Djovarius, DX e FED
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Meu caro amigo djovarius,
Depois de lido o seu post, que agradeço pois é sempre um prazer recebê-los, interessa agora responder de forma totalmente construtiva.
Em primeiro lugar, estou de acordo, na generalidade, com este último post como já tinha estado também em relação a boa parte do conteúdo dos anteriores. Claro que, com o pressuposto de que estamos a falar ao nível do comércio externo entre os EUA e os restantes países, um índice como o Broad Index (BI) é perfeitamente aceitável como medida do valor do USD relativamente às moedas dos principais países que compram e vendem produtos e serviços aos EUA. Chamo a atenção para o gráfico do BI que você incluiu pois está calculado a valores nominais. O mesmo gráfico apresentado a valores reais (também produzido pelo FED) dá resultados mais fidedignos.
Não sei se viu o The Economist da semana passada (7-13 Fev), que traz um artigo excelente sobre as divisas (aliás já aqui referido e em parte transcrito no Caldeirão pelo MozHawk) e que apresenta exactamente o gráfico do BI mas a preços reais. Como eu não consigo postá-lo aqui, digo-lhe que esse broad a valores reais, tem uma evolução desde 1973 até hoje muito parecida com a do DX, embora mais atenuada nos extremos o que é natural. A descida a partir do início de 2002 (em que estava a cerca de 114) é muito forte estando agora na zona dos 98.
De forma muito diferente, a evolução ao longo dos anos do gráfico do BI a valores constantes indica um USD quase sempre a crescer, com um pico maior em 1985 e posterior recuperação sem problemas, para depois e sempre a crescer atingir outro pico em 2001/2002, começando então uma pronunciada tendência descendente até hoje. É assim definido um USD ainda muito alto, muito “forte” em relação às outras 26 divisas do índice Broad.
Mas repare: o que eu tenho vindo a dizer não entra em contradição com o alcance e interesse do Broad. O que eu acentuo é a importância de um Índice que (como o DX) representa um conjunto restrito dos mais importantes crosses com o USD, que efectivamente são transaccionados em larga escala e em mercado livre. É só isto. Claro que se pode dizer que o peso do euro no DX é excessivo, sendo como é de 57,6 %. A propósito, não nos esqueçamos que nos cerca de 3 triliões de USD que o Forex movimenta, em média, por dia (é bom confirmar este valor, não estou muito certo dele, mas também o caso não é para menos…), há muitos grandes negócios que não têm a ver com comércio externo no sentido de compra e venda de bens e serviços: há outros motivos, tais como investimento, reserva, hedging, especulação, etc.
Mas o DX está definido e é negociado assim pelos americanos (e não só), que ainda não resolveram criar um outro índice para negociar o USD autonomamente, para investimento e para cobertura de risco.
Djovarius, para alguns tipos de estudos e análises o DX não é o mais indicado. Ok, estamos de acordo. Mas, para além de ser importante como índice, serve para negociar e quando pomos o nosso dinheiro nalguma coisa ela passa a ter muito mais importância. Não acha?
Um grande abraço para si e bons negócios
Comentador
Depois de lido o seu post, que agradeço pois é sempre um prazer recebê-los, interessa agora responder de forma totalmente construtiva.
Em primeiro lugar, estou de acordo, na generalidade, com este último post como já tinha estado também em relação a boa parte do conteúdo dos anteriores. Claro que, com o pressuposto de que estamos a falar ao nível do comércio externo entre os EUA e os restantes países, um índice como o Broad Index (BI) é perfeitamente aceitável como medida do valor do USD relativamente às moedas dos principais países que compram e vendem produtos e serviços aos EUA. Chamo a atenção para o gráfico do BI que você incluiu pois está calculado a valores nominais. O mesmo gráfico apresentado a valores reais (também produzido pelo FED) dá resultados mais fidedignos.
Não sei se viu o The Economist da semana passada (7-13 Fev), que traz um artigo excelente sobre as divisas (aliás já aqui referido e em parte transcrito no Caldeirão pelo MozHawk) e que apresenta exactamente o gráfico do BI mas a preços reais. Como eu não consigo postá-lo aqui, digo-lhe que esse broad a valores reais, tem uma evolução desde 1973 até hoje muito parecida com a do DX, embora mais atenuada nos extremos o que é natural. A descida a partir do início de 2002 (em que estava a cerca de 114) é muito forte estando agora na zona dos 98.
De forma muito diferente, a evolução ao longo dos anos do gráfico do BI a valores constantes indica um USD quase sempre a crescer, com um pico maior em 1985 e posterior recuperação sem problemas, para depois e sempre a crescer atingir outro pico em 2001/2002, começando então uma pronunciada tendência descendente até hoje. É assim definido um USD ainda muito alto, muito “forte” em relação às outras 26 divisas do índice Broad.
