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MensagemEnviado: 19/11/2003 14:17
por Profitaker
djovarius Escreveu:Como é que é possível ?? É verdade que uma grande maioria são os empréstimos à habitação a longo prazo, mas 200 mil milhões de Euros de dívida privada são 150% do PIB, mais do dobro da dívida pública !!

Isto pelas várias teorias económicas que conhecemos dá azo a um processo recessivo constante :(



Processo recessivo constante... Por outras palavras, queres dizer longa e prolongada recessão... como eu disse antes, todos os excessos na vida pagam-se mais tarde ou mais cedo. Toda a acção tem uma consequência. E os excessos acabam mais tarde ou mais cedo, por terem de ser corrigidos.

A louca euforia económica Japonesa no final dos anos 80 acabou por originar uma recessão (processo correctivo) que já dura há 14 anos.

Porquê as nossas autoridades continuam a querer tapar o Sol com a peneira, prevendo a retoma para breve? Infelizmente, esta recessão está para durar... E ela é tão natural e inevitável e necessária, como uma maçã que tem de cair da àrvore depois de podre. Tão simples quanto isto.

A única coisa que podemos todos fazer, como comunidade, é minorarmos o sofrimento colectivo. É adoptarmos uma postura mais saudável perante a vida, e abraçar novamente os valores humanistas entretanto esquecidos durante esta obcessão consumista colectiva. Devemos lutar pelo bem-estar da comunidade e não apenas dos desejos egoístas. É só o que se pode fazer neste momento. Mas estou sereno e conformado, como tu, djovarius.

Fiquem bem.

MensagemEnviado: 19/11/2003 14:06
por Pata-Hari
"A prosperidade individual só vai até certo ponto. Até ao ponto que o nosso progresso começa a ser limitado pela sociedade em que tentamos prosperar. Portanto, caro amigo egoísta, depois de lutar pelo seu progresso egoísta, tente lutar pelo progresso da comunidade em que se encontra, caso contrário, a máquina do progresso pura e simplesmente pára, e retrocede, penalizando todos o que o rodeiam e também a si. ".

E eu não poderia estar mais de acordo consigo nesta frase. Curiosamente é mesmo nisso que eu acredito e que já tenho expressado a alguns amigos.

Parece algo utópico, mas é a esperança que tenho que nos possa vir a acontecer à semelhança do que já acontece em "sub-mundos" culturais e económicos por este mundo fora. É incrivel, mas já vai existindo a aplicação da noção de bem-comum mesmo em meios favorecidos. Só que leva tempo até as pessoas perceberem isso.

Só nos resta esperar pacientemente que a riqueza individual obrigue os individuos a perceberem isto. Infelizmente e como partimos de uma base pequenina, isto pode levar é muito tempo...

MensagemEnviado: 19/11/2003 13:48
por Profitaker
Pata-Hari Escreveu:Como se corrige? É com educação, sim. Mas não é educação académica, é educação por exemplo. No dia em que as actrizes in do momento se dedicarem nos tempos livres não à manutenção do seu penteado mas a uma associação desportiva que reúna crianças, no dia em que o manequim do momento fizer algo para a comunidade, no dia em as revistas decidam que isso é noticia, talvez o nosso povo comece a achar que há outros modelos a seguir além do modelo do egocentrismo e a adoração do próprio umbigo e que essa forma de estar não é necessariamente a única forma de estar na vida.
Enfim, isto é um desabafo meio revoltado...



Cara Pata,

Eu não podia estar mais de acordo com as tuas palavras.

Se pudéssemos reduzir a actual doença na alma dos portugueses, a uma única característica, eu diria que ela é o EGOISMO.

Antes da entrada na CEE, o nosso povo estava habituado, a um estilo de vida mais modesto e até miserável. A emigração das nossas gentes lá para fora era característica do nosso país. Se for preciso uma prova que agora estamos financeiramente melhor, que agora é o oposto do tempo dos nossos pais e avós, basta ver que somos agora um país de imigrantes.

Adiante... a questão é que o nosso povo, outrora habituado a tantas carências, ficou deslumbrado com a rápida subida do nível de vida na nossa sociedade, quer pela entrada de tantos fundos vindos da CEE ao longo destes anos, quer pela descida das taxas de juro. A verdade é que ANTERIORMENTE, o povo português estava solidário uns com os outros, quando todos eram carentes. As pessoas identificavam-se umas com as outras, pois todos sofriam uma ou outra carência material, e admito que haveria maior sentimento de humildade, mais facilidade de ajudar o próximo, pois a ambição individual não podia ser muita, nesses tempos, e as pessoas tinham tempo para pensar nos outros-(e isso foi uma das características que mais tarde iriam contribuír para o nosso povo se unir para abolir o regime fascista em 74). As pessoas funcionavam como um GRUPO, como uma verdadeira comunidade. Todos estavam no mesmo barco.

