Expectativa de subida das taxas, afecta os mercados de acçõe
Enviado: 5/2/2004 20:05Expectativa de subida das taxas, afecta os mercados de acções
Esta foi uma semana de correcção nos mercados accionistas. O Eurostoxx50, que havia subido cerca de 10% desde meados de Dezembro, teve a primeira semana negativa do ano, perdendo 1,85%. No início da semana, as declarações de George Soros, um gestor de fundos de referência, afirmando que espera que o dólar continue a enfraquecer, pressionaram a moeda norte-americana e os índices accionistas.
No entanto, o principal motivo para a queda dos mercados foi o comunicado da Reserva Federal, no final da sua reunião. Apesar de manter as taxas de juro em 1%, como esperado, o mercado interpretou as declarações do comité como preparando terreno para subidas nas taxas directoras mais cedo do que se antecipava. As taxas de juro de curto prazo subiram e o dólar também reagiu em alta, voltando a atingir os 1,2350 face ao euro.
A reacção dos mercados accionistas foi negativa, tendo o Nasdaq e o DAX registado uma desvalorização de 2,72% e 2,25%, respectivamente.
O sector segurador, muito sensível pela sua elevada exposição ao comportamento dos mercados accionistas, foi o mais penalizado. A Allianz foi adicionalmente afectada pela especulação de que não irá vender o Dresdner Bank.
Também o sector das telecomunicações esteve pressionado pela performance da Deutsche Telekom e da Vodafone. Apesar destas empresas terem divulgado um forte crescimento de subscritores de serviço móvel, a perspectiva de que o KFW, um banco estatal, venda acções da Deutsche Telekom, pressionou a empresa alemã. A Vodafone foi penalizada com a possibilidade de compra da norte-americana AT&T Wireless.
Pelo contrário, as fusões e aquisições suportaram o sector farmacêutico. O anúncio de uma oferta hostil da Sanofi-Synthelabo pela Aventis, fez subir esta farmacêutica 9%. A recusa da oferta pela Aventis colocou alguma expectativa quanto ao surgimento de uma oferta de valor mais elevado, aumentando a especulação sobre novas ofertas no sector.
Em Portugal, o PSI20 perdeu apenas 0,09%, suportado pelo excelente comportamento da Sonae, que subiu quase 5%, e da EDP, a ganhar cerca de 3%. A eléctrica nacional reflectiu a aproximação da resolução do processo de reestruturação do sector, envolvendo a integração da GDP na EDP. A Sonae continuou a beneficiar de expectativas de venda da operação de retalho no Brasil. A acção da Portugal Telecom foi o título que mais pressionou o índice, perdendo 4,3%, afectado por descidas de recomendação por parte de bancos de investimento internacionais.
Esta semana o mercado estará atento à reunião do G7, no dia 6 (um dia depois da reunião do BCE), na busca de sinais de uma possível alteração de política monetária. No plano macro-económico, as atenções estarão centradas nos indicadores de confiança empresarial, de confiança dos consumidores e no relatório de emprego norte-americano (uma das principais variáveis para a recuperação económica). O ritmo da apresentação de resultados vai abrandar um pouco, mas ainda com bastantes destaques, nomeadamente a Alcatel, a Ericsson, a France Telecom e a Cisco.
Mercado Accionista Variação Semanal
PSI 20 -0,09 %
DJ euroStoxx50
-1,85 %
DAX30
-2,25 %
S&P500
-0,91 %
Nasdaq
-2,72 %
Entre 23 de Janeiro e
30 de Janeiro de 2004
Recomendações de Bolsa
Face às circunstâncias do mercado aqui estão as últimas recomendações do BCP Investimento para o euronext Lisbon:
Empresas Preço Alvo Fecho(*) Recomendação
P Telecom 9,95 8,43 Compra
Sonae 0,96 0,88 Compra
EDP 2,60 2,13 Compra
SonaeCom 3,80 2,90 Compra
Impresa 3,90 4,17 Reduzir
J. Martins 11,70 9,50 Neutral
BPI 3,05 3,00 Reduzir
* Fecho do dia 02 Fevereiro 2004
Nota: O BCP Investimento não efectua recomendação sobre o título BCP, dadas as relações de grupo existentes entre estas entidades.
