CALDEIRÃO DE BOLSA

Compreendo-o e concordo consigo na sua análise (não querendo com a minha opinião lhe retirar qualquer pontinha de razão).


Infelizmente como o seu caso existem outros seja em que hospital fôr no mundo inteiro. O Rodrigo da Fonseca aparece frequentemente nos jornais televisivos (até dá jeito porque até é perto da TVI, e à falta de noticias: ou Amadora-Sintra ou Big Brother ou cegos-coxos ou mudos-surdos... ),devido (infelizmente) a negligências médicas e ás esperas nas urgências.

Quanto às negligências médicas nem comento porque me revoltam de uma maneira que defendo a perpétua para esses "profissionais" (quem não viu a dôr do pai de uma menina que ía fazer uma simples operação ás amigdalas e que entrou em morte cerebral?)... (neste aspecto... sem comentários)...

Quanto ás esperas nas urgências existe uma principal causa a meu ver.
O caso do Amadora-Sintra não deixa de ser peculiar, porque como se sabe, suporta 3(!!) vezes mais população do que o previsto (e aqui não há gestão que resista), daí a inadequação do hospital e consequente baixa da qualidade de serviço. Por esta razão se têm urgências inundadas a toda a hora. Pessoalmente julgo que seria necessário outro com o dobro das camas deste... (já não é tudo mau porque vêm aí outros 11 a caminho).

Da mesma maneira que não se percebe o porquê da completa falta de coordenação que referiu no seu caso (e com razão, frizo), Também se percebe que um enfermeiro não possa engessar três braços ao mesmo tempo.


Absurdamente comparando:
O caso Amadora-Sintra seria como colocar 600 pessoas num avião com capacidade para 200 onde não resolve pôr lá 3 vezes mais tripulação. Por muito simpáticas que sejam as hospedeiras não há qualidade que resista. A diferença é que na aviação as 400 "podem" esperar (onde é que já vi isto? ), enquanto que numa urgência...


Conclusão: Haverá concerteza muitissimo a melhorar em todos os hospitais (principalmente neste pelas razões que referi - haverão outras - ) no que à qualidade do serviço diz respeito. Não posso também é de deixar de "tirar o meu chapéu" (daí a resolver pela colocação da noticia inicial) quando pela primeira vez a saúde é mais eficiente económicamente, estando a fazer-se o mesmo (ou melhor - porque existem mais hospitais que o Rodrigo da Fonseca - ) com menos desperdicio dos nossos impostos.


PS: Opinião meramente pessoal.


Cumprimentos

JCS

Caro JCS,

O Hospital Rodrigo da Fonseca, vulgo Amadora Sintra, embora não seja SA, tem administração privada, no entanto o seu funcionamento é uma trampa....

O ano passado tive a infelicidade de entrar nas urgências com suspeita de traumatismo craneano,fui classificado como urgente, 2º o sistema de tragem de manchester e passadas 3 horas ainda estava deitado na Marquesa à espera de ser visto por um médico.

Após o meu acompanhante reclamar foi-nos dito que Eu já tinha sido observado, e que tinha tido alta....

Após se ter verificado que era um erro, foi-me dito que teria que dar entrada novamente e que teria de esperar pelo menos 2 horas para ser visto (e era por ser urgente), no entanto foi-me dito que no meu caso como era necessário um TAC, só sairia na manhã seguinte, pois o serviço de TAC estava encerrado e o só seria aberto a partir das 9 horas da manhã seguinte.

Conclusão tive que ir à urgencia de um hospital privado onde paguei bem, mesmo com seguro de saúde.

Em suma, o que se pede não são só menos gastos (a saúde não tem preço), mas sim uma utilização eficaz e eficiente dos recursos disponíveis.

Hospitais SA gastam menos 94,7 milhões que o estimado em 10 meses de actividade



"Os hospitais SA, geridos por entidades privadas, apesar de prestarem serviços públicos, terminaram agora o primeiro ano de empresarialização. Nos primeiros 10 meses de 2003, estas entidades registaram custos de quase 1.503 milhões de euros, ou seja, 94,7 milhões ou 5,9% abaixo do orçamentado para este período.

Mas os custos destas unidades ficaram também 6,1% ou quase 98 milhões de euros abaixo do registado nos mesmos nove meses do ano anterior.

De acordo com um balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, “com custos totais inferiores aos verificados em 2002 registou-se um significativo aumento da produção hospitalar, o que evidencia ganhos de eficiência nunca antes verificados”.

De facto, nos nove meses em análise, e em comparação com o mesmo período do ano transacto, a actividade hospitalar nestas unidades revela um aumento de 9,4% nas consultas externas, para as 3.135.363 unidades, a actividade no Hospital Dia cresceu 17,9% para 273.259, e a actividade nas Urgências cresceu 0,7% para 2.317.409 .

O valor de maior expressão é o do crescimento do número de cirurgias. Entre Janeiro e Outubro de 2003 foram realizadas 201.828 operações, mais 19,1% que no homólogo de 2002. Também o número de altas de internamento cresceu 4,7% para 384.336, e o número de dias de internamento desceu 0,9% para 2.485.436 dias.

Resultados que, segundo o Ministério da Saúde, “evidenciam um inequívoco aumento do acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde e da taxa de utilização da capacidade instalada”.

“Pela primeira vez na história do Serviço Nacional de Saúde todos os hospitais da Rede SA, têm a sua actividade mensal fiscalizada por um Revisor Oficial de Contas que, nos termos da lei, produz um relatório de certificação. Para o acompanhamento da actividade dos Hospitais SA foi criada uma estrutura de acompanhamento (Unidade de Missão Hospitais SA), que monitoriza a actividade operacional e económico-financeira dos mesmos, garantindo assim um controlo atempado sobre a execução orçamental de cada hospital”, refere o comunicado do Ministério da Saúde.

O Ministério tutelado por Luís Filipe Pereira reitera ainda que “o processo de empresarialização dos hospitais representa um passo decisivo na modernização do Serviço Nacional de Saúde. Os seus objectivos fundamentais são a melhoria da qualidade do serviço prestado aos utentes, o aumento da eficiência na gestão e a melhoria das condições de trabalho dos profissionais de saúde."




Se a isto se conseguir juntar uma gradual melhoria na qualidade do serviço, então acho que realmente estamos no caminho certo, no que à saúde diz respeito.


Cumprimentos

JCS