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Caldeirão da Bolsa

Hipocrisia sem fim

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Uma tristeza este contar de votos

por jarcorreia » 8/1/2004 14:31

E na Educação? Népia! Nem mexem no "saneamento básico" do ensino que é a administração e gestão das escolas, cujo modelo surgiu via fenproof (leia-se pcp). Uma desilusão! Ao menos um tubinho em pvc...
 
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por Tojo » 8/1/2004 13:34

Sem dúvida que a reforma´pode ser importante, mas a hipócrisia vai nascer agora com novos tachos para os avaliadores e companhia que forem da cor do governo e o que preocupa muita gente é que provavelmente o que tiver desempenho positivo será tavez o que anda sempre atrás do presidente nas cerimónias ou chef a dar graxa...a ser hipócrita com sorrisinhos para merecer a atenção dos chef e o competente e honesto por não ser exibicionista a ser penalizado, porque vão existir quotas de 5% para os excelentes e 20% para os bons. Penso que vai ser o nascer a selvejaria do salve-se quem puder, sê hipócrita o mais que puderes, e se fores competente mas o teu chef não te passar, para 75% dos funcionários vai ser pior porque vao ser hipócritas no trabalho.
Não pode ser a subjectividade/cumplicidade de um chef ou presidente(mandados pelo governo) que vai decidir a vida de um funcionário.
Sabem qual é o verdadeiro problema do País? É a falta de receitas fiscais porque a evasão é brutal!!
Aí sim é que deviamos todos combater essa luta que é cobarde. Os funcionários pagam os seus impostos, e ganham o que é do seu trabalho.O mercado paralelo em Portugal representa 40%!!!!Não se houve falar de nada até parece o processo Casa Pia abafado durante 20 anos. Sabem porquê? Porque são todos hipócritas!
 
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O que falta é RAD (sumo com tomates)

por Thomas Hobbes » 8/1/2004 13:20

Este governo tal como os outros, vai chegar a um ponto em que a contabilidade eleitoral (700.000 Eleitores) vai pesar mais que qualquer reforma necessária.

O contrato individual de trabalho não choca ninguém, nem a avaliação de desempenho.

Mas se o primeiro ponto é claro, no segundo as coisas fiam mais fino. Já que o mérito tem que ser premiado de forma material e não apenas com palmadinhas nas costas.

Ora estas compensações podem vir de muitas maneiras, quer seja através de compensações monetárias, prémios, etc... ou através de promoções.

Mas como promover por mérito na função pública, sem afectar o status quo vigente. Mexer no campo das promoções seria mexer nas quintas de muita gente.

Além do mais não se discute que tipo de administração pública se quer, a actual em que a partir de um nível intermédio todos os cargos são políticos ou seja "quem nasce lagartixa nunca chega a jacaré" Ou realmente ser oferecida aos funcionários uma verdadeira carreira no sector público.

Esta meus caros é a questão de fundo que se devia resolver...
Todo o Homem tem um preço, nem que seja uma lata de atum
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Hipocrisia sem fim

por TRSM » 8/1/2004 12:37

Hipocrisia sem fim

Hipocrisia sem fim
A reforma da administração pública, que agora está a ser regulamentada, está atrasada umas décadas. Sobre a sua importância estrutural como factor de competitividade do país e de saúde das finanças públicas já tudo foi dito. E há sobre isso um alargado consenso, que vai da sociedade civil aos partidos políticos que alternam na governação, passando mesmo pelos sindicatos.

Mas este é, como temos visto, um falso e hipócrita consenso. Ele acaba no preciso momento em que alguém dá o primeiro passo para passar à prática aquilo com que todos concordam na retórica.

É isto, mais uma vez, o que se está a passar. O Partido Socialista, que nesta matéria tem cadastro em vez de "curriculum" e de quem se exigiria uma honesta abertura para um compromisso político, parece mais apostado em "encanar a perna à rã". Continua a fazer parte do problema, em vez de querer participar na solução.

Não se percebe a oposição à avaliação do mérito dos funcionários públicos, premiando os competentes e aplicados e penalizando os desleixados.

Nem a crítica à introdução do contrato individual de trabalho, que traz flexibilidade sem ser necessariamente um factor de precariedade.

E muito menos se aceita que não haja sequer o esboço de uma atitude construtiva, que aponte caminhos alternativos para se fazer a reforma das reformas.

Num "dossier" diferente, mas igualmente importante para a saúde das finanças públicas, são igualmente insondáveis as motivações do PS ao suscitar a inconstitucionalidade formal do novo regime de aposentações dos funcionários públicos, que Jorge Sampaio promulgou no início da semana.

É penoso constatar como o principal partido da oposição, única alternativa de governação, parece apostado em massacrar um país que maltratou há poucos anos.

Esta reforma da administração pública não será a reforma perfeita. Aliás, a procura de um modelo perfeito é o primeiro passo para que nada aconteça.

Mas a sua imperfeição resulta, antes de mais, do enorme atraso com que aparece. E a sua grande virtude é o facto de existir, apesar dos defeitos que possa ter. Estes, por maiores que sejam, serão sempre um mal infinitamente menor do que a esclerose actual, que penaliza os bons funcionários públicos e a generalidade dos contribuintes e cidadãos.

Na cabeça de muitos políticos, falar de administração pública não tem nada a ver com competitividade do país, qualidade dos serviços prestados, encargos orçamentais insuportáveis ou motivação dos funcionários. A contabilidade feita é outra. Trata-se de mais de 700 e tal mil eleitores e maior número ainda de votos, se contarmos com os familiares.

O Governo actual parece apostado em abandonar, pela primeira vez, esta pornográfica contabilidade eleitoral. E arrisca-se a provar que o país e os seus funcionários públicos estão muito distantes daquela estupidez eleitoralista e que sabem distinguir a virtude da perversidade.

Que não falte a Manuela Ferreira Leite a vontade e a determinação para colocar em prática as regras que a maioria está a aprovar no Parlamento. Se for feito com bom senso e rapidez, só isso já vale meio mandato.

2004/01/08 10:45:00

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