Mas repare: o que eu tenho vindo a dizer não entra em contradição com o alcance e interesse do Broad. O que eu acentuo é a importância de um Índice que (como o DX) representa um conjunto restrito dos mais importantes crosses com o USD, que efectivamente são transaccionados em larga escala e em mercado livre. É só isto. Claro que se pode dizer que o peso do euro no DX é excessivo, sendo como é de 57,6 %. A propósito, não nos esqueçamos que nos cerca de 3 triliões de USD que o Forex movimenta, em média, por dia (é bom confirmar este valor, não estou muito certo dele, mas também o caso não é para menos…), há muitos grandes negócios que não têm a ver com comércio externo no sentido de compra e venda de bens e serviços: há outros motivos, tais como investimento, reserva, hedging, especulação, etc.
Mas o DX está definido e é negociado assim pelos americanos (e não só), que ainda não resolveram criar um outro índice para negociar o USD autonomamente, para investimento e para cobertura de risco.
Djovarius, para alguns tipos de estudos e análises o DX não é o mais indicado. Ok, estamos de acordo. Mas, para além de ser importante como índice, serve para negociar e quando pomos o nosso dinheiro nalguma coisa ela passa a ter muito mais importância. Não acha?
Um grande abraço para si e bons negócios
Comentador
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Vamos voltar aqui ao nosso debate, o qual considero muito importante:
Porque será que em cada vez mais artigos de especialistas se fala mais do Dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad e menos do Dollar Index !?
Até em publicações "mainstream" como a Money magazine isso acontece. Mas também nas opiniões dos "contrários".
A resposta tem duas vertentes, sendo que ambas fizeram-me abrir os olhos para a realidade.
A primeira prende-se com a diversidade que espelha o trade dos EUA (import/export) na totalidade, sendo que a zona Euro está representada neste índice com o seu peso real. Também já presente neste índice está a China, razão pela qual, os especialistas estão atentos às implicações no índice quando a China deixar flutuar a sua moeda. Apesar de não estar previsto para breve, essa flutuação acontecerá, mas antes as bandas de oscilação deverão ser corrigidas em 5% ou um pouco mais, algo que fará mexer este índice, mas não (directamente) o Dollar Index.
Relembro que o peso de 57% do Euro no DX é exagerado para a realidade actual das interacções financeiras dos EUA com o exterior, tanto a nível comercial, como a nível da balança de pagamentos. Só a futura inclusão de outras divisas no DX, aí concordo, poderá devolver "glamour" ao mesmo, mas aí vamos transformar o DX num clone do dollar Trade Weighted Exchange Index. Ou pelo menos, vão ficar muito parecidos em termos de composição. Não concorda, amigo Comentador?
O dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad - também tem dados que reportam a 1973 que nos mostram como o dollar ainda é uma moeda forte. Mais, o FED reajusta anualmente o peso relativo das moedas, o que é excelente.
Para 2004, teremos a zona Euro com um peso de 18.53, o Canadá com 16.50, o Japão com 11.12, o México com 11.02 (como deixar de fora um país que tem hoje esta ligação forte com os EUA?) e a China com quase 10. O Reino Unido tem pouco mais de 5 !!
Imaginemos que a China decide revalorizar a sua moeda em 10% hoje mesmo, face às restantes divisas.
Isto iria causar uma queda de 1% neste índice, enquanto o DX não se mexeria (claro, depois mexia-se devido ao efeito dollar v. grandes divisas).
Nota de rodapé: Portugal está em penúltimo lugar entre a zona Euro com apenas 0.158 contra os últimos, que são a Grécia com 0.082 (onde está o esforço exportador??)
A outra razão pela qual os especialistas (acima esqueci de mencionar Casas de Investimento como a Morgan Stanley) consideram-no cada vez mais é o facto do FED tomar decisões considerando a força do dollar, tal como é demonstrada neste índice (ver gráfico abaixo). E se é verdade que no DX, o USD já se apresenta perto de mínimos históricos, no dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad, estamos ainda na presença de um dólar fortíssimo, em relação ao "mundo que conta" situação que deixa o FED à vontade.
No entanto, há uma realidade que é preciso deixar claro: amos os índices são de extrema importância, que mais não seja para nos lembrarmos que o USD, nos últimos 30 anos tem sido rei numa perspectiva geral, estando ainda bastante forte, mas também que o USD está a perder gradualmente muita da sua força perante as principais divisas do mundo industrializado.
E é essa a grande dor de cabeça dos europeus que estão confrontados com uma nova realidade: se houvesse um Euro Trade Weighted Exchange Index: Broad com retroactividade a 1973 poderíamos verificar que a moeda única também está forte e com tendência de alta, dor de cabeça para países que ainda dependem em demasia do sector exportador, como a Alemanha, quando poderiam ter um peso ainda maior no sector financeiro, que é exactamente o que se passa nos EUA e Reino Unido !!
Um abraço ao caro Comentador
dj
Porque será que em cada vez mais artigos de especialistas se fala mais do Dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad e menos do Dollar Index !?
Até em publicações "mainstream" como a Money magazine isso acontece. Mas também nas opiniões dos "contrários".
A resposta tem duas vertentes, sendo que ambas fizeram-me abrir os olhos para a realidade.
