“Não diabolizo projetos” como a mina da Lagoa Salgada

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O Banco Comercial Português (BCP) [COT|AT] deverá apresentar lucros entre 394 milhões de euros e 422,6 milhões de euros em 2003, de acordo com uma poll de sete analistas realizada pela Agência Financeira, com a média a situar-se nos 415,5 milhões de euros.
Tendo em conta a médias das estimativas, a queda dos lucros deverá situar-se em 12% face ao ano anterior, se excluirmos as provisões de 200 milhões de euros para riscos gerais, contabilizadas no último trimestre do de 2002.

Mas a preocupação dos analistas continuar a ir para os rácios de solvabilidade do banco, cuja venda da Seguros e Pensões deveria colocá-los em valores confortáveis.

Para Carsten Werle, analista do WestLB, «depois do surpreendente anúncio de que não iria vender a actividade seguradora, a avaliação feita ao BCP veio claramente para baixo. Achamos ainda que o banco ainda tem potencial de caída».


O mesmo analista refere que «na nossa opinião será importante para o BCP demonstrar como conseguirá limitar os riscos nos resultados que advêm da unidade da Seguros e Pensões, e como conseguirá melhorar o rácio de TIER1».

Produto bancário deverá ter subido 10%

Quanto ao produto bancário, os analistas estão à espera de uma subida, para um valor entre os 1,462 e 1,468 mil milhões de euros. Face à média, o produto bancário deverá subir 10%.

Já Carla Antunes, analista da JP Morgan acredita que, «domesticamente a tendência deverá manter-se aos níveis dos últimos trimestres. Ou seja crescimento de um dígito no volume, margens estáveis, os custos a serem o principal motor em torno da performance operacional do banco e uma progressiva deteriorização da qualidade dos activos».

O mercado polaco, onde o BCP está presente através do Bank Millenium, deverá ser um dos contributos positivos, depois de em 2002 ter pesado negativamente nas contas do banco liderado por Jardim Gonçalves.

«Pela positiva achamos que os investidores irão aumentar a sua atenção no BCP, com a entrada na União Europeia da Polónia em Maio», adianta ainda Carsten Werle.

A analista do JP Morgan refere que «internacionalmente esperamos uma melhor contribuição do mercado polaco, depois de um mau primeiro semestre em 2002».