Só imigração fez subir mão de obra. Contributo foi dos maiores da UE

[homemdoswarrants]

Howard Dean quer substituir presidente do FED


30-01-2004, Gisa Martinho, gmartinho@economica.iol.pt



No calor da campanha eleitoral para as primárias nos EUA, o candidato democrata Howard Dean virou as baterias contra o presidente da Reserva Federal (FED). ¿Acho que Alan Greenspan tornou-se muito político¿ disse Dean durante um comício realizado antes das primárias de New Hampshire. Os comentários subiram então de tom e acusou Greenspan, que há mais de uma década lidera o FED, de falta de coragem para criticar os défices gémeos norte-americanos ¿ comercial e orçamental ¿ e de apoiar o ¿ultrajante corte de impostos¿ do actual presidente George W. Bush. Estas são razões de sobra para o ex-senador de Vermont dizer que os Estados Unidos precisam ¿de um novo presidente na Reserva Federal¿.
A ¿boca larga¿ de Dean, dizem os analistas políticos, tem sido a responsável pela derrapagem do candidato democrata nas primárias, primeiro em Iowa e esta semana em New Hampshire. A oposição frontal à Guerra contra o Iraque, por exemplo, é uma das razões apontadas para o modesto terceiro lugar alcançado por o ex-governador de Vermont em Iowa. O ataque agora ao presidente da Reserva Federal é mais um alvo que lhe pode sair caro até porque Alan Greenspan não é propriamente um fervoroso adepto das políticas fiscais da Casa Branca. No livro do ex-secretário de Estado do Tesouro lançado na semana passada, além de revelações importantes sobre a preparação da guerra contra o Iraque nos bastidores da Casa Branca, Paul O¿Neill tornou também público que o seu amigo Alan Greenspan teve sérias dúvidas quanto à extensão do primeiro corte de impostos. A apreensão de Greenspan, no entanto, não se traduziu em palavras e a baixa fiscal deu um empurrão ao défice público recorde dos EUA, que atingiu os 3,5% do PIB em 2003. Bush tenciona agora aprovar uma nova redução de impostos, que irá elevar o défice público para valores próximos dos 4,5% do PIB.
¿Os norte-americanos precisam de uma liderança que ofereça mão firme e não um punho cerrado¿ argumenta o democrata John Kerry, em primeiro lugar nas primárias, referindo-se ao tom crispado do seu adversário Dean. Numa sondagem da Gallup realizada para a televisão CNN, 56% dos democratas elegem Kerry como o favorito para derrotar Bush nas eleições presidenciais de Novembro, seguido de muito longe por Dean com apenas 19%, dada a sua identificação com um esquerdista.
A candidatura de Howard Dean às primárias do Partido Democratas treme, após as duas primeiras derrotas. Mas ao contrário de John Kerry, que tem de gerir a imagem de vencedor, Dean tem um apoio financeiro à partida mais generoso para a campanha.
Na próxima terça-feira, as primárias seguem em sete estados ¿a maioria do sul, centro-oeste e sudeste dos EUA ¿ e depois em todo o país em 9 de Março.