A primeira prende-se com a diversidade que espelha o trade dos EUA (import/export) na totalidade, sendo que a zona Euro está representada neste índice com o seu peso real. Também já presente neste índice está a China, razão pela qual, os especialistas estão atentos às implicações no índice quando a China deixar flutuar a sua moeda. Apesar de não estar previsto para breve, essa flutuação acontecerá, mas antes as bandas de oscilação deverão ser corrigidas em 5% ou um pouco mais, algo que fará mexer este índice, mas não (directamente) o Dollar Index.
Relembro que o peso de 57% do Euro no DX é exagerado para a realidade actual das interacções financeiras dos EUA com o exterior, tanto a nível comercial, como a nível da balança de pagamentos. Só a futura inclusão de outras divisas no DX, aí concordo, poderá devolver "glamour" ao mesmo, mas aí vamos transformar o DX num clone do dollar Trade Weighted Exchange Index. Ou pelo menos, vão ficar muito parecidos em termos de composição. Não concorda, amigo Comentador?
O dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad - também tem dados que reportam a 1973 que nos mostram como o dollar ainda é uma moeda forte. Mais, o FED reajusta anualmente o peso relativo das moedas, o que é excelente.
Para 2004, teremos a zona Euro com um peso de 18.53, o Canadá com 16.50, o Japão com 11.12, o México com 11.02 (como deixar de fora um país que tem hoje esta ligação forte com os EUA?) e a China com quase 10. O Reino Unido tem pouco mais de 5 !!
Imaginemos que a China decide revalorizar a sua moeda em 10% hoje mesmo, face às restantes divisas.
Isto iria causar uma queda de 1% neste índice, enquanto o DX não se mexeria (claro, depois mexia-se devido ao efeito dollar v. grandes divisas).
Nota de rodapé: Portugal está em penúltimo lugar entre a zona Euro com apenas 0.158 contra os últimos, que são a Grécia com 0.082 (onde está o esforço exportador??)
A outra razão pela qual os especialistas (acima esqueci de mencionar Casas de Investimento como a Morgan Stanley) consideram-no cada vez mais é o facto do FED tomar decisões considerando a força do dollar, tal como é demonstrada neste índice (ver gráfico abaixo). E se é verdade que no DX, o USD já se apresenta perto de mínimos históricos, no dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad, estamos ainda na presença de um dólar fortíssimo, em relação ao "mundo que conta" situação que deixa o FED à vontade.
No entanto, há uma realidade que é preciso deixar claro: amos os índices são de extrema importância, que mais não seja para nos lembrarmos que o USD, nos últimos 30 anos tem sido rei numa perspectiva geral, estando ainda bastante forte, mas também que o USD está a perder gradualmente muita da sua força perante as principais divisas do mundo industrializado.
E é essa a grande dor de cabeça dos europeus que estão confrontados com uma nova realidade: se houvesse um Euro Trade Weighted Exchange Index: Broad com retroactividade a 1973 poderíamos verificar que a moeda única também está forte e com tendência de alta, dor de cabeça para países que ainda dependem em demasia do sector exportador, como a Alemanha, quando poderiam ter um peso ainda maior no sector financeiro, que é exactamente o que se passa nos EUA e Reino Unido !!
Um abraço ao caro Comentador
dj
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Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
O grande crescimento do comércio mundial estimulou a existência de instrumentos ligados à moeda, que oferecem aos investidores novas oportunidades de gestão do risco cambial e mesmo de investimento cambial.
O US Dollar Index (DX), que representa o valor internacional do USD em relação às outras principais moedas mundiais, pode ser transaccionado (no NYBOT) em mercados de futuros e de opções, sendo a melhor forma para quem queira investir directamente no USD, constituindo para além disso uma boa ferramenta de hedging.
O DX pode ser usado com bons resultados no hedging de posições quer de investidores EUA com exposições noutras moedas quer de investidores fora dos EUA com investimentos em activos denominados em USD.
Outros índices (do FED) que tentam medir o valor do USD exclusivamente pelo peso do comércio externo dos EUA com os restantes países, constituem meros referenciais estatísticos.
Por exemplo, o Broad Index (BI) inclui actualmente 26 moedas e o Major Currency Index (MCI) é constituído por 7 moedas: euro, iene, libra inglesa, dólar canadiano, coroa sueca, franco suíço e dólar australiano (este último, com reduzida ponderação). O MCI é, assim, igual ao DX mas com essa inclusão do dólar australiano, embora os pesos de cada uma das moedas sejam muito diferentes dos definidos pelo DX.
Efectivamente, no MCI foi considerado o peso de cada uma das moedas no comércio com os EUA, enquanto para o DX contam todas as transacções de uma moeda no Forex, para além do relacionamento com as estatísticas do comércio externo em relação aos EUA. Aliás, o valor de uma moeda depende muito do que com ela for transaccionado, em mercado livre, independentemente de quem o faça e o motivo por que o faça.
É assim que, por exemplo, a ponderação do euro é, no MCI, de cerca de 29% enquanto no DX é de 57,6%. Estes 57,6% não estão exagerados pelo facto de o euro ter uma importância objectiva em todos os tipos de negociação, que vão muito para além do comércio dos principais bens e serviços que dizem respeito aos EUA.
