Enviado: 19/1/2004 15:50A continuar a "recuperar" dessa maneira, continuaremos a "recuperar" com valores negativos por mais uns bons tempos... 
Raquel Martins
"O banco central vem assim contrariar a análise do INE, que detectou sinais de interrupção na retoma económica.
O Banco de Portugal reafirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) teve uma evolução menos desfavorável no segundo semestre de 2003, face aos seis meses anteriores. Isto resulta de uma recuperação da actividade económica nos últimos três meses do ano, destaca o banco central que, desta forma, contraria as últimas análises do Instituto Nacional de Estatística (INE).
«A evolução dos indicadores sintéticos para a actividade económica em Portugal corrobora qualitativamente a análise publicada nos boletins económicos de Setembro e de Dezembro, que admitia uma taxa de variação homóloga do PIB menos negativa na segunda metade do ano do que no primeiro semestre», diz a instituição liderada por Vítor Constâncio nos seus indicadores de conjuntura de Dezembro, conhecidos na passada sexta-feira.
E consubstancia esta afirmação com o indicador coincidente - sintetiza a informação sobre os sectores do comércio, indústria e construção - que, no quarto trimestre de 2003, «voltou a apresentar um valor menos negativo, confirmando e reforçando a inversão da trajectória verificada no trimestre anterior». Este indicador do Banco de Portugal fixou-se em menos 2,5% nos últimos três meses do ano, contra menos 3,2% no terceiro trimestre. O valor mais baixo desde, pelo menos, o início de 2002 foi atingido no segundo trimestre do ano transacto (menos 3,9%), indicando que a viragem do ciclo económico ocorreu neste período.
O banco central vem, desta forma, contrariar outras análises conjunturais que evidenciavam um enfraquecimento da actividade económica nos últimos meses de 2003. «Em Novembro, destacam-se alguns sinais de interrupção da tendência de recuperação da actividade económica, tendo em conta a informação mais recente. A este respeito, será de notar a estabilização do indicador de clima entre Outubro e Novembro, sucedendo o mesmo com o indicador de actividade económica entre Setembro e Outubro», afirmou o INE na sua síntese económica de conjuntura de Novembro. Também o indicador avançado compósito da OCDE para Portugal revelou alguma fraqueza em Novembro e o indicador de sentimento económico apresentou tendência idêntica.
Este facto é desvalorizado pelo Banco de Portugal. «Apesar da diminuição registada no mês de Dezembro», o indicador de sentimento económico para Portugal, divulgado pela Comissão Europeia, «começou a recuperar no segundo trimestre de 2003».
A recuperação no segundo semestre de 2003 terá sido suportada pelo consumo privado, que «terá evoluído de forma menos negativa na segunda metade do ano, apesar de alguns sinais contraditórios no quarto trimestre». A isto , junta-se alguma recuperação no investimento em construção no último trimestre do ano e o crescimento homólogo nominal das exportações de mercadorias no período de Janeiro a Outubro, que foi de 2,4%, face aos 1,7% no primeiro semestre de 2003."
A tendência desde o inicio do 2º trimestre de 2003 (apróx.) é de recuperação, o que já é uma noticia "menos negativa" que alimenta a esperança e a confiança no futuro. Talvez até estejamos no caminho certo.
Cumprimentos
JCS