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Caldeirão da Bolsa

Expresso: "Semapa aguarda Cimpor"

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Expresso: "Semapa aguarda Cimpor"

por JCS » 24/11/2003 12:16

Christiana Martins Escreveu:...O controlo da Cimpor acabou por ser assumido pela Teixeira Duarte, apoiada pelo BCP e pela Lafarge, com a venda dos últimos 10% detidos pelo Estado na Cimpor a 30,5 euros por acção...



Esqueceram-se da CGD que também financiou a 50% o montante juntamente com o BCP na altura.

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Re: Expresso: "Semapa aguarda Cimpor"

por JAS » 23/11/2003 22:23

Christiana Martins Escreveu:As acções da Cimpor foram adquiridas a 17,5 euros, o que, a valores ajustados, equivale a 3,5 euros e representou um investimento de 212 milhões de euros para o grupo liderado por Pedro Queiroz Pereira. No fim de 2002, a cotação das acções da Cimpor era de 16 euros, o que obrigou a Semapa a realizar uma provisão de 18 milhões de euros.
A meio deste ano, as acções da Cimpor, ajustadas, estavam já 3,31 euros e, em Setembro, chegaram a 3,45 euros, recuperando 15 milhões de euros dos 18 milhões das provisões.


Esta rapariguinha está um pouco desfasada no tempo pois já estamos em Novembro...
E as acções da Cimpor já estão cotadas acima de 4,00 euros pelo que as provisões se transformam em lucros.

O segundo ponto que me parece mal focado no artigo é a comparação de volumes e a evolução das cotações. Quando, num ano, a Cimpor compra 20% da Semapa com uma parte substancial transaccionada em bolsa é evidente que o volume desse ano é anormal e não pode ser comparado com os anos seguintes. Idem para a evolução da cotação.

A Semapa já tem o seu problema resolvido... Vendendo Cimpor (desde que não descarregue muitas de cada vez...) já não perde.
A Cimpor que comprou Semapa quase a 5 euros ainda tem um grande problema...

JAS
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Expresso: "Semapa aguarda Cimpor"

por Ulisses Pereira » 22/11/2003 5:39

"Semapa aguarda Cimpor"



UMA «proposta interessante» pelos 9% da Semapa na Cimpor é o que está a fazer falta ao grupo liderado por Pedro Queiroz Pereira. A expressão é utilizada pela própria administração da Semapa, que poderia encontrar nesta alienação um alívio para o nível de endividamento. O líder do segundo maior grupo cimenteiro nacional tem dívidas de 300 milhões e a alienação das acções na Cimpor responderia por cerca de 240 milhões de euros. Falta encontrar o comprador para a participação.

A estrutura accionista da Semapa está organizada em 21,13% detidos pela sociedade Sodim; 16,90% da Longapar e 12,33% da Cimo. Cerca de 2% estão sob controlo de diversos accionistas próximos da Cimianto. Este núcleo, ligado à família Queiroz Pereira, controla a maioria do capital, detendo, em conjunto, 52,41%. A concorrente Cimpor tem 20,02% e o BPI 5,10% (distribuídos pelos fundos mobiliários com 2,24%; fundos de pensões, com 1,14% e clientes particulares, com 1,03%). A Semapa tem 2,24% em acções próprias, o que deixa dispersos, 20% do capital social de 118,3 milhões de euros.


José Ventura
A Semapa obteve lucros de 44,1 milhões de euros em 2001, dos quais 16 milhões eram extraordinários. O ano de 2002 revelou-se negativo, tendo sido registada uma quebra de 30% dos resultados líquidos. Este ano, até ao fim do terceiro trimestre, os lucros totalizaram 29,2%, o que representa uma recuperação de 11% face ao período homólogo. Mas, vistos à lupa, os resultados deste ano não são positivos. A margem operacional desceu 56%, a dívida aumentou, os resultados correntes desceram 55%. Os extraordinários subiram 1500%, o que salvou as contas, juntamente com a redução dos interesses minoritários de 25,315 milhões de euros para 243 mil euros.

