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Soma das partes da “holding” avaliada em 362,2 milhões

MensagemEnviado: 19/1/2004 20:42
por Visitante
A Caixa Banco de Investimento atribuiu um preço justo, ou “fair value”, de 3,10 euros à Cofina, seguindo a sua revisão da avaliação para a empresa industrial e de “media” e tendo em conta um desconto de 30% atribuídas à “holding”.

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Bárbara Leite
bl@mediafin.pt



A Caixa Banco de Investimento atribuiu um preço justo, ou “fair value”, de 3,10 euros à Cofina, seguindo a sua revisão da avaliação para a empresa industrial e de “media” e tendo em conta um desconto de 30% atribuídas à “holding”.

A corretora atribuiu uma recomendação de “outperform” para os títulos da Cofina.

A Caixa BI sublinha que “temos um positivo ‘outlook’ para a Cofina, e que, com a soma das partes (subsidiárias), chega-se a um valor de 362,2 milhões de euros, o que representa um preço justo de 4,50 euros por acção”.

Todavia, aplicando um desconto de 30% sobre o valor da soma das partes atribuído ao facto da empresa ser uma “holding”, a Caixa atribui um preço justo de 3,10 euros por acção. Este valor implica um potencial de valorização de 10,71% face à cotação de fecho da Cofina [Cot].

“Olhando a Cofina como um todo, estimamos que as receitas atinjam os 214,7 milhões de euros, em 2003, nos segmentos de media e industrial, que contribuem respectivamente, com 46% e 54% para o total das receitas.

O grupo, segundo a Caixa BI, deverá alcançar, em 2003, um EBITDA, ou resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, de 35,1 milhões de euros.

Na área industrial, a Cofina detém 85,4% da Celulose do Caima [Cot] e 100% da metalúrgica F. Ramada, que ambas “são vistas como boas fontes de ‘cash’ para o grupo”.

Além destas participadas, a Cofina detém 19% no grupo Vista Alegre Atlantis [Cot], 5% da Gescartão [Cot] e 20% da Singer.

Esta área deverá apresentar receitas de 118,1 milhões de euros em 2003 e um EBITDA de 23,5 milhões de euros.

No segmento de media, a Cofina controla a Investec que, por sua vez, detém várias “sub-holdings”, como a Edisport (“O Record”, a Presslivre (Correio da Manhã) e Mediafin (Jornal de Negócios e Canal de Negócios), a Edirevistas (PC Guia ou Automotor) e Edimoda (Máxima, Vogue, entre outras).

A Cofina adquiriu, no ano passado, 19,1% da Lusomundo Media, proprietária do “Diário de Notícias”, entre outras publicações.

Este segmento de “media” deverá registrar um volume de negócios de 98,6 milhões de euros e um EBITDA de 13,8 milhões de euros. Os lucros neste segmento devem atingir os 6,1 milhões de euros, mais 10,9% do que em 2002.

Para 2004, a corretora estima que começará a aparecer melhorias na publicidade em resultado da realização de eventos (como Euro2004 ou Rock in Rio) e melhorias macroeconómicas.

Celulose do Caima com crescimento nos lucros em 30%

A capacidade produtiva da produtora de pasta de papel atinge os 105 mil toneladas por ano, valor que deverá aumentar para os 115 mil toneladas em 2007, avança a Caixa BI.

Nos primeiros nove meses de 2003, o mercado da pasta evidenciou “alguma estabilidade com os preços a atingirem uma média de 450 euros por ano”, avança a mesma fonte.

Deste modo, a Caixa prevê que a Caima registe receitas de 46,1 milhões de euros, contra os 48,1 milhões de euros, registados em 2002.

Os lucros da Celulose do Caima terão ficado nos 8,7 milhões de euros, mais cerca de 30% do que em 2002.

À Caima é atribuído um valor de 113 milhões de euros ou um preço justo de 5,30 euros por título.

Para a F. Ramada [Cot], a Caixa estima um volume de negócios de 74 milhões de euros e um EBITDA de 10,5 milhões de euros.

Já para a Vista Alegre Atlantis, a corretora antecipa um reforço dos prejuízos, uma vez que esta actividade está intimamente ligada ao ambiente macroeconómico que foi depressivo, em toda a Europa, em 2003.

A Caixa entende que o grupo possa beneficiar do Euro2004, sendo a empresa de cristais e cerâmica um dos principais patrocinadores.

Caixa não vê consolidação nos media no curto prazo

O sector dos media deverá apresentar lucros de 6,1 milhões de euros, contra os 5,5 milhões de euros registados em 2002.

Neste sector, em que a Cofina tem sido muito activa, a corretora não prevê que ocorra no curto prazo, consolidações no sector, apesar da elevada especulação em torno desta matéria.

Paulo Fernandes, presidente da Cofina, disse estar aberto a movimentos de consolidação. Entre os potenciais candidatos encontra-se o grupo Lusomundo, Impresa [Cot] ou Media Capital.

”Muita especulação tem ocorrido em torno da consolidação. No entanto, não nos parece que vá ocorrer qualquer movimento nessa direcção no curto prazo”, adianta a mesma fonte.

No entanto, a corretora lembra que “um cenário de consolidação seria favorável para o grupo, especialmente desde que o grupo tem uma lacuna no segmento televisivo”. Este cenário seria também importante, uma vez que o grupo ganhava dimensão.

As acções da Cofina encerraram nos 2,80 euros, a subir 1,08%.