CALDEIRÃO DE BOLSA

Funcionários da Soares da Costa em greve por aumento salário

DE


Os trabalhadores da construtora, baseada do Porto, cumprem amanhã um dia de greve em protesto pelo atraso na actualização dos salários este ano, anunciou hoje o sindicato do sector.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção do Norte adiantou que a empresa, encarregue da construção de mais de metade das estações do Metro do Porto, ainda não aplicou a actualização de 2,5% nos salários, apontada para 2004 pelas associações patronais.

«Os trabalhadores, que têm um salário mínimo contratual médio de 500 euros, estão descontentes e vão concentrar-se frente aos escritórios da Soares da Costa», referiu Albano Ribeiro.

Segundo afirmou o dirigente sindical, a greve abrangerá os trabalhadores da construtora em todo o país, mas a concentração só reunirá funcionários do Norte do país, frente aos escritórios da empresa no Porto.

«Esperamos algumas centenas de trabalhadores porque temos vindo a fazer uma forte mobilização», disse.

Durante o protesto, Albano Ribeiro pretende expor a actual situação da empresa e apresentar propostas «para evitar o pior».

«Vamos anunciar várias iniciativas que, certamente, vão culminar em mais concentrações», adiantou.

De acordo com o sindicalista, a Soares da Costa alega atravessar uma «situação complicada», em grande parte motivada pela dívida de cerca de 45 milhões de euros por parte do Governo central e das autarquias.

«A empresa diz que não tem dinheiro», salientou.

Contactado pela Lusa, o porta-voz da Soares da Costa confirmou que a actualização salarial ainda não foi feita este ano por ainda não ter sido concluída a negociação colectiva.

«A Soares da Costa entendeu que só fará a actualização quando estiver terminada a contratação colectiva, é uma questão de princípio», afirmou António Frada.

O responsável admitiu, contudo, que algumas empresas do sector optaram já por fazer o aumento de 2,5% proposto pelas associações patronais.

Confirmou também a dívida do Estado à empresa, mas negou que estas dificuldades estejam na origem da demora na actualização salarial."



Apertos na Soares da Costa?

JCS

Fala-se que o Laurindo Costa está com "a corda na garganta". Além de estar a ser pressionadissimo pelas instituições financeiras para cumprir com os compromissos contratados, a verdade é que a divida ronda já os €400 Milhões (apróximadamente a da Mota-Engil que tem uma dimensão muito maior).
Segundo li, parece-me que há uns tempos umas acções da Soares da Costa foram dadas como garantia a um empréstimo (salvo erro do BES) para financiar a actividade da empresa.

Como a actividade não tem sido a melhor (e os encargos fixos não aliviaram no mesmo periodo e o dinheiro foi-se), a Soares da Costa tentou novamente junto do BES um aumento do financiamento que terá sido recusado pelo banco por não querer aumentar a sua exposição à empresa (ou pelo menos ver aumentar ainda mais os seus rácios de mal parado).

Parece que devido a esta recusa por parte do BES, a Soares da Costa negociou com a CGD (em condições menos vantajosas, mas a necessidade tem destas coisas) um empréstimo de valor maior para a liquidação total do empréstimo ao BES (desbloqueando as acções garantia que servirão - ou já servem - de garantia para a CGD) e para então aliviar a tesouraria da empresa.

Laurindo poderá assim ter resolvido momentaneamente a asfixia financeira, mas não tem de maneira nenhuma o problema resolvido. Ao que parece, apesar de alguns sinais de recuperação imobiliária que se fazem sentir (neste caso falo por mim, reconhecendo que são ainda fracos), a Soares da Costa está longe de ter um balanço equilibrado e tem o problema da dimensão para poder aspirar a um lugar confortável nas inumeras adjudicações que se prevêm para o TGV.
É aqui que aparece a Mota-Engil que aspirando ser um player Europeu (na minha opinião a construtora mais bem gerida em Portugal e que por isso está a passar um pouco ao lado da crise) se tem apróximado da Soares da Costa, procurando uma fusão.

Na minha opinião uma fusão com a Mota-Engil (que parece ser das poucas em Portugal com "cash" para pôr em cima da mesa) resolveria o embroglio de Laurindo Costa tanto na vertente financeira como na de dimensão. O preço a pagar (apesar de Laurindo ficar com uma participação na empresa resultante da fusão), será contudo perder o controlo de uma grande construtora.

É o que se fala, contudo julgo necessário e inevitável (e há muito se vem falando nisso) uma onda de fusões e aquisições envolvendo as maiores empresas a operar no sector em Portugal porque o mercado será cada vez maior e todas as sinergias terão de ser criadas para se poderem apresentar propostas a preços que possam competir com o resto da europa. E as empresas de construção portuguesas são as melhores do mundo no "saber fazer"...

Quanto à Somague... essa já resolveu o seu problema . O preço a pagar foi o mesmo que Laurindo pagará caso o presumivel negócio venha a acontecer... Irá em frente

Cumprimentos

JCS

com mais consistência no Samanário Económico, http://www.semanarioeconomico.iol.pt/, e como hoje ainda não transacionou, situação que não tem sido habitual nos últimos tempos, alguém me sabe dizer se eventualmente terá sido suspensa por causa destas notícias?

..Mota-Engil...Soares da Costa.............

não sei, porque não vi isso em parte nenhuma, mas o que è obrigatório acontecer no sector da construção são as concentrações, porque não existe mercado interno para todos. A TD têm uma participação na S.Costa de cerca de 15%-20%, tendo circulado a informação em que se dizía ser uma participação estratégica, portanto não vendável e também circulou em tempos a informação de que o L. Costa, maior accionista da SCO, depois do rompimento do acordo que teve em tempos c/ a TD, ficou de candeias às avessas com os Duarte's, também circulou recentemente a informação de que o L.Costa tinha transferido acções (cativas ?) do BCP p/ a CGD. Isto tudo associado ao despertar do titulo, que estava à bastante tempo adormecido na Bolsa, prespectiva que algo estará para acontecer, a ver vamos.

Circulam rumores de concentração no sector da Construção Civil, fala-se no interesse da Teixeira Duarte que é a dona da Soares da Costa na Zagope, Edifer e Construtora do Tamega.

Ninguém a comenta aqui neste forum! E ela lá vai trepando grau a degrau, espero que na próxima sessão rompa os 2.50 para ficar com caminho aberto prós 3.00, para além do BCP está a ser a minha melhor aposta este ano e estou muito curioso para saber o que está por detrás desta subida.