Não é por acaso que quando se fala do USD em qualquer publicação técnica do Forex ou quando ele é referido em publicações económicas e financeiras, é sempre apresentado o gráfico do DX. O DX “é o dólar”, sempre que se pretende referir esta moeda, sem ser sobre um cross específico.
Só uma nota quando já é conhecido o comunicado de Boca Raton: para fazer trading a partir das próximas 10 horas da noite, o melhor é pensar que “só sei que nada sei” e deixar o mercado falar. É como dizia o grande Jesse Livermore: “the big money is not in the individual fluctuations but in the main movements”.
Um abraço e um resto de bom fim de semana
Comentador
O US Dollar Index (DX), que representa o valor internacional do USD em relação às outras principais moedas mundiais, pode ser transaccionado (no NYBOT) em mercados de futuros e de opções, sendo a melhor forma para quem queira investir directamente no USD, constituindo para além disso uma boa ferramenta de hedging.
O DX pode ser usado com bons resultados no hedging de posições quer de investidores EUA com exposições noutras moedas quer de investidores fora dos EUA com investimentos em activos denominados em USD.
Outros índices (do FED) que tentam medir o valor do USD exclusivamente pelo peso do comércio externo dos EUA com os restantes países, constituem meros referenciais estatísticos.
Por exemplo, o Broad Index (BI) inclui actualmente 26 moedas e o Major Currency Index (MCI) é constituído por 7 moedas: euro, iene, libra inglesa, dólar canadiano, coroa sueca, franco suíço e dólar australiano (este último, com reduzida ponderação). O MCI é, assim, igual ao DX mas com essa inclusão do dólar australiano, embora os pesos de cada uma das moedas sejam muito diferentes dos definidos pelo DX.
Efectivamente, no MCI foi considerado o peso de cada uma das moedas no comércio com os EUA, enquanto para o DX contam todas as transacções de uma moeda no Forex, para além do relacionamento com as estatísticas do comércio externo em relação aos EUA. Aliás, o valor de uma moeda depende muito do que com ela for transaccionado, em mercado livre, independentemente de quem o faça e o motivo por que o faça.
É assim que, por exemplo, a ponderação do euro é, no MCI, de cerca de 29% enquanto no DX é de 57,6%. Estes 57,6% não estão exagerados pelo facto de o euro ter uma importância objectiva em todos os tipos de negociação, que vão muito para além do comércio dos principais bens e serviços que dizem respeito aos EUA.
Não é por acaso que quando se fala do USD em qualquer publicação técnica do Forex ou quando ele é referido em publicações económicas e financeiras, é sempre apresentado o gráfico do DX. O DX “é o dólar”, sempre que se pretende referir esta moeda, sem ser sobre um cross específico.
Só uma nota quando já é conhecido o comunicado de Boca Raton: para fazer trading a partir das próximas 10 horas da noite, o melhor é pensar que “só sei que nada sei” e deixar o mercado falar. É como dizia o grande Jesse Livermore: “the big money is not in the individual fluctuations but in the main movements”.
Um abraço e um resto de bom fim de semana
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Meu caro amigo djovarius,
Ainda bem que correspondeu de maneira excelente a mais um desafio (sempre amigável) que lhe lancei.
O mais importante de tudo é fazermos uma pequena contribuição para que os assuntos aqui no Caldeirão sejam os mais variados possíveis. E se nós próprios (eu falo por mim) pudermos evoluir mais um pouco através desta troca de ideias, então tudo isso será ainda mais agradável.
Mas vamos lá às moedas!
djovarius, estamos de acordo em muita coisa é bom que fique já isso bem claro. Mas hoje deixe-me fazer correr as teclas do computador a ver o que dá, embora em certa articulação com o seu texto.
Tempos houve em que era mais fácil perceber a diferença entre moedas fortes e fracas, em que as primeiras eram as dos países com a economia poderosa e em ordem, ou no tempo do padrão ouro as que dispunham de reservas de ouro mais sólidas. Agora, nada disso acontece, o USD é a moeda mais importante do mundo, bastando-lhe para isso simplesmente existir, nada mais.
O mundo está inundado de dólares, todos os países aceitam dólares, ganham dinheiro com dólares e os bancos centrais de todo o mundo continuam a ter muitos USD. Toda essa imensidão de dólares dá a esta moeda um valor impressionante, atendendo a toda a teia de ligações económicas e políticas que lhe estão subjacentes e que será muito difícil alterar, pelo menos nos anos mais próximos. E isto mesmo com um USD a perder valor, numa tendência descendente em relação ao euro que já tem dois anos.
Por aqui vemos já que o poder de uma moeda vai muito para além da sua cotação em relação às outras moedas. Se isso fosse tão linear, então não se compreenderia a política monetária do Japão. Efectivamente, o BoJ gasta superfortunas mensais (em Janeiro, foi um record de 67 biliões de USD) para comprar dólares de forma a que o valor do iene não suba (ou não suba muito) em relação ao dólar, conseguindo uma variação de preços muito gradual.
