Estimativa: Lucros líquidos do BCP caem 12% em 2003
Os lucros líquidos do Banco Comercial Português (BCP), em 2003, deverão ter evidenciado uma quebra de 12% face a 2002, segundo as estimativas dos nove analistas contactados pelo Canal de Negócios. Considerando a provisão de 200 milhões de euros feita em 2002, os lucros teriam aumentado 53%.
"Os lucros líquidos do Banco Comercial Português (BCP), em 2003, deverão ter evidenciado uma quebra de 12% face a 2002, segundo as estimativas dos nove analistas contactados pelo Canal de Negócios. Considerando a provisão de 200 milhões de euros feita em 2002, os lucros teriam aumentado 53%.
O BCP será o primeiro emitente do PSI-20 a desvendar as contas anuais, amanhã após o fecho dos mercados. A média dos analistas aponta para lucros, em 2003, de 416,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 53% face aos lucros líquidos de 272,7 milhões de euros reportados em 2002.
No entanto, a maior instituição bancária privada nacional, nas contas de 2002, constituiu uma provisão para riscos bancários gerais que ascendeu a 200 milhões de euros. Se este valor não tivesse sido subtraído à conta de resultados em 2002, os lucros nesse ano teriam ascendido a 472,7 milhões de euros.
Comparando com este valor, os resultados anuais do BCP em 2003 evidenciaram uma quebra de 12%.
Nos primeiros nove meses de 2003, a instituição liderada por Jardim Gonçalves reportou lucros de 315,3 milhões de euros, 21,7% abaixo do obtido no período homólogo. No terceiro trimestre, os lucros totalizaram 105,1 milhões de euros e recorrendo às estimativas dos analistas, os lucros no quarto trimestre terão evidenciado uma contracção para os 100,58 milhões de euros.
Os resultados, além das provisões, são distorcidos por diferenças nos perímetros de consolidação. O reforço da participação do BCP no Bank Millennium para 50%, no final de 2002, determinou a sua consolidação integral a partir de 1 de Janeiro de 2003, já que anteriormente esta participação era consolidada pelo método da equivalência patrimonial.
Paralelamente, a partir de 1 de Janeiro de 2003, a participação no Banco Sabadell deixou de ser consolidada e, na sequência do acordo de realinhamento da aliança estratégica com a Eureko, o BCP deixou de consolidar a participação nesta entidade a partir do início do segundo semestre de 2002.
Margem Financeira sobe e EPS estável
Os analistas estimam que a margem financeira do banco, em 2003, se quede em redor dos 1.465 milhões de euros, o que representa uma melhoria face aos 1.326,7 milhões de euros de 2002. De Janeiro a Setembro de 2003, a margem financeira do banco totalizou os 1.098,3 milhões de euros.
João Carlos Fidalgo, analista de banca da Lisbon Brokers, estima que as comissões do banco terão ascendido aos 581,4 milhões de euros, e alerta para a diluição dos resultados por acção, provocados pelos últimos dois aumentos de capital. Em Março de 2003, o banco fez um aumento de capital de 930,7 milhões de euros, depois de em Dezembro de 2002 ter efectuado uma emissão de valores convertíveis que ascendeu a 700 milhões de euros.
As estimativas dos analistas aponta para um lucro por acção de 0,13 euros, um valor em linha com os 0,12 euros anunciados em 2002, mas abaixo dos 0,25 e 0,33 apresentados em 2001 e 2000, respectivamente.
As acções do BCP fecharam em subida de 1,19% para 1,70 euros."