Mas o deslumbramento estragou isso tudo. A entrada de capitais estrangeiros no nosso país, quer através ajuda directa, quer como investimento, aguçou a cobiça de muitos. De repente, as pessoas começavam a ganhar melhor, de repente, haviam bancos a emprestar dinheiro a juros baixos, e toda a máquina comercial e de marketing invadiu o nosso país, e foi abraçada pelo nosso povo carente, como uma nova religião, que nos iria libertar da mediocridade e miséria de tantas gerações... As pessoas começaram a ganhar melhor, e logo de seguida, a preocuparem-se a gastar esse dinheiro, em CONSUMIR, e consumir e consumir... mesmo que consumisse com dinheiro emprestado do banco. O importante era mostrar ao vizinho que nos tínhamos libertado das "amarras" da miséria do passado, que tínhamos florescido: e foi a corrida à aquisição de bens supérfulos (sim, grande parte dos portugueses teve o mínimo de consciência de aproveitar a descida dos juros para finalmente adquirir a sua primeira casa própria, foram inteligentes os que tomaram essa acertada decisão), mas passada essa fase, veio a fase do supérfulo, das viagens, dos carros, dos telemóveis, da roupa de marca e das jóias, nem que fosse preciso pedir dinheiro ao banco para adquirir tudo isso! E as pessoas sentem urgência em adquirir todas essas coisas, sem terem paciência para poupar e esperar.

Desculpem-me, mas eu identifico o CONSUMISMO, como o "veneno" que poluiu o espírito português outrora humilde, ingénuo, e solidário.

Não é possível ser solidário com o próximo, e ao mesmo tempo, andar obcecado com adquirir o "modelo mais recente daquele automóvel"... Eu acredito que não é possível ser muito materialista e ser humanista ao mesmo tempo. São sentimentos perfeitamente INCOMPATIVEIS. E se antes, no tempo da miséria financeira portuguesa, as aspirações não podiam ser muitas, e as pessoas eram mais abertas e solidárias umas com as outras, a verdade é que hoje em dia, a cegueira pelo consumismo, pela vaidade materialista, tornou os portugueses EGOISTAS, fechados sobre eles próprios, narcisistas e cínicos. Para vos dar um exemplo, é hoje em dia considerado um tolo, aquele que diz que é preciso "amarmos os outros como a nós próprios". E isso ajuda a explicar a razão da falta de popularidade da igreja católica. A Igreja, com alguns dos seus ensinamentos humanistas, foi mais uma vítima, quando a alma portuguesa se ter oferecido ao novo e deslumbrante "deus" do consumismo. Mas também vemos isso no aumento dos divórcios, por exemplo, quando o foco das mentalidades portuguesas deixou de estar na família, na comunidade, para se concentrarem no seu sucesso individual, egoista e independente, cuja liberdade financeira (mesmo que aparente) finalmente o permitiu.

É preciso voltar às origens. Um dia, passada esta fase do deslumbramento cego pelos bens materiais, quando o bem-estar material do nosso povo, for um dado adquirido para todos, ou quase todos, temos de passar à fase seguinte: precisamos re-educar a nossa consciência colectiva, para os valores humanos. Até porque, a certa altura, o progresso económico e material do nosso país, vai estagnar se o povo continuar com o seu espírito tão pobre como está actualmente. Nenhum povo conseguirá nada, se todos continuarem a agir individualmente nessa sociedade, sujando as ruas com o nosso lixo, considerando a estrada nossa (outra manifestação do egoismo) e provocando acidentes pela falta de solidariedade com os outros condutores, tentando roubar o mais que podem nos impostos essenciais para a comunidade, tentando enganar o próximo (a indústria do marketing por exemplo, anda perto desta fronteira entre a decepção e a burla das massas). E se nós nos afogámos em dívidas foi precisamente porque a campanha de marketing ao consumo não foi acompanhada da educação de COMO consumir com responsabilidade! Nesta mentalidade egoísta actual, a sociedade está a boicotar o seu próprio futuro. Isto porque, uma sociedade não pode evoluir só pelo sucesso de cada indivíduo, mas sim, pelo trabalho COMUNITÁRIO de todos nós, em conjunto. E esse sentimento de solidariedade é simplesmente incompatível com a obcessão individual e egoísta pelo consumo.

Infelizmente, meus amigos e amigas, eu acho que as pessoas só estão dispostas a mudar de mentalidade depois de sofrerem na pele com o actual caminho que dão às suas vidas. A dor, nas suas diversas manifestações, provocada pelo trilhar do "mau caminho", acaba por ser o professor que nos obriga, MAIS TARDE OU MAIS CEDO, a mudar de estratégia, a mudar rumo a um caminho mais saudável e que dará uma nova dimensão à prosperidade de todos nós.

