Tirada da Agência Financeira:
Exportações alemãs registam maior queda dos últimos 10 anos
As exportações da Alemanha registaram uma queda de 6,6% em Outubro deste ano, a maior descida em mais de 10 anos, devido à valorização do euro.
A subida da moeda única torna os produtos alemães mais caros para os países fora da Zona Euro e faz cair a procura, ameaçando a retoma da maior economia dos Doze, depois de quase três anos de estagnação.
A queda mais que anula a subida registada no mês de Setembro, quando as exportações a partir da Alemanha apresentaram o maior aumento em cerca de um ano.
A dimensão da queda superou as piores expectativas dos economistas, que esperavam um declínio de apenas 1%, e fez com que o superávite comercial descesse para 10,8 mil milhões de euros, face aos 14,3 mil milhões de euros registados em Setembro.
Os economistas acreditam que a subida do euro, que parece imparável face ao dólar foi a causa da queda das exportações alemãs. É que a divisa dos Doze tem vindo a bater sucessivos máximos face à moeda norte-americana, atingindo ontem um valor recorde de 1,2276 dólares, e acumulando uma valorização de 21% no último ano.
A queda do dólar face ao euro é particularmente penalizadora para a Alemanha, se tivermos em conta que os Estados Unidos são um dos principais mercados para onde a maior economia da Zona Euro envia as suas exportações, adquirindo cerca de um décimo dos bens que saem do país. Nesta altura há já consenso entre os líderes europeus de que a queda do dólar não é benéfica para nenhum dos lados do Atlântico, uma vez que nem mesmo os sinais de retoma da economia dos EUA têm sido suficientes para compensar os efeitos negativos da descida da sua moeda nas exportações da Europa.
A esperança das economias europeias é que a consolidação da retoma dos EUA, que deverá crescer 4,4% no próximo ano, venha a impulsionar o dólar e as compras por parte das empresas e dos consumidores do outro lado do Atlântico.
No mesmo mês, as importações cresceram 1,6%.
Isto não augura nada de bom para o DAX, nem para os outros mercados europeus (incluido o nosso).
Na minha opinião são este tipo de
notícias (ou talvez seja mais correcto dizer que são este tipo de
realidades) que podem fazer inverter a subida dos mercados europeus.