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MensagemEnviado: 17/1/2004 16:08
por djovarius
Interessante como os warrants só entraram ma moda 3 anos depois do seu lançamento. Espero, porém, que o grande público não ache que é a nova galinha dos ovos de ouro da Bolsa, porque não é bem assim.

Atenção, caro JAS, que apesar de já terem existido warrants sobre o índice PSI-20, neste momento não há nenhum em comercialização, apesar de estar nas listas de activos subjacentes, nomeadamente da página da CZ.

Ainda sobre este artigo do Expresso, duas notas:

Um lamento por não haver warrants sobre as cotações do Ouro e do petróleo, embora no último caso, se possa dizer que é possível que venham a existir, pois já há em França e em outros mercados também.

Em relação às mudanças de legislação para que se possam comercializar warrants exóticos, saúdo essa intenção e espero por ela ainda este ano.

Como o Caldeirão de Bolsa está anos-luz à frente do mercado, recordo aqui um artigo que deixei nas Colheradas em Abril de 2003 sobre warrants exóticos.
Penso que muita gente ainda não o leu e é bom para começar a entender as possibilidades que se abrem no mundo dos derivados:

www.caldeiraodebolsa.com/member.php?iArticleId=12


Um abraço a todos

dj

Re: Ulisses

MensagemEnviado: 17/1/2004 14:18
por JAS
Anonymous Escreveu:Se nos comprarmos um warrant e ficarmos com ele ate ao fim, na maturidade podemos adquirir o activo subjacente ou recebemos somente dinheiro.

Actualmente a maior parte dos warrants são do tipo "liquidação financeira" o que significa que recebes a diferença entre a cotação e o strike (preço de exercício).
Anonymous Escreveu:Compro warrant call da Brisa (1000 warrants)
O warrant termina em 1/6/2005.

Da Brisa, para já, não existe qualquer warrant. Neste momento só existem do BCP, EDP, PTC e PTM.
E também do PSI.
Normalmente o warrant não tem uma data de maturidade tão longínqua. Actualmente existem para Março e para Junho.
O warrant é transaccionável em Bolsa pelo que não é preciso esperar pela data de maturidade.

JAS

Ulisses

MensagemEnviado: 17/1/2004 13:28
por Visitante
Se nos comprarmos um warrant e ficarmos com ele ate ao fim, na maturidade podemos adquirir o activo subjacente ou recebemos somente dinheiro.
Ex:
Compro warrant call da Brisa (1000 warrants)
O warrant termina em 1/6/2005.
Em 1/6/2005 se eu quiser posso ficar com 1000 acções da Brisa, ou recebo somente o valor do warrant que tinha naquela data??
Obrigado

Expresso: "«Warrants» em grande"

MensagemEnviado: 17/1/2004 3:04
por Ulisses Pereira
"«Warrants» em grande"


"PORTUGAL está a dar cartas no mercado de «warrants» autónomos, cujo volume de transacções não tem parado de aumentar. A 9 de Janeiro foi atingido o valor mais alto de sempre (13.211.678 euros), um dia depois de ter sido também batido um recorde de transacção. O bom desempenho, que se tem verificado há vários meses, levou mesmo a Euronext a delegar a gestão deste produto num português, Nuno Caramujo, que passou a ter a responsabilidade de definir a estratégia de todo o grupo para esta área.

Em 2003, a média diária transaccionada atingiu os 4.534.339 euros, registando-se um aumento de 47% do volume transaccionado, que já representa cerca de 35% do montante negociado nos quatro mercados que compõem a Euronext.

Os «warrants» são produtos financeiros cotados na Bolsa que conferem ao seu detentor o direito, mas não a obrigação, de comprar («call warrant») ou vender («put warrant») o activo subjacente ao qual estão indexados, ao preço inicialmente contratado e numa data futura igualmente pré-fixada. A grande vantagem destes produtos é permitir ganhar dinheiro não só quando as bolsas sobem como também quando descem. Os intermediários financeiros alertam, no entanto, para a possibilidade de se perder todo o dinheiro investido.

Se, por exemplo, um investidor acredita que as acções de uma determinada empresa se vão valorizar, então compra um «call warrant» que lhe permite adquirir essas acções. Se de facto as acções se valorizarem, então terá o direito de as comprar por um preço pré-definido (por exemplo 100), quando elas valem mais do que isso, ganhando assim a diferença entre os 100 e o novo preço, deduzido do valor que pagou ao comprar os «warrants». Se as acções perderem valor, o investidor naturalmente não exercerá o direito de compra, perdendo igualmente o dinheiro investido na compra dos «warrants». O inverso sucede quando o investidor acredita que determinado activo se vai desvalorizar. O investidor pode, antes da data de maturidade (ou vencimento), vender os «warrants» que adquiriu. Em alguns casos pode também exercer o direito concedido pelo «warrant» antes da data de maturidade.

177 emissões





A 31 de Dezembro existiam no mercado português 177 emissões de «warrants», das quais 21 sobre divisas (euro-dólar), outras 21 sobre acções estrangeiras, 30 sobre acções portuguesas e 102 sobre índices estrangeiros. 85% dos «warrants» negociados em Portugal foram emitidos sobre o índice DAX. De igual forma, 85% assumem o modelo de «calls» e 15% o modelo de «puts».

A apetência por este produto mostra também que tem aumentado o nível de sofisticação dos investidores portugueses. E é nesse sentido que aponta o futuro, pois já está a ser preparado o lançamento de novas modalidades de «warrants», nomeadamente os «turbo-warrants» (que evitam o impacto da volatilidade). No entanto, o avanço destes produtos está dependente de alterações ao Código dos Valores Mobiliários - que estarão para breve. Jorge Oliveira, do Citigroup, acredita que vai cada vez haver mais procura de investimentos alternativos, pelo que há a necessidade de segmentar ainda mais estes produtos financeiros. O Citigroup liderou claramente este negócio em 2003, atingindo 72% do montante negociado em «warrants» em Portugal. Em segundo lugar ficou o Commerzbank (13%), seguido do BCP (8%), Société Générale (3%), UBS (3%) e Merrill Lynch (1%).

Os «warrants» autónomos estrearam-se em Portugal em Outubro de 2000, mas o seu arranque não correu bem, pois coincidiu com o período depressivo das bolsas, tendo havido, inclusivamente, investidores que se deram mal com o produto, o que deu origem a uma série de queixas para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. No entanto, três anos depois, a aposta está ganha.

As razões apontadas para o sucesso deste produto são, desde logo, o grande interesse manifestado pelos grupos financeiros, assim como o facto de eles permitirem aos investidores portugueses estarem expostos aos mercados internacionais com custos inferiores aos que teriam de suportar caso investissem directamente em acções estrangeiras. A procura tem, por isso, incidido sobretudo em «warrants» emitidos sobre índices e acções estrangeiros.

Pedro Lima"

(in www.expresso.pt