No meio disto tudo, tem sido o euro que tem arcado (subindo de valor) com a maior parte da descida do USD. Exactamente, o euro, essa nova moeda, que muitos dizem ser um grande produto de relações públicas, uma moeda que não está ainda consolidada, embora seja a sucessora de gigantes como o Marco e algumas outras moedas europeias. É um facto que o euro, que está a construir lentamente cada vez mais espaço próprio, é a moeda de um conjunto de países que ainda não possuem uma verdadeira união política. Seja como for, esse aumento quase constante do valor do euro em relação ao USD nos últimos 2 anos (ainda por cima com a probabilidade de continuação dessa tendência), está a começar a fazer mal à economia europeia que não cresce o que podia crescer.
Estamos assim, à porta da reunião do G-7 em que todos gostavam que as suas moedas descessem (o que é impossível) e onde todo o esforço residirá em fazer o mercado acreditar que não há qualquer desejo dos EUA em que o USD desça mais (quando, ao contrário, é uma descida lenta mas consistente aquilo que pretendem). Por outro lado, haverá a luta dos EUA e da Europa (neste ponto unidos) relativamente a que o Japão possa deixar funcionar (mais) o mercado. Mas quantas centenas de biliões de dólares estarão por detrás do sorriso enigmático do Governador do Banco do Japão?
Um grande abraço e bons negócios.
Comentador
P.S. Com o objectivo de tornar este texto muito maçudo, e até pelo desejo de intervenção de outras pessoas desta Comunidade, deixo para a próxima vez a minha visão sobre os vários índices do USD e das várias formas de abordagem do real peso do euro.
Ainda bem que correspondeu de maneira excelente a mais um desafio (sempre amigável) que lhe lancei.
O mais importante de tudo é fazermos uma pequena contribuição para que os assuntos aqui no Caldeirão sejam os mais variados possíveis. E se nós próprios (eu falo por mim) pudermos evoluir mais um pouco através desta troca de ideias, então tudo isso será ainda mais agradável.
Mas vamos lá às moedas!
djovarius, estamos de acordo em muita coisa é bom que fique já isso bem claro. Mas hoje deixe-me fazer correr as teclas do computador a ver o que dá, embora em certa articulação com o seu texto.
Tempos houve em que era mais fácil perceber a diferença entre moedas fortes e fracas, em que as primeiras eram as dos países com a economia poderosa e em ordem, ou no tempo do padrão ouro as que dispunham de reservas de ouro mais sólidas. Agora, nada disso acontece, o USD é a moeda mais importante do mundo, bastando-lhe para isso simplesmente existir, nada mais.
O mundo está inundado de dólares, todos os países aceitam dólares, ganham dinheiro com dólares e os bancos centrais de todo o mundo continuam a ter muitos USD. Toda essa imensidão de dólares dá a esta moeda um valor impressionante, atendendo a toda a teia de ligações económicas e políticas que lhe estão subjacentes e que será muito difícil alterar, pelo menos nos anos mais próximos. E isto mesmo com um USD a perder valor, numa tendência descendente em relação ao euro que já tem dois anos.
Por aqui vemos já que o poder de uma moeda vai muito para além da sua cotação em relação às outras moedas. Se isso fosse tão linear, então não se compreenderia a política monetária do Japão. Efectivamente, o BoJ gasta superfortunas mensais (em Janeiro, foi um record de 67 biliões de USD) para comprar dólares de forma a que o valor do iene não suba (ou não suba muito) em relação ao dólar, conseguindo uma variação de preços muito gradual.
No meio disto tudo, tem sido o euro que tem arcado (subindo de valor) com a maior parte da descida do USD. Exactamente, o euro, essa nova moeda, que muitos dizem ser um grande produto de relações públicas, uma moeda que não está ainda consolidada, embora seja a sucessora de gigantes como o Marco e algumas outras moedas europeias. É um facto que o euro, que está a construir lentamente cada vez mais espaço próprio, é a moeda de um conjunto de países que ainda não possuem uma verdadeira união política. Seja como for, esse aumento quase constante do valor do euro em relação ao USD nos últimos 2 anos (ainda por cima com a probabilidade de continuação dessa tendência), está a começar a fazer mal à economia europeia que não cresce o que podia crescer.
Estamos assim, à porta da reunião do G-7 em que todos gostavam que as suas moedas descessem (o que é impossível) e onde todo o esforço residirá em fazer o mercado acreditar que não há qualquer desejo dos EUA em que o USD desça mais (quando, ao contrário, é uma descida lenta mas consistente aquilo que pretendem). Por outro lado, haverá a luta dos EUA e da Europa (neste ponto unidos) relativamente a que o Japão possa deixar funcionar (mais) o mercado. Mas quantas centenas de biliões de dólares estarão por detrás do sorriso enigmático do Governador do Banco do Japão?
Um grande abraço e bons negócios.
Comentador
P.S. Com o objectivo de tornar este texto muito maçudo, e até pelo desejo de intervenção de outras pessoas desta Comunidade, deixo para a próxima vez a minha visão sobre os vários índices do USD e das várias formas de abordagem do real peso do euro.
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Ora muito bem,
Salve meu caro, que saudades que tínhamos dos artigos de qualidade que o meu amigo lança.
