empresas que têm se beneficiado dessa relação mais profissional com provedores. Os projetos prioritários da companhia para este ano são de transformar contratos de voz e dados em economia real para os negócios. "Uma das principais iniciativas é a renovação do acordo que já temos para telefonia local", cita Alcides Antonio Cruz, coordenador de suporte de tecnologia do grupo de origem alemã.
O executivo pretende alcançar o objetivo de qualquer companhia na atualidade, ao reduzir em até 20% os custos mensais com telefonia, aumentando a capacidade da central telefônica. A fórmula, explica Cruz, envolve a renegociação do atual contrato. "Vamos aumentar os troncos de saída do PABX de quatro para sete circuitos E1 e, em contrapartida, propusemos a redução da tarifa por ramal", conta o coordenador. Além disso, o projeto prevê que a operadora troque a atual infra-estrutura de cabos de par trançado por fibra óptica para integrar a rede de voz à central pública, que fica a cerca de 1,8 Km da sede da empresa, no bairro do Jaraguá (SP). "Toda essa mudança garantirá mais disponibilidade dos recursos de telefonia, com menor preço e muito mais qualidade", avalia Cruz.
Na parte de dados, a companhia quer beneficiar-se de um acordo firmado com a atual provedora do link de rádio de 2 Mbps. A idéia, conta o coordenador de suporte, é permitir que a provedora transfira o ponto de presença, atualmente em Santana de Parnaíba (SP), para dentro da sede da Voith – atendendo a outras empresas instaladas na região do Jaraguá. Em troca do espaço que será cedido para colocar os equipamentos, a empresa pretende ampliar, sem qualquer custo, a largura da banda. A transição, prevê o coordenador, deve ocorrer até abril, no entanto, o executivo não confirma de quanto deve ser o incremento de capacidade acordado com o provedor.
Quando questionado sobre novas tecnologias, o executivo ainda mostra-se reticente quanto a grandes projetos. Uma das soluções estudadas pela companhia, conta, foi a implementação da comunicação wireless. "No entanto, o sistema é inviável por conta da interferência eletromagnética em nossas instalações", considera, completando: "sem contar com o custo, que ainda é alto e com a questão da garantia de segurança, a qual barra o projeto."
No entanto, Jairo Okret, da A.T.Kearney, lembra que os projetos baseados em redes sem fio só tendem a crescer no ambiente corporativo graças a iniciativas pontuais, mas que não devem ser descartadas pelos fornecedores. "Os 2,7% do orçamento destinados para as tecnologias wireless – conforme revelou o Panorama de Telecom 2004 – podem parecer pouco. Mas se lembrarmos que esse é um mercado razoavelmente novo, saindo de cifras nulas, o número é expressivo", concorda Paulo Hoffman, da Frost & Sullivan. Ele lembra que a mesma perspectiva se aplica aos números de VoIP e de VPN com, respectivamente, 4,9% e 4,5% do bolo total de investimentos planejados pelas corporações para este ano. Uma constatação de que 2004 deve ser um período de orçamentos variados, mas focados na preocupação de reduzir custos.
Naquele dia ,todo o joelho se dobrará e toda a lingua confessará:
- Que Jesus Cristo é o Senhor!
- Que Jesus Cristo é o Senhor!
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- Registado: 5/9/2003 21:18
Estas análises com base em time-frames diferentes são mesmo interessantes. Realmente a PTC está a ser uma verdadeira seca e, embora a entrada esteja a ser interessante, vamos ver qual a evolução.
Como dizes Ulisses, não vale a pena tentar arranjar razões para isto ou aquilo. No gráfico de 30 min quais as razões para o desenhar de cada barra nesse time-frame? LOL
Mas hoje aconteceu algo que me parece interessante:
1. Depois de ameaçar descambar abaixo dos 50.00 no RSI a PTC fez um fecho "fulgurante", carregando este indicador novamente para cima da linha intermédia em modo bull;
2. Gap fechado nos 9.07 a que se seguiu uma correcção para depois observarmos o arranque para o fecho com algumas centenas de milhar de acções transaccionadas no fim da sessão.
Para já mantém-se intacto o cenário bull neste time-frame valendo o que vale. A não ser que algo de terrível aconteça nos próximos dias, a próxima sessão deverá ser de alta confirmando o bom fecho e o momentum pela passagem do MACD a bull.
Um abraço,
MozHawk
Como dizes Ulisses, não vale a pena tentar arranjar razões para isto ou aquilo. No gráfico de 30 min quais as razões para o desenhar de cada barra nesse time-frame? LOL
Mas hoje aconteceu algo que me parece interessante:
1. Depois de ameaçar descambar abaixo dos 50.00 no RSI a PTC fez um fecho "fulgurante", carregando este indicador novamente para cima da linha intermédia em modo bull;
2. Gap fechado nos 9.07 a que se seguiu uma correcção para depois observarmos o arranque para o fecho com algumas centenas de milhar de acções transaccionadas no fim da sessão.
Para já mantém-se intacto o cenário bull neste time-frame valendo o que vale. A não ser que algo de terrível aconteça nos próximos dias, a próxima sessão deverá ser de alta confirmando o bom fecho e o momentum pela passagem do MACD a bull.
Um abraço,
MozHawk
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A lateralização da PT continua. Chega a ser irritante, como dizes Marta, mas este processo de lateralização cria condições para o próximo movimento forte.
Tentar ler os movimentos do dia a dia actual da PT é tarefa inútil. Porque é que subiu 7 ticks? Porque é que caiu 4 ticks? Penso que não vale a pena gastarmos os neurónios a tentar interpretar os movimentos erráticos que vem fazendo no seu intervalo de consolidação.
