CALDEIRÃO DE BOLSA

Aparentemente a CMVM não se chateia muito.

Vê, precisamente no site deles, o relatório:

http://web3.cmvm.pt/sdi/emitentes/action.cfm?ID=8069

E a CMVM aceita isso? Parece-me muito estranho que essa situação seja permitida, pensava que ainda assim o controle (e exigência) sobre as empresas cotadas era bem mais eficaz do que parece...

artista:
A Lisgráfica assumiu passar a apresentar apenas contas individuais a partir de 2002, com o argumento extremamente nebuloso (no mínimo) de que não consegue calcular os resultados das 6 principais participadas.
E os resultados que eu indiquei para os anos se 1998 a 2001 no post anterior são os que aparecem nos seus relatórios e contas, pelo que são do mais seguro que é possível arranjar...

Quem não se recorda dos problemas com a apresentação de contas?

Já agora, não tenho a certeza, mas tinha a idéia de que a LIS teve resultados entre 800 e 900 mil contos (4/4,5 M€) em 99 ou 2000... talvez esteja enganado, será que alguém pode confirmar?!

bom fim-de-semana para todos

Só uma pergunta Ming, as empresas cotadas não são obrigadas a apresentar sempre resultados trimestrais??!! ou o que querias dizer era que os que a LIS apresentou desde 2002 não fazem o mínimo sentido?!

Lisgráfica:

Já dei uma curta resposta em http://www.caldeiraodebolsa.com/forum/viewtopic.php?t=23425

De qualquer modo estive a olhar um pouco mais para os dados da Lisgráfica, e acho que esta não pode mesmo ser analisada em termos fundamentais:
Desde 2002 deixou de apresentar resultados consolidados, passando a apresentar uma ficção baseada nos resultados individuais e numa avaliação "marada" dos valores dos negócios participados. Os auditores tem-se desdobrado em críticas ao assunto.

Basta dizer que se os relatórios da LIS tivessem algum realismo, a empresa valeria 16.2 Meuros em termos contabilisticos enquanto, como o Artista disse, está com uma capitalização bolsista de 9.24 Meuros...

Em qualquer caso, esta empresa parece estar a conseguir reduzir o valor dos prejuizos sistemáticos que tem apresentado e, quem sabe, pode acabar por se safar. No entanto, eu não meteria nela um tostão (com base nos fundamentais) com o que é possível saber neste momento.

Já agora: A Lisgráfica nunca apresentou resultados líquidos anuais superiores a 2.7 Meuros (em 1998)...
Depois disso apresentou ainda lucros em 1999 (2.4 Meuros) e em 2000 (1.7 Meuros) e em 2001 começou o descalabro com 11 Meuros negativos ...
Depois disso nunca mais conseguiu lucros...

Amim, isto parece um caso clássico de contas cozinhadas em 1998, 1999 e 2000 que depois teve de ser "limpo" com os prejuizos de 2001...
Algo como o que o coelho dos campos fez na PAD...

Sugestão final:
Especulem se quiserem com a LIS, com base em AT, mas não se metam nela com base em AF...

Por acaso gostava de uma análise aos fundamentais da LIS... Ming?!

Segundo as minhas contas por alto a Lisgráfica vale neste momento 9,2ME (+-) em bolsa... se tivermos em conta que a empresa conseguiu resultados próximos dos 5ME há 3/4 anos atrás e se com a recuperação económica, aliada à restruturação que a empresa tem feito nos últimos anos, os conseguir voltar a fazer (ou mesmo bater) a empresa tem neste momento um Per "potencial" inferior a 2!!!!!

Já o disse anteriormente, é o que penso que vai acontecer a muitas empresas, os resultados cairam muito e agora irão recuperar, como em mercados deprimidos os Per atingem valores baixos e em mercados sobrevalorizados atingem Per's muito altos isso dá valorizações bastante grandes...

Vou dar um exemplo... partindo do pressuposto que o BCP (vou usar uma empresa conhecida porque penso ser mais exemplificativa mas alguns dos pressupostos podem não ser muito fiáveis, não conheço muito bem os fundamentais das empresas, embora os do BCP ainda sejam dos que melhore conheço ) vai conseguir duplicar os resultados nos próximos 3/5 anos e que neste período atingiremos um pico Bull.
O BCP tem neste momento um Per de 16, mas deverá atingir, pelo menos, um per de 25/30 num bull market (em 98 atingiu um per máximo superior a 40!!!)

Então podemos chegar à seguinte conclusão: o EPS do BCP atingirá os 0,26 euros nos próximos anos que multiplicados por 25 e 30 darão valores entre 6,5 e 7,8!!!! digamos que este é o meu target para o BCP para os próximos anos!!

Atenção que isto é a minha opinião pessoal e não me responsabilizo... blá, blá, blá vocês já sabem!

Este exemplo deve servir sobretudo para exemplificar como funcionam os mercados, e como se atingem muitas vezes valorizações brutais que, descabidas ou não, são perfeitamente compreensíveis...

O exemplo que dei é do BCP agora vejam o que pode acontecer com um título em que os resultados variem muito mais!!!!!!!

Bom fim-de-semana

Apenas um aparte que nada tem a ver com bolsa:

Já lá estive dentro e ver todas aquelas máquinas a despejarem papel até arrepia... Sempre a laborar a empilhar, a carregar e entregar... Foi interessante ver aquele negócio em pleno funcionamento.

JCS

Caro Marco, o problema da Lisgráfica, já muitas vezes aqui falado é que transacciona pouquissímas acções e deste que o novo preçario (ao negócio) entrou em vigor, tornou-se desinteressante.

I
nformação recolhida num artigo


"...Na área de impressão de jornais, a Lisgráfica mantém uma quota de 60%, no sector de impressão de páginas amarelas, essa quota sobe para 100%, enquanto na impressão de revistas, a quota da empresa nacional é de 80%.

Estes dados ainda são actuais?
Se assim for, o domínio desta empresa parece esmagador no mercado nacional, pelo que deveria apresntar outro tipo de desempenho? O que se passa afinal? Alguém sabe para quando os resultados anuais?