E obrigado pelo desafio, vou agora, mesmo tarde e a más horas, perdoe-me, tentar corresponder.
Bom, o que é que se passa?
É verdade que o DX - dollar index é negociado no mercado. Mas ao contrário de certos contratos de futuros, como o petróleo, a cotação deste índice não pode ser manobrado pela pressão compradora / vendedora de contratos no mercado.
O seu valor é e será sempre relativo às cotações reais dos pares e crosses que o integram. Esses, sim, têm a liquidez necessária no mercado à vista e de futuros para formarem os preços, sendo que o DX ou qualquer outro índice vão a reboque desta realidade.
O mesmo é aplicável a todo e qualquer índice de divisas, negociável ou não no mercado de futuros.
A única coisa que pode existir, favorável aos especuladores, é uma diferença pequena entre a cotação dele num determinado momento e o valor intrinseco, mas isso é resolvido pelos ATS que fazem a arbitragem automatica e permanentemente.
Naturalmente que o USD é a moeda mais importante do sistema. Ela é o sistema (lembremo-nos que eu ainda sou dos apoiantes da velha escola que contesta a viabilidade do Euro como moeda corrente no muito longo prazo) que ninguém quer pôr em causa, pelo menos no actual status quo !! E se o mundo é dólarcêntrico, é natural que seja cabível como pólo comparativo. E aqui temos uma comparação redutora, a da dollar index, onde uma só moeda, o Euro, pesa 57% do valor total enquanto outra, apesar do livre mercado está permanentemente a ser suportada pelo Banco Central - o Yen Japonês.
É redutora porque este cabaz de divisas já não representa as interacções comerciais dos EUA com o resto do mundo, nem sequer as transácções financeiras.
E a questão não se resolve com o aumento de presença de moedas no cabaz.
Isso já existe e sempre com a contagem feita a partir de 1973, o que é correcto.
Existe através de vários índices. Um, foi descontinuado, era interessante embora parecido com o DX: USD/divisas G-10 !!
Outros dois existem e são uma referência do FED:
Um deles é o Dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad. Outro, também parecido com o DX, é o Trade Weighted Exchange Index: Major currencies. Neste último apenas se consideram divisas de grande circulação internacional como acontece com o próprio USD.
Temos ainda o Trade Weighted Exchange Index: Other Important Trading Partners !! Aqui, mede-se a força do dólar perante moedas importantes, mas que não circulam internacionalmente.
Como é fácil perceber, o melhor é utilizar o índice alargado - Dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad. É que ele atribui o peso certo a um cabaz de quase uma centena de divisas. Por exemplo, enquanto o Euro pesa 57% no DX, pesa cerca de 15% no Broad, correspondendo à realidade dos pagamentos entre EUA/Eurolândia.
Hoje, na realidade, os EUA (a sua Economia real) têm relações comerciais muito importantes com cada vez mais países à medida que estes adoptam a Economia de mercado aberto e livre.
Também é fácil concluirmos que nos últimos 30 anos, o USD tem perdido terreno perante as divisas das maiores economias, enquanto ganhou muito terreno perante as restantes.
Para tentar medir o verdadeiro valor do USD perante o resto do mundo, nada como um índice amplo que nos diz que o USD ainda é uma moeda com muito valor relativo. A única diferença é que já não está sózinho.
O FED utiliza esse índice para fazer as suas análises da conjuntura e a evolução dos défices, preços, etc...
Muita gente estranha o facto dos produtos importados nos EUA não terem subido de uma forma significativa. Isso deve-se ao facto de o USd não ter caído assim tanto nos últimos dois anos, se medirmos pelo Dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad. Nesse caso, o FED descarta o perigo de inflação, podendo manter os juros de curto prazo em baixa.
Muitas casas de investimento e mesmo analistas como o BCA adoram verificar tanto o DX como o Broad.
Parece-me que é uma boa ideia.
A importância da existência de un índice alargado de divisas é tão grande que, segundo li há tempo, também vai haver (se não há já) um Euro Trade Weighted Exchange Index.
Agora, para terminar, concordo que o DX é importante para trade técnico, como referiu e bem. É mais um bom indicador.
Mas como o meu trading não é forçosamente técnico...
Muito obrigado por esta discussão importante que merece continuação.
Um abraço
dj
Salve meu caro, que saudades que tínhamos dos artigos de qualidade que o meu amigo lança.
E obrigado pelo desafio, vou agora, mesmo tarde e a más horas, perdoe-me, tentar corresponder.
Bom, o que é que se passa?
É verdade que o DX - dollar index é negociado no mercado. Mas ao contrário de certos contratos de futuros, como o petróleo, a cotação deste índice não pode ser manobrado pela pressão compradora / vendedora de contratos no mercado.
O seu valor é e será sempre relativo às cotações reais dos pares e crosses que o integram. Esses, sim, têm a liquidez necessária no mercado à vista e de futuros para formarem os preços, sendo que o DX ou qualquer outro índice vão a reboque desta realidade.
O mesmo é aplicável a todo e qualquer índice de divisas, negociável ou não no mercado de futuros.