Esta foi uma semana de correcção nos mercados accionistas. O Eurostoxx50, que havia subido cerca de 10% desde meados de Dezembro, teve a primeira semana negativa do ano, perdendo 1,85%. No início da semana, as declarações de George Soros, um gestor de fundos de referência, afirmando que espera que o dólar continue a enfraquecer, pressionaram a moeda norte-americana e os índices accionistas.
No entanto, o principal motivo para a queda dos mercados foi o comunicado da Reserva Federal, no final da sua reunião. Apesar de manter as taxas de juro em 1%, como esperado, o mercado interpretou as declarações do comité como preparando terreno para subidas nas taxas directoras mais cedo do que se antecipava. As taxas de juro de curto prazo subiram e o dólar também reagiu em alta, voltando a atingir os 1,2350 face ao euro.
A reacção dos mercados accionistas foi negativa, tendo o Nasdaq e o DAX registado uma desvalorização de 2,72% e 2,25%, respectivamente.
O sector segurador, muito sensível pela sua elevada exposição ao comportamento dos mercados accionistas, foi o mais penalizado. A Allianz foi adicionalmente afectada pela especulação de que não irá vender o Dresdner Bank.
Também o sector das telecomunicações esteve pressionado pela performance da Deutsche Telekom e da Vodafone. Apesar destas empresas terem divulgado um forte crescimento de subscritores de serviço móvel, a perspectiva de que o KFW, um banco estatal, venda acções da Deutsche Telekom, pressionou a empresa alemã. A Vodafone foi penalizada com a possibilidade de compra da norte-americana AT&T Wireless.
Pelo contrário, as fusões e aquisições suportaram o sector farmacêutico. O anúncio de uma oferta hostil da Sanofi-Synthelabo pela Aventis, fez subir esta farmacêutica 9%. A recusa da oferta pela Aventis colocou alguma expectativa quanto ao surgimento de uma oferta de valor mais elevado, aumentando a especulação sobre novas ofertas no sector.
Em Portugal, o PSI20 perdeu apenas 0,09%, suportado pelo excelente comportamento da Sonae, que subiu quase 5%, e da EDP, a ganhar cerca de 3%. A eléctrica nacional reflectiu a aproximação da resolução do processo de reestruturação do sector, envolvendo a integração da GDP na EDP. A Sonae continuou a beneficiar de expectativas de venda da operação de retalho no Brasil. A acção da Portugal Telecom foi o título que mais pressionou o índice, perdendo 4,3%, afectado por descidas de recomendação por parte de bancos de investimento internacionais.
Esta semana o mercado estará atento à reunião do G7, no dia 6 (um dia depois da reunião do BCE), na busca de sinais de uma possível alteração de política monetária. No plano macro-económico, as atenções estarão centradas nos indicadores de confiança empresarial, de confiança dos consumidores e no relatório de emprego norte-americano (uma das principais variáveis para a recuperação económica). O ritmo da apresentação de resultados vai abrandar um pouco, mas ainda com bastantes destaques, nomeadamente a Alcatel, a Ericsson, a France Telecom e a Cisco.
Mercado Accionista Variação Semanal
PSI 20 -0,09 %
DJ euroStoxx50
-1,85 %
DAX30
-2,25 %
S&P500
-0,91 %
Nasdaq
-2,72 %
Entre 23 de Janeiro e
30 de Janeiro de 2004
Recomendações de Bolsa
Face às circunstâncias do mercado aqui estão as últimas recomendações do BCP Investimento para o euronext Lisbon:
Empresas Preço Alvo Fecho(*) Recomendação
P Telecom 9,95 8,43 Compra
Sonae 0,96 0,88 Compra
EDP 2,60 2,13 Compra
SonaeCom 3,80 2,90 Compra
Impresa 3,90 4,17 Reduzir
J. Martins 11,70 9,50 Neutral
BPI 3,05 3,00 Reduzir
* Fecho do dia 02 Fevereiro 2004
Nota: O BCP Investimento não efectua recomendação sobre o título BCP, dadas as relações de grupo existentes entre estas entidades.