O volume de negócios da Semapa desceu 1,9% em 2002, quando comparado com 2001, e este ano, até Setembro, a quebra voltou a agravar-se, registando um decréscimo de 18%, face ao terceiro trimestre de 2002.


Mas um dos pontos mais frágeis da empresa diz respeito ao baixo nível de liquidez dos títulos da Semapa. Em 2001, foram transaccionados diariamente 706,4 mil euros; em 2002, o volume de transacções desceu para 429,8 mil euros/dia e, este ano, até ao fim de Outubro, registaram-se 143,4 mil euros transaccionados diariamente. A variação das cotações das acções da Semapa não permite maior optimismo. Em 2001, a empresa registou um comportamento em contraciclo com o mercado, com uma valorização de 23,1%, enquanto no mesmo período o principal índice da Bolsa portuguesa descia 24,7%. Em 2002, as acções da Semapa perderam 30,4%, já acompanhando a tendência geral de quebra, com o PSI 20 a descer 25,6%. Este ano, até ao fim de Outubro, os títulos da Semapa voltaram a andar ao contrário da Bolsa, com uma perda de 2,7%, enquanto o índice apresentou uma valorização de 8,2%.

A Semapa foi constituída em 1991 para concorrer à privatização da Secil, o que ocorreu três anos mais tarde, com a aquisição de um bloco indivisível de 51% da cimenteira. Esta operação foi realizada com base numa sociedade entre o grupo liderado por Pedro Queiroz Pereira e duas sociedades dinamarquesas, que ficaram com 41%. Em 1995, a Semapa dispersou oito milhões de acções no mercado de capitais, a 7 euros. A empresa demorou cinco anos a dar início ao seu movimento de internacionalização, cujo primeiro passo aconteceu na Tunísia. O ano de 2000 ficou marcado, contudo, pelo lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Cimpor pela Semapa, juntamente com a Holderbank, gigante mundial do sector do cimento. O preço oferecido foi de 23 euros por acção e a operação não foi aceite pelas autoridades. O objectivo do acordo entre a Semapa e a Holderbank era dividir os activos da Cimpor entre os dois compradores, com o grupo português a ficar com as cimenteiras fora de Portugal e a Holderbank a assumir os activos nacionais. O controlo da Cimpor acabou por ser assumido pela Teixeira Duarte, apoiada pelo BCP e pela Lafarge, com a venda dos últimos 10% detidos pelo Estado na Cimpor a 30,5 euros por acção. A Semapa não se deu por satisfeita e o assunto transformou-se numa batalha jurídica.

Trading em Espanha





O último exercício traduziu uma atitude cada vez mais discreta por parte da Semapa, mas durante 2002 a empresa arrancou com a actividade de «trading» em Espanha e adquiriu 21% de uma cimenteira no Líbano. Este ano, a Secil deu um importante passo ao adquirir a participação dos sócios dinamarqueses na Semapa, assumindo a gestão do grupo. A autonomia custou 300 milhões à Secil, cujo financiamento a 7 anos foi contratado junto de uma instituição financeira internacional.

A dívida líquida do grupo passou de 222 milhões de euros em 2002 para 484 milhões em 2003. Os resultados líquidos deste ano estão influenciados por duas situações que não vão repetir-se no segundo semestre: a entrada dos dividendos de 0,10 euros por acção da Cimpor e a compra aos dinamarqueses.

As acções da Cimpor foram adquiridas a 17,5 euros, o que, a valores ajustados, equivale a 3,5 euros e representou um investimento de 212 milhões de euros para o grupo liderado por Pedro Queiroz Pereira. No fim de 2002, a cotação das acções da Cimpor era de 16 euros, o que obrigou a Semapa a realizar uma provisão de 18 milhões de euros.

A meio deste ano, as acções da Cimpor, ajustadas, estavam já 3,31 euros e, em Setembro, chegaram a 3,45 euros, recuperando 15 milhões de euros dos 18 milhões das provisões.



Christiana Martins"

(in www.expresso.pt)
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