A única coisa que pode existir, favorável aos especuladores, é uma diferença pequena entre a cotação dele num determinado momento e o valor intrinseco, mas isso é resolvido pelos ATS que fazem a arbitragem automatica e permanentemente.
Naturalmente que o USD é a moeda mais importante do sistema. Ela é o sistema (lembremo-nos que eu ainda sou dos apoiantes da velha escola que contesta a viabilidade do Euro como moeda corrente no muito longo prazo) que ninguém quer pôr em causa, pelo menos no actual status quo !! E se o mundo é dólarcêntrico, é natural que seja cabível como pólo comparativo. E aqui temos uma comparação redutora, a da dollar index, onde uma só moeda, o Euro, pesa 57% do valor total enquanto outra, apesar do livre mercado está permanentemente a ser suportada pelo Banco Central - o Yen Japonês.
É redutora porque este cabaz de divisas já não representa as interacções comerciais dos EUA com o resto do mundo, nem sequer as transácções financeiras.
E a questão não se resolve com o aumento de presença de moedas no cabaz.
Isso já existe e sempre com a contagem feita a partir de 1973, o que é correcto.
Existe através de vários índices. Um, foi descontinuado, era interessante embora parecido com o DX: USD/divisas G-10 !!
Outros dois existem e são uma referência do FED:
Um deles é o Dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad. Outro, também parecido com o DX, é o Trade Weighted Exchange Index: Major currencies. Neste último apenas se consideram divisas de grande circulação internacional como acontece com o próprio USD.
Temos ainda o Trade Weighted Exchange Index: Other Important Trading Partners !! Aqui, mede-se a força do dólar perante moedas importantes, mas que não circulam internacionalmente.
Como é fácil perceber, o melhor é utilizar o índice alargado - Dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad. É que ele atribui o peso certo a um cabaz de quase uma centena de divisas. Por exemplo, enquanto o Euro pesa 57% no DX, pesa cerca de 15% no Broad, correspondendo à realidade dos pagamentos entre EUA/Eurolândia.
Hoje, na realidade, os EUA (a sua Economia real) têm relações comerciais muito importantes com cada vez mais países à medida que estes adoptam a Economia de mercado aberto e livre.
Também é fácil concluirmos que nos últimos 30 anos, o USD tem perdido terreno perante as divisas das maiores economias, enquanto ganhou muito terreno perante as restantes.
Para tentar medir o verdadeiro valor do USD perante o resto do mundo, nada como um índice amplo que nos diz que o USD ainda é uma moeda com muito valor relativo. A única diferença é que já não está sózinho.
O FED utiliza esse índice para fazer as suas análises da conjuntura e a evolução dos défices, preços, etc...
Muita gente estranha o facto dos produtos importados nos EUA não terem subido de uma forma significativa. Isso deve-se ao facto de o USd não ter caído assim tanto nos últimos dois anos, se medirmos pelo Dollar Trade Weighted Exchange Index: Broad. Nesse caso, o FED descarta o perigo de inflação, podendo manter os juros de curto prazo em baixa.
Muitas casas de investimento e mesmo analistas como o BCA adoram verificar tanto o DX como o Broad.
Parece-me que é uma boa ideia.
A importância da existência de un índice alargado de divisas é tão grande que, segundo li há tempo, também vai haver (se não há já) um Euro Trade Weighted Exchange Index.
Agora, para terminar, concordo que o DX é importante para trade técnico, como referiu e bem. É mais um bom indicador.
Mas como o meu trading não é forçosamente técnico...

Muito obrigado por esta discussão importante que merece continuação.
Um abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Já tinha muitas saudades dos debates temáticos lançados pelo nosso Comentador !!
Tem andado ausente, espero que não seja por motivo de saúde, pois gosto muito destes momentos de escrita, umas vezes mais polémica, outras mais consensual.
Se me permitir, amanhã ou depois, com tempo disponível vou responder a este tópico, pois quero fazer com calma, de tão interessante que é este tema.
Um abraço, boa semana e espero que possamos falar aqui mais destes e de outros temas
djovarius
Tem andado ausente, espero que não seja por motivo de saúde, pois gosto muito destes momentos de escrita, umas vezes mais polémica, outras mais consensual.
Se me permitir, amanhã ou depois, com tempo disponível vou responder a este tópico, pois quero fazer com calma, de tão interessante que é este tema.
Um abraço, boa semana e espero que possamos falar aqui mais destes e de outros temas

djovarius
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Djovarius, DX e FED
Existem várias formas de analisar as relações entre as moedas. Podemos utilizar instrumentos estatísticos, teorias de formação de taxas de câmbio, taxas de câmbio teóricas e taxas de câmbio reais de mercado. Em relação a estas últimas, que são as que contam para quem faz trading, e falando especificamente do USD, teremos taxas de câmbio autónomas com todas as moedas do mundo, seja através de cotações fixas (ajustáveis ou não) ou flutuantes.
Claro que se dá muito mais importância ao câmbio com as moedas em relação às quais o comércio externo dos EUA é maior. É o que acontece, por exemplo, com o euro (EUR/USD) e o iene (USD/JPY), embora a zona euro tenha uma dimensão muito superior à do iene.
