Scubawarrior Escreveu:A criança mal comportada: "embora na aldeia se soubesse que eu tinha estragado as meloas da D. Mariquinhas, o meu pai não me castigou no centro da vila. Mas em casa perto da vinha da nossa casa onde costumavamos trabalhar, deu-me umas boas bofetadas."
Caro Scuba, vou fazer mais um esforço de encontrar uma base de consenso para que este thread não termine com o sabor amargo da divergência entre os seus participantes.
Antes de mais, pela analogia que utilizaste, apraz-me inferir que também censuras o acto dos jogadores e que eles merecem um castigo, mesmo que ele seja aplicado pela nossa federação, mas que o merecem, lá isso merecem. E essa é uma premissa importante. Pois um castigo servirá como um aviso, como uma forma de prevenir que mais actos humilhantes deste género praticados por estes rapazes ou por outros no futuro, envergonhem o uniforme nacional e o nosso país. Pelo menos parece-me que estamos de acordo na evidente necessidade de um qualquer castigo exemplar.
Pois o puto que se escapa de uma malandrice sem receber a devida punição, volta a cometer esse acto, e é preciso ver que estes rapazes ainda são crianças imberbes acabadas de desmamar. Ainda têm muito que aprender para serem verdadeiros homens, mas alguém tem de os ensinar, nem que seja através de punições.
Scubawarrior Escreveu:cumps a todos e em especial á Pata que sob forte influência gaulesa e dos seus media não conseguiu entender a mensagem que desde o ínicio tentei transmitir.
Não percebo o teu ataque à Pata... se quiseres atacá-la, ataca-me a mim primeiro, que fui muito mais detractor da tua postura e das tuas ideias, ao longo de toda esta conversa. Ao contrário do que tu dizes, a Pata, e eu, e eu muitos outros aqui não fomos influenciados pela imprensa gaulesa, não senhor!: As imagens da destruição que passaram na nossa televisão foram tiradas pela RTP. As primeiríssimas declarações meio aturdidas e embaraçadas do treinador foram no sentido de admitir que aquilo foi um excesso de euforia "vingativa" e não de euforia de "alegria" como depois se apressaram a corrigir. Foram sempre entrevistados por jornalistas portugueses e as imagens -que valem por mil palavras- e demonstram que realmente não houve ali nenhum acidente, foram tiradas por câmaras portuguesas (E qual seria a diferença se fossem imagens francesas? A destruição seria a mesma!). Por isso, não estou a ver onde é que eu e a Pata ou outros que condenamos aquilo, estamos a ser "influenciados" pelos jornalistas franceses, é uma falsa impressão tua, e uma forma subtil talvez, de nos chamares "traidores" ou "anti-patrióticos" ou de estarmos "do lado dos franceses". Não sei. Mas sei que estás COMPLETAMENTE ENGANADO se pensas que é disso que se trata.
Quanto a criticares o julgamento em praça pública que tu dizes que nós estamos aqui a fazer... é um facto, que nenhum de nós sabe ao certo como tudo começou e não podemos julgar na totalidade o que aconteceu... mas dado o estado final em que o balneário ficou, só um cego é que não vê que ali aconteceu algo de ANORMAL, muito para além de um simples acidente ou de uma festa!... Até pode ter tudo começado com um simples acidente, mas e depois?... como é que apartir de (palavras do treinador) "4 ou 5 placas caídas por acidente", acabámos com uma destruição tão grande, com mesas partidas, paredes sujas, chão sujo, detritos e destroços de coisas partidas por todo o lado?... Aquilo não foi só um acidente, qualquer júri ou juiz consegue ver isso!!
E as nossas críticas têm necessáriamente ser feitas em praça pública (vulgo, neste fórum). Porque? Porque é a única maneira de fazer uma crítica à selecção nacional! Porque isto não foi um caso particular, como na tua bonita analogia ditada na história acima, de um assunto privado a resolver dentro de uma família. Isto foi um caso que afectou TODOS NÓS, embaraçou todo o nosso PAÍS. A selecção nacional não é teu filho ou filha da FPF, e por isso, o assunto não deve morrer dentro de 4 paredes ou arquivado, Não! A selecção nacional é filha de todos nós, todos somos os seus pais, todo o nosso país é responsável por eles, compreendes? Este foi um assunto de gravidade nacional, e como tal, por definição, é um assunto PUBLICO. E qualquer bom pai, envergonhado com os actos praticados pelo filho, tem de lhe mostrar o caminho certo, através da crítica social e se for caso disso, de uma punição, se eles não conseguirem aprender de outra forma. Simplesmente tem de ser assim. E se nós não fizéssemos aqui neste fórum e em muitos outros fóruns nacionais e jornais, a nossa crítica, como povo, como "pais" dessa selecção, esse filho nunca mais cresce, nunca mais se "corrige". Eles precisam sentir a vergonha que nós sentimos quando eles envergonharam o nosso nome, e não basta apenas pedir-lhes uma multazinha pecuniária e abafar o caso, porque assim ELES NAO APRENDEM. Eles precisam sentir que apesar das alegrias desportivas, que eles também nos envergonharam na nossa moral, na nossa consciência, porque eles representavam Portugal, naquele balneário! No futuro, eles precisam sentir essa responsabilidade de honrar a nossa pátria através dos seus actos pessoais. Porque eles são um símbolo poderoso do nosso país, são poderosos embaixadores do nosso bom nome lá fora. É também essa a responsabilidade deles, para além de marcarem golos.
Porquê eu me estou a cansar tanto com este tema? Porque logo desde os primeiros momentos, logo desde as primeiras imagens que eu vi daquele o acto de selvajaria, eu vi imediatamente um reflexo de muita da mentalidade destrutiva e auto-destrutiva do nosso povo. Quando eu vi o chão imundo daquele balneário, eu recordei-me da falta de civismo de tantos portugueses que sujam as ruas do nosso país, que não têm amor próprio, dos portugueses que não têm respeito uns pelos outros, não só quando fogem aos impostos, como também quando põem em perigo os outros nas estradas nacionais. Eu vi ali, um exemplo de como as nossas crianças (onde os nossos jogadores sub-21 estão incluidos), começam a adquirir os hábitos destrutivos dos seus pais aqui no nosso país, e com a gravidade acrescida de demonstrarem perante todo o mundo, esses maus hábitos, essa falta de civismo que aprenderam na sua terra natal, para todo o mundo ver!...
Foi isso que eu também vi nesse balneário, foi essa a profunda vergonha e alarme de ver a destruição de algo que ultrapassa o valor pecuniário do material destruido mas sim, de algo destrutivo para a nossa moralidade, a nossa honra, a nossa memória, até algo destrutivo para a nossa condição humana, mas que eu vejo também, todos os dias, o povo português praticar contra si próprio e ensinando os seus filhos a fazer o mesmo, boicotando assim, o futuro da nossa nação. Foi isso, muito para além deste caso em particular, que me fez gastar tantas energias em procurar censurar este acto, em público, pois, porque isto é um caso NACIONAL. Actos como este, não só de destruição física, mas principalmente de destruição moral, infelizmente há muitos, todos os dias, cometidos por muitos portugueses, de muitas maneiras, na nossa própria casa que é Portugal. Foi isso que eu vi ali naquele balneário, a crise moral e cívica que vivemos neste momento no nosso país, e que me revoltaram, mas que acima de tudo, me entristeceram muito.
Fiquem bem.