
Caro Sir Patrick,
Eu não diria que dificilmente chegaremos a um acordo... eu diria antes que poderemos aprofundar um pouco as vantagens e desvantagens de cada cenário.
Será bom lembrar, desde já, que as ondas de Elliott não são um método de análise técnica pura, pois não usam apenas os valores da cotação (OHLC), volume e OI. O clima psicológico durante a evolução de cada onda é fundamental para a sua identificação, pois cada onda tem a sua personalidade.
Presumo que, no cenário que propôs, considera a W4 um "flat", sendo a contagem das sub-ondas a seguinte:
A W3 termina em 22/04/1998 : PSI=14392
A onda A em 1/10/1998 : PSI=7569
A onda B em 6/01/1999 : PSI=12207
A onda C (coincidente com onda 4 de longo prazo) em 15/09/1999 : PSI=9360
Toda a descida é feita durante a onda A, que termina num "crash" (desvalorização de quase 50% do Psi). A onda C, pelo contrário, é bem amena e apenas desvaloriza o Psi em quase 25%. Embora seja verdade que aparecem "flats" em que a onda C é menor do que a A, neste caso parece-me um exagero... além do que a onda C termina bem aquém do final da onda A (teoricamente, penso que o único caso em que a C pode terminar aquém da A é o "running flat", que é muito raro, e onde a onda B ultrapassa o início da A). Não me recordo da possibilidade de uma onda C truncada (tanto mais que a C é comparada à W3 e não à W5), mas é possível (já li o livro há uns bons 2 anos...).
Refere que o intervalo temporal para a W4 que eu proponho é demasiado grande... e refere bem! É demasiado grande. Mas, se bem me recordo, a teoria das ondas de Elliott é cautelosa quando aborda a questão do tempo... não estabelece (que eu me recorde) regras rígidas. No entanto, parece-me que este é o ponto mais fraco da contagem que eu proponho (a sobreposição das W1 e W4 é demasiado pequena para eu lhe dar qualquer significado, embora os puristas das EW sejam claros em recusar excepções!).
Refere que esta correcção não anulou toda a subida anterior. De facto não. Mas também não tem que o fazer. Pelo contrário, o normal é a correcção não retrair toda a onda impulsiva que a precedeu.
Ainda assim, eu diria que esta descida de 15081 para 5039 é drástica, daí que a considere uma onda C e não uma A. O clima psicológico da onda A é de optimismo, considerando-a uma retracção antes do próximo avanço. Penso que esta descida foi longe demais para isso. Basta ver o volume que a BVLP faz agora para concluir que grande parte dos intervenientes já foi afastada do mercado.
Claro que há casos de descidas mais drásticas, mas nem todos os "bear markets" têm que ter descidas como a de 1929-32. E, afinal de contas, nós já tivemos o nosso "crash" (1-10-98), de modo que o nosso "bear market" já "pode ser gente
.
Um abraço do
Fernando dos Aidos
PS - Desculpe só agora responder mas, infelizmente, não tenho presentemente disponibilidade para acompanhar o forum mais de perto.
Eu não diria que dificilmente chegaremos a um acordo... eu diria antes que poderemos aprofundar um pouco as vantagens e desvantagens de cada cenário.
Será bom lembrar, desde já, que as ondas de Elliott não são um método de análise técnica pura, pois não usam apenas os valores da cotação (OHLC), volume e OI. O clima psicológico durante a evolução de cada onda é fundamental para a sua identificação, pois cada onda tem a sua personalidade.
Presumo que, no cenário que propôs, considera a W4 um "flat", sendo a contagem das sub-ondas a seguinte:
A W3 termina em 22/04/1998 : PSI=14392
A onda A em 1/10/1998 : PSI=7569
A onda B em 6/01/1999 : PSI=12207
A onda C (coincidente com onda 4 de longo prazo) em 15/09/1999 : PSI=9360
Toda a descida é feita durante a onda A, que termina num "crash" (desvalorização de quase 50% do Psi). A onda C, pelo contrário, é bem amena e apenas desvaloriza o Psi em quase 25%. Embora seja verdade que aparecem "flats" em que a onda C é menor do que a A, neste caso parece-me um exagero... além do que a onda C termina bem aquém do final da onda A (teoricamente, penso que o único caso em que a C pode terminar aquém da A é o "running flat", que é muito raro, e onde a onda B ultrapassa o início da A). Não me recordo da possibilidade de uma onda C truncada (tanto mais que a C é comparada à W3 e não à W5), mas é possível (já li o livro há uns bons 2 anos...).
Refere que o intervalo temporal para a W4 que eu proponho é demasiado grande... e refere bem! É demasiado grande. Mas, se bem me recordo, a teoria das ondas de Elliott é cautelosa quando aborda a questão do tempo... não estabelece (que eu me recorde) regras rígidas. No entanto, parece-me que este é o ponto mais fraco da contagem que eu proponho (a sobreposição das W1 e W4 é demasiado pequena para eu lhe dar qualquer significado, embora os puristas das EW sejam claros em recusar excepções!).
Refere que esta correcção não anulou toda a subida anterior. De facto não. Mas também não tem que o fazer. Pelo contrário, o normal é a correcção não retrair toda a onda impulsiva que a precedeu.
Ainda assim, eu diria que esta descida de 15081 para 5039 é drástica, daí que a considere uma onda C e não uma A. O clima psicológico da onda A é de optimismo, considerando-a uma retracção antes do próximo avanço. Penso que esta descida foi longe demais para isso. Basta ver o volume que a BVLP faz agora para concluir que grande parte dos intervenientes já foi afastada do mercado.
Claro que há casos de descidas mais drásticas, mas nem todos os "bear markets" têm que ter descidas como a de 1929-32. E, afinal de contas, nós já tivemos o nosso "crash" (1-10-98), de modo que o nosso "bear market" já "pode ser gente

Um abraço do
Fernando dos Aidos
PS - Desculpe só agora responder mas, infelizmente, não tenho presentemente disponibilidade para acompanhar o forum mais de perto.