Para além disso, o USD é a moeda mais importante a nível mundial, por pertencer ao pais que tem a maior parte do comércio mundial, por fazer parte das reservas dos bancos centrais de praticamente todos os países e de servir para meio de pagamento de quase todas as principais commodities. Não custa assim admitir que, para além da sua cotação com aquelas duas outras moedas (euro e iene), que são as de maior dimensão a seguir ao USD, tenha sido sentida a necessidade de criar um índice entre o USD e as outras seis principais moedas, ponderadas de acordo com a sua importância.
Foi assim criado o US Dollar Index (DX), que é livremente objecto de transacções em mercado de derivados, e que compara o USD ao conjunto formado pelo euro, iene, libra inglesa, dólar canadiano, coroa sueca e franco suíço (com as ponderações respectivas de 57.6, 13.6, 11.9, 9.1, 4.2 e 3.6). O período de base escolhido foi Março de 1973 (base: 100.00), altura em que foram substituídos os câmbios fixos por câmbios flutuantes entre as principais moedas.
Naturalmente, tem sido ponderada a necessidade de no futuro poderem ser incluídas mais moedas naquele cabaz do DX, de forma que ele evidencie as mais importantes zonas de trocas comerciais dos EUA. Mas, a não ser estatísticamente, não faz sentido alterar o DX para incluir moedas de pequeno peso ou que, como é o caso do yuan chinês, tenham o seu câmbio administrativamente indexado ao próprio USD.
É importante também acentuar que a real negociação do DX, em grande escala, implica a existência de indicadores de análise técnica (resistências, suportes, etc. etc.), de acompanhamento importante para quem se posiciona no Forex como trader.
Meu caro djovarius: eu penso que você não deveria abandonar o DX, porque ele é transaccionado por milhares de traders e institucionais e, mesmo que não o negoceie pessoalmente, não o pode substituir por qualquer outro índice estatístico não transaccionável por melhor que seja, usado ou não pelo FED.
Veja você a situação actual. Como ajuda para acompanharmos a evolução do euro e também do iene (mesmo com os biliões de intervenção do BoJ), é imprescindível ver, por exemplo, se é quebrado ou não na subida o retracement de 23,6% (a 88,5) da descida de 100 até 85 do DX, que já foi tentado algumas vezes no mês de Janeiro.
Esta é a minha opinião e estou a expressá-la no desejo que possa haver um diálogo frutuoso com o djovarius e não só.
Um grande abraço, bons negócios e só para o djovarius: não ligue ao “visitante online”, ele deve ser outro daqueles traders de sucesso.
Comentador
Claro que se dá muito mais importância ao câmbio com as moedas em relação às quais o comércio externo dos EUA é maior. É o que acontece, por exemplo, com o euro (EUR/USD) e o iene (USD/JPY), embora a zona euro tenha uma dimensão muito superior à do iene.
Para além disso, o USD é a moeda mais importante a nível mundial, por pertencer ao pais que tem a maior parte do comércio mundial, por fazer parte das reservas dos bancos centrais de praticamente todos os países e de servir para meio de pagamento de quase todas as principais commodities. Não custa assim admitir que, para além da sua cotação com aquelas duas outras moedas (euro e iene), que são as de maior dimensão a seguir ao USD, tenha sido sentida a necessidade de criar um índice entre o USD e as outras seis principais moedas, ponderadas de acordo com a sua importância.
Foi assim criado o US Dollar Index (DX), que é livremente objecto de transacções em mercado de derivados, e que compara o USD ao conjunto formado pelo euro, iene, libra inglesa, dólar canadiano, coroa sueca e franco suíço (com as ponderações respectivas de 57.6, 13.6, 11.9, 9.1, 4.2 e 3.6). O período de base escolhido foi Março de 1973 (base: 100.00), altura em que foram substituídos os câmbios fixos por câmbios flutuantes entre as principais moedas.
Naturalmente, tem sido ponderada a necessidade de no futuro poderem ser incluídas mais moedas naquele cabaz do DX, de forma que ele evidencie as mais importantes zonas de trocas comerciais dos EUA. Mas, a não ser estatísticamente, não faz sentido alterar o DX para incluir moedas de pequeno peso ou que, como é o caso do yuan chinês, tenham o seu câmbio administrativamente indexado ao próprio USD.
É importante também acentuar que a real negociação do DX, em grande escala, implica a existência de indicadores de análise técnica (resistências, suportes, etc. etc.), de acompanhamento importante para quem se posiciona no Forex como trader.
Meu caro djovarius: eu penso que você não deveria abandonar o DX, porque ele é transaccionado por milhares de traders e institucionais e, mesmo que não o negoceie pessoalmente, não o pode substituir por qualquer outro índice estatístico não transaccionável por melhor que seja, usado ou não pelo FED.
Veja você a situação actual. Como ajuda para acompanharmos a evolução do euro e também do iene (mesmo com os biliões de intervenção do BoJ), é imprescindível ver, por exemplo, se é quebrado ou não na subida o retracement de 23,6% (a 88,5) da descida de 100 até 85 do DX, que já foi tentado algumas vezes no mês de Janeiro.
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