A minha grande curiosidade é saber se, como é hbaitual, será a PT a antecipar o próximo movimento forte do nosso mercado que continua também em lateralização. Continuará a ser a locomotiva nas subidas e nas quedas?
Beijos e abraços,
Ulisses
Tentar ler os movimentos do dia a dia actual da PT é tarefa inútil. Porque é que subiu 7 ticks? Porque é que caiu 4 ticks? Penso que não vale a pena gastarmos os neurónios a tentar interpretar os movimentos erráticos que vem fazendo no seu intervalo de consolidação.
A minha grande curiosidade é saber se, como é hbaitual, será a PT a antecipar o próximo movimento forte do nosso mercado que continua também em lateralização. Continuará a ser a locomotiva nas subidas e nas quedas?
Beijos e abraços,
Ulisses
Deliberação da Anacom
PT Comunicações obrigada a aumentar pontos de agregação do tráfego de Internet
A PT Comunicações vai ser obrigada a aumentar os pontos de agregação do tráfego de Internet, no âmbito de uma deliberação da Anacom hoje conhecida.
--------------------------------------------------------------------------------
Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
A PT Comunicações vai ser obrigada a aumentar os pontos de agregação do tráfego de Internet, no âmbito de uma deliberação da Anacom hoje conhecida.
A PTC deve, «no prazo de um mês contado a partir da data da deliberação final, remeter aos prestadores que estiverem a usufruir da oferta «Rede ADSL PT» uma proposta técnica detalhada para discussão (?) com vista a alargar os pontos de acesso disponíveis até ao nível ATM», ou seja, os pontos onde os operadores que adquirem a solução grossista de ADSL da PT vão buscar o tráfego de Internet feito pelos utilizadores. A partir daí reencaminham-no nacional ou internacionalmente, pelas suas redes ou de terceiros.
Num mês a PTC tem de disponibilizar a lista dos novos pontos de acesso e estabelecer, para cada um dos novos níveis de acesso, as condições técnicas associadas a essa nova oferta, nomeadamente as interfaces físicas disponíveis, as classes de acesso local suportadas e restantes parâmetros de rede.
Esta era uma das principais reivindicações dos operadores de ADSL, além de outras, como nomeadamente a protecção das margens de retalho. A Sonaecom congratulou-se já com a deliberação, dizendo que «esta deliberação vem ao encontro àquilo que a Sonaecom há muito reivindicava e pela qual tem vindo a lutar».
A deliberação pretende, ainda, que a PTC preveja a disponibilização de categorias de serviço que permitam a oferta de serviços com débito garantido. Além disso, terá na proposta de incluir novos preços na oferta e definir os aspectos relacionados com a qualidade de serviço.
Por outro lado, tem dois meses para alterar a oferta «Rede ADSL PT», no sentido de incluir os aspectos acima identificados
PT Comunicações obrigada a aumentar pontos de agregação do tráfego de Internet
A PT Comunicações vai ser obrigada a aumentar os pontos de agregação do tráfego de Internet, no âmbito de uma deliberação da Anacom hoje conhecida.
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Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
A PT Comunicações vai ser obrigada a aumentar os pontos de agregação do tráfego de Internet, no âmbito de uma deliberação da Anacom hoje conhecida.
A PTC deve, «no prazo de um mês contado a partir da data da deliberação final, remeter aos prestadores que estiverem a usufruir da oferta «Rede ADSL PT» uma proposta técnica detalhada para discussão (?) com vista a alargar os pontos de acesso disponíveis até ao nível ATM», ou seja, os pontos onde os operadores que adquirem a solução grossista de ADSL da PT vão buscar o tráfego de Internet feito pelos utilizadores. A partir daí reencaminham-no nacional ou internacionalmente, pelas suas redes ou de terceiros.
Num mês a PTC tem de disponibilizar a lista dos novos pontos de acesso e estabelecer, para cada um dos novos níveis de acesso, as condições técnicas associadas a essa nova oferta, nomeadamente as interfaces físicas disponíveis, as classes de acesso local suportadas e restantes parâmetros de rede.
Esta era uma das principais reivindicações dos operadores de ADSL, além de outras, como nomeadamente a protecção das margens de retalho. A Sonaecom congratulou-se já com a deliberação, dizendo que «esta deliberação vem ao encontro àquilo que a Sonaecom há muito reivindicava e pela qual tem vindo a lutar».
A deliberação pretende, ainda, que a PTC preveja a disponibilização de categorias de serviço que permitam a oferta de serviços com débito garantido. Além disso, terá na proposta de incluir novos preços na oferta e definir os aspectos relacionados com a qualidade de serviço.
Por outro lado, tem dois meses para alterar a oferta «Rede ADSL PT», no sentido de incluir os aspectos acima identificados
Exacto, Marta. Penso que pelo facto de estarmos a usar escalas diferentes, a minha linha de tendência ascendente continua inviolada. Eu continuo a bater na tecla da importância dos 8,82 porque se olharmos para de 8 meses, vemos que os últimos 2 passámos a consolidar acima da anterior resistência e que é agora o novo suporte. Até que ele seja quebrado, não posso deixar de achar que o movimento até é bonito.
Beijos,
Ulisses
Beijos,
Ulisses
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PTC g.a.
Aqui fica. Continua no tal range lateral de que falei ontem e parece andar a querer chatear-me à força, hehe. Claro que hoje sobe, e já estou mesmo a ver o filem de subir mais um bocado para me convencer que sobe mesmo e depois volta a cair.
. Já ando chateada com a menina.

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