
Meu caro amigo djovarius,
Depois de lido o seu post, que agradeço pois é sempre um prazer recebê-los, interessa agora responder de forma totalmente construtiva.
Em primeiro lugar, estou de acordo, na generalidade, com este último post como já tinha estado também em relação a boa parte do conteúdo dos anteriores. Claro que, com o pressuposto de que estamos a falar ao nível do comércio externo entre os EUA e os restantes países, um índice como o Broad Index (BI) é perfeitamente aceitável como medida do valor do USD relativamente às moedas dos principais países que compram e vendem produtos e serviços aos EUA. Chamo a atenção para o gráfico do BI que você incluiu pois está calculado a valores nominais. O mesmo gráfico apresentado a valores reais (também produzido pelo FED) dá resultados mais fidedignos.
Não sei se viu o The Economist da semana passada (7-13 Fev), que traz um artigo excelente sobre as divisas (aliás já aqui referido e em parte transcrito no Caldeirão pelo MozHawk) e que apresenta exactamente o gráfico do BI mas a preços reais. Como eu não consigo postá-lo aqui, digo-lhe que esse broad a valores reais, tem uma evolução desde 1973 até hoje muito parecida com a do DX, embora mais atenuada nos extremos o que é natural. A descida a partir do início de 2002 (em que estava a cerca de 114) é muito forte estando agora na zona dos 98.
De forma muito diferente, a evolução ao longo dos anos do gráfico do BI a valores constantes indica um USD quase sempre a crescer, com um pico maior em 1985 e posterior recuperação sem problemas, para depois e sempre a crescer atingir outro pico em 2001/2002, começando então uma pronunciada tendência descendente até hoje. É assim definido um USD ainda muito alto, muito “forte” em relação às outras 26 divisas do índice Broad.
Mas repare: o que eu tenho vindo a dizer não entra em contradição com o alcance e interesse do Broad. O que eu acentuo é a importância de um Índice que (como o DX) representa um conjunto restrito dos mais importantes crosses com o USD, que efectivamente são transaccionados em larga escala e em mercado livre. É só isto. Claro que se pode dizer que o peso do euro no DX é excessivo, sendo como é de 57,6 %. A propósito, não nos esqueçamos que nos cerca de 3 triliões de USD que o Forex movimenta, em média, por dia (é bom confirmar este valor, não estou muito certo dele, mas também o caso não é para menos…), há muitos grandes negócios que não têm a ver com comércio externo no sentido de compra e venda de bens e serviços: há outros motivos, tais como investimento, reserva, hedging, especulação, etc.
Mas o DX está definido e é negociado assim pelos americanos (e não só), que ainda não resolveram criar um outro índice para negociar o USD autonomamente, para investimento e para cobertura de risco.
Djovarius, para alguns tipos de estudos e análises o DX não é o mais indicado. Ok, estamos de acordo. Mas, para além de ser importante como índice, serve para negociar e quando pomos o nosso dinheiro nalguma coisa ela passa a ter muito mais importância. Não acha?
Um grande abraço para si e bons negócios
Comentador
Depois de lido o seu post, que agradeço pois é sempre um prazer recebê-los, interessa agora responder de forma totalmente construtiva.
Em primeiro lugar, estou de acordo, na generalidade, com este último post como já tinha estado também em relação a boa parte do conteúdo dos anteriores. Claro que, com o pressuposto de que estamos a falar ao nível do comércio externo entre os EUA e os restantes países, um índice como o Broad Index (BI) é perfeitamente aceitável como medida do valor do USD relativamente às moedas dos principais países que compram e vendem produtos e serviços aos EUA. Chamo a atenção para o gráfico do BI que você incluiu pois está calculado a valores nominais. O mesmo gráfico apresentado a valores reais (também produzido pelo FED) dá resultados mais fidedignos.
Não sei se viu o The Economist da semana passada (7-13 Fev), que traz um artigo excelente sobre as divisas (aliás já aqui referido e em parte transcrito no Caldeirão pelo MozHawk) e que apresenta exactamente o gráfico do BI mas a preços reais. Como eu não consigo postá-lo aqui, digo-lhe que esse broad a valores reais, tem uma evolução desde 1973 até hoje muito parecida com a do DX, embora mais atenuada nos extremos o que é natural. A descida a partir do início de 2002 (em que estava a cerca de 114) é muito forte estando agora na zona dos 98.
De forma muito diferente, a evolução ao longo dos anos do gráfico do BI a valores constantes indica um USD quase sempre a crescer, com um pico maior em 1985 e posterior recuperação sem problemas, para depois e sempre a crescer atingir outro pico em 2001/2002, começando então uma pronunciada tendência descendente até hoje. É assim definido um USD ainda muito alto, muito “forte” em relação às outras 26 divisas do índice Broad.
Mas repare: o que eu tenho vindo a dizer não entra em contradição com o alcance e interesse do Broad. O que eu acentuo é a importância de um Índice que (como o DX) representa um conjunto restrito dos mais importantes crosses com o USD, que efectivamente são transaccionados em larga escala e em mercado livre. É só isto. Claro que se pode dizer que o peso do euro no DX é excessivo, sendo como é de 57,6 %. A propósito, não nos esqueçamos que nos cerca de 3 triliões de USD que o Forex movimenta, em média, por dia (é bom confirmar este valor, não estou muito certo dele, mas também o caso não é para menos…), há muitos grandes negócios que não têm a ver com comércio externo no sentido de compra e venda de bens e serviços: há outros motivos, tais como investimento, reserva, hedging, especulação, etc.
Mas o DX está definido e é negociado assim pelos americanos (e não só), que ainda não resolveram criar um outro índice para negociar o USD autonomamente, para investimento e para cobertura de risco.
Djovarius, para alguns tipos de estudos e análises o DX não é o mais indicado. Ok, estamos de acordo. Mas, para além de ser importante como índice, serve para negociar e quando pomos o nosso dinheiro nalguma coisa ela passa a ter muito mais importância. Não acha?
Um grande abraço para si e bons negócios
Comentador