BCP quer parcerias para reduzir investimentos no exterior
O Banco Comercial Português (BCP) pretende realizar parcerias com entidades nacionais ou estrangeiros a fim de reduzir os investimentos no exterior, disse Jardim Gonçalves, presidente da instituição financeira.
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Bárbara Leite
bl@mediafin.pt
O Banco Comercial Português (BCP) pretende realizar parcerias com entidades nacionais ou estrangeiros a fim de reduzir os investimentos no exterior, disse Jardim Gonçalves, presidente da instituição financeira.
”Estamos abertos a parcerias mas dividindo investimentos”, justificou o presidente do BCP, à margem do Seminário para Banqueiros Estrangeiros que decorreu no Centro Cultural de Belém.
É nessa perspectiva que Jardim Gonçalves apoiou a retoma das negociações com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) para dividir investimentos no estrangeiro.
Tudo isto porque, segundo salienta, “não estamos em condições em aumentar os investimentos” no exterior.
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Portanto, “estamos perfeitamente abertos a parcerias com bancos portugueses e estrangeiros”, afirmou Jardim Gonçalves, que, além da CGD, admite juntar-se a algum parceiro italiano ou espanhol (Banca Intesa ou Sabadell)”.
A abertura de Jardim Gonçalves é total, admitindo que a CGD possa entrar no capital do polaco Millennium, sem que isso interfira no controlo daquele banco.
”Do que se fala é a CGD e BCP poder estar juntos em determinadas operações exteriores. Naturalmente, as já existentes podem ser objecto de convergência das capacidades das duas partes”, salientou a mesma fonte, no final do encontro.
CGD pode entrar no Banco Millennium na Polónia
A entrada da CGD, por exemplo, no Banco Millennium na Polónia pode fazer-se, desde que, não haja “perda de capacidade de gestão”. Mas, sublinhou, “todos os cenários são possíveis”.
A realização de parcerias só será feita se houver “racional que o justifique”, avançou Jardim Gonçalves.
Ainda que pretende alavancar o crescimento no estrangeiro através de parcerias, Jardim Gonçalves avança que pode continuar sozinho, caso as actuais operações no exterior dêem os retornos previstos.
Polónia e Grécia devem ter ROE perto de 20%
Antes de reforçar noutros países eleitos, o BCP precisa “primeiro de ter o retorno adequado das operações na Polónia, na Grécia e, na Turquia”, sublinhou o mesmo responsável.
Mas, neste momento, investir em novos mercados, “não é tema que se coloque”, avançou, aos jornalistas.
O presidente do maior banco privado português considera “retorno adequado”, quando as operações naqueles dois países atinjam a rendibilidade dos capitais próprios (ROE)de 20%.
“Todos sabemos que o retorno em todos os segmentos andava muito próximo dos 20% e todas as operações que nós temos no exterior estão muito longe desse retorno adequado”, destacou.
A actividade da Polónia já teria apresentado os retornos desejados, caso “não tivesse acontecido a fusão com a casa-matriz”, disse a mesma fonte.
Jardim Gonçalves referiu mesmo que “estamos a sacrificar o curto prazo para criar uma capacidade de retorno”.
”Iniciámos uma pequena operação de retalho e quando se faz uma operação de fusão, tem que investir mais e esse investimento demora mais a receber o retorno”.
JCS