EUA notificam mais seis países de novas tarifas. Argélia, Líbia e Iraque com 30%

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DÊ-LHES MAS É FÓSFORO SENHORA MINISTRA!
Com a equiparação a gestores públicos os administradores dos hospitais SA
vão beneficiar de mais algumas regalias, designadamente, do reforço do
'plafond' dos cartões de crédito e poder adquirir automóveis mais caros
(entre 35 e 45 mil euros); além disso, ao fim de três anos podem adquirir
os respectivos automóveis por 20% do seu valor.

E os argumentos do ministério das Finanças são basicamente dois: o cartão
de crédito serve para despesas reembolsáveis (Correio da Manhã) e os
benefícios poderão ser retirados em função dos resultados. Tentei rir à
gargalhada, mas não consegui.

Já estou a imaginar a secretária do administrador do hospital sa
a telefonar para o senhor doutor a dizer-lhe "Não se esqueça de comprar 5
caixas de aspirinas, 15 pensos rápidos e uma garrafa de água oxigenada";
ou a esposa a dizer ao mesmo senhor doutor dando-lhe um conselho "Vê lá
se poupas o BMW do hospital porque assim quando tiver 3 anos está quase
novo, e eu já estou farta do FIAT Uno".

Com alguma imaginação também consigo ver o administrador do hospital sa
mal sucedido na fila do Serviço Nacional de Emprego logo atrás dos
administradores públicos que a senhora ministra já despediu ao longo de
todos os anos que exerceu cargos governamentais.

E essa de mobilizar gestores competentes deve ser mesmo para rir; então a
senhora ministra das Finanças não poderia informar-se sobre o currículo
de alguns funcionários do seu ministério que foram reconvertidos em
gestores hospitalares? Pelo que eu conheço deles para se tornarem
gestores competentes precisam mais de fósforo do que de automóveis.

Há coisas que não compreendo, e aqui ficam para reflexão, e a que a
senhora ministra deveria dar resposta:

Se tais benesses se destinam a mobilizar pessoas competentes porque é
que são concedidas quando os cargos estão preenchidos?
Como se compreende que qualquer boy promovido a gestor hospitalar ganhe
muito mais do dobro do que um subdirector-geral responsável pelo combate
à evasão fiscal no país? E ainda mais do que um director-geral do
Tesouro ou do património, só para referir cargos no ministério das
Finanças?
Como se pode aceitar que um administrador do hospital que tem que se
deslocar de carro de casa para o hospital e do hospital para casa use um
carro de 9.000 contos e um subdirector-geral dos impostos que dá voltas
ao país use carros com mais de 5 anos e com 150.000 quilómetros?
Porque é que quando são nomeados os dirigentes da AP o seu curriculo é
publicado no DR e dos gestores hospitalares nem lhe sabemos o rasto?
Houve algum concurso público ou qualquer outra forma de avaliação dos
gestores dos hospitais sa?

Um dia destes muito funcionário público vai chegar a uma conclusão: eles
que trabalhem...

Da parte que me toca, estou farto!

Estou farto de ser tratado como cidadão de segunda, vendo os seus
afilhados passarem-me todos à frente.
Estou farto de ser ofendido por discursos que partem do pressuposto de
que sou um gandulo parasita.
Estou farto de ser ameaçado por avaliações feitas não sei por quem, como
se até aqui nada tenha feito por ausência de avaliações.
Estou farto de ver o meu vencimento reduzido porque na ausência de
competência para gerir a Administração Pública a única solução que
encontram é cortar sempre na mesma verba.
Estou farto de aturar os dirigentes incompetentes que os ministros
escolhem.
Estou farto de ouvir falar dos sucessos da consolidação orçamental
quando sei que nada foi feito.
Estou farto de passar anos a trabalhar sem quaisquer incentivos, muitas
vezes dia e noite e sábados e domingos.

Mas há uma única coisa de que não me vou fartar, é de que gozem comigo,
pela simples razão de que não o permitirei!