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Jornal o Público s/ a Bolsa Portuguesa

MensagemEnviado: 19/2/2004 18:05
por Razao_Pura
Bolsa de Lisboa ao nível mais alto desde Abril de 2002
Público
19-02-2004

A forte subida da bolsa portuguesa, com um volume de negócios acima do habitual, está a gerar alguma curiosidade sobre a sustentabilidade da recuperação do mercado nacional, que se mantém na liderança dos ganhos a nível internacional, com uma valorização anual de 12 por cento.


Ontem Lisboa registou a maior valorização dos principais mercados internacionais (ver comentário de bolsa) e teve vários títulos a bater máximos, situação que se tem repetido nos últimos dias. O fulgor da praça portuguesa, afirmam analistas contactados pelo PÚBLICO, é explicado em parte pela coincidência de novas "histórias" - algumas iminentes ou concretizadas outras em perspectiva - a acontecerem em simultâneo em várias empresas, nomeadamente nas que têm maior peso no índice, como a EDP, a PT e o BCP, títulos responsáveis por cerca de dois terços do volume de negócios diário. "Histórias" em torno da privatização da Portucel, a reorganização no grupo Sonae, ou a conquista de novos contratos por parte da Pararede também têm trazido alguma animação. A esta fase de corrida às compras não é alheio, segundo analistas, a perspectiva um pouco mais optimista sobre o desempenho da economia portuguesa, algum regresso de investidores estrangeiros ao mercado, e numa maior aposta do investidores institucionais portugueses (fundos) na bolsa. E este movimento de entrada atrai outros investidores, criando uma dinâmica positiva.

Mas para alguns analistas a grande explicação para os ganhos acumulados este ano reside sobretudo na falta de profundidade do mercado da Euronext Lisboa, o que permite que quando a tendência é de subida as acções disparem, mas também faz com que nos momentos de quebra, o mercado fique mais deprimido.
Um dos títulos que tem vindo a consolidar ganhos é a EDP, que ontem encerrou as 2,27 euros, já acima do valor a que foi vendida na primeira fase de privatização.

A recuperação da EDP, que atraiu milhares de pequenos aforradores, poderá ser responsável pelo regresso de alguns particulares ao mercado bolsista. A "história" que está a estimular este título é a reorganização do sector energético e a bom desempenho da nova equipa de gestão.

O BCP também está sob os holofotes dos investidores. Mas a valorização do Comercial Português tem um elevado teor especulativo, relacionado com possibilidade de concentração no sector e com venda de activos. A PT está a ser ajudada pelo desenvolvimento dos negócios do Brasil. Entre os destaques obrigatórios está a Portucel, que se encontra confortavelmente acima do valor fixado pelo Governo para a actual fase de privatização, a evidenciar a possibilidade de aparecimento de vários interessado. Referência obrigatória ainda para a Pararede, que subiu mais 33 por cento nos dois últimos dias, com forte movimento de acções.