E um aviso aos egoistas: A prosperidade individual só vai até certo ponto. Até ao ponto que o nosso progresso começa a ser limitado pela sociedade em que tentamos prosperar. Portanto, caro amigo egoísta, depois de lutar pelo seu progresso egoísta, tente lutar pelo progresso da comunidade em que se encontra, caso contrário, a máquina do progresso pura e simplesmente pára, e retrocede, penalizando todos o que o rodeiam e também a si.

É preciso que aconteça esta consciencialização, nem que seja a um ritmo muito lento. Mas tem que começar, e acredito perfeitamente, que a educação de valores humanos às crianças é a nossa grande esperança de vermos uma sociedade futura bem melhor. Mas os seus pais também precisam re-aprender esses valores!

O conforto e a beleza material é um bem, mas não é tudo na vida! Esta é uma importante lição. E a continuação do sofrimento de toda a nossa comunidade será a consequência de ignorarmos este simples facto da vida. Para mim, o problema está identificado, falta a coragem de todos nós, de mudarmos, nem que a dor e o tempo, por fim, nos obriguem eventualmente a isso! A educação e a sensibilização de todos é a chave. Foi isso que modestamente que acabei de fazer neste fórum.

Fiquem bem.

MensagemEnviado: 19/11/2003 12:58
por djovarius
Ora aqui mais uma achega à situação de Portugal de que se falava mais acima.
É pois complicado sair da recessão nestas condições, mesmo com um ambiente internacional um pouco mais favorável:

Segundo dados revelados pelo Banco de Portugal, o rácio de endividamento bruto das famílias portuguesas sobre o rendimento disponível, terá subido de 103% no final de 2002, para 110% -estimativas - no final do corrente ano.

Esta realidade terá contribuído para que a actividade do sistema bancário português tenha recuperado no primeiro semestre deste ano, com o activo total a crescer 4.7% face a igual período de 2002.

O total de créditos sobre clientes ascendia no final de Junho a 199.7 mil milhões de euros, mais 6,1 por cento do que no período homólogo. A carteira de créditos continuou a deteriorar-se, penalizada pelo aumento dos rácios de incumprimento, revelam os números do Banco de Portugal. O crédito vencido cresceu 14.5% no primeiro semestre de 2003, face a igual semestre de 2002 !!!

Como é que é possível ?? É verdade que uma grande maioria são os empréstimos à habitação a longo prazo, mas 200 mil milhões de Euros de dívida privada são 150% do PIB, mais do dobro da dívida pública !!

Isto pelas várias teorias económicas que conhecemos dá azo a um processo recessivo constante :(

cumprimentos conformados

djovarius

MensagemEnviado: 19/11/2003 11:16
por djovarius
E eu não sei o que dizer neste momento... :cry:

Quando passei por uma situação parecida em tempos, eu nem conseguia dormir em comer, quanto mais escrever num Fórum !!!

Espero que repense um pouco e que possa recuperar essa situação, porque isto não está fácil.

O mercado não nos vai facilitar a vida... :(

Espero, depois, poder continuar a analisar como sempre !!

Um abraço
djovarius

MensagemEnviado: 19/11/2003 10:53
por devastador
Bom dia djovarius.
Quero desejar-lhe umas merecidas férias e agradecer-lhe todo o tempo gasto na elaboração das respostas às minhas questões (tenho aparecido algumas vezes como visitante...). A minha situação neste momento é péssima (ganhei ao longo do ano 16 mil contos e neste momento estou perto de perder 18 mil). Neste momento só me resta esperar... :( :( Tenho apenas que rezar a todos os santinhos, esperar que prendam o Saddam, que não haja atentados, que TODOS os bancos intervenham a favor do dolar, que os mercados americanos subam, que o ouro desça rápido, que o petróleo desça, que a situação no iraque melhore rápidamente em duas semanas, que os americanos queiram um dolar forte e os europeus um euro mais fraco, que a famosa volatilidade apareça de forma a fazer subir o dolar muito rapidamente e por fim que o céu não caia em cima da minha cabeça.
Um abraço de um seu admirador.

MensagemEnviado: 19/11/2003 9:56
por djovarius
Sim, Pata

Hoje Portugal assiste à banalização dos costumes, estou curioso para ir e ver como estão as coisas agora. Em vez de sermos mais Europeus, afinal o que pareçe é que somos mais Latinos, no mau sentido da palavra. Degradou-se o civismo e a participação pública das pessoas. O reflexo do quotidiano pesado é agora mais do que evidente, sobretudo nos grandes Centros.
Nota-se ainda a cultura anos sessenta, anos setenta nas relações sociais, é uma coisa nossa... e se isso tem o seu quê de engraçado e interessante por um lado, também mostra um certo atraso a vários níveis. Não é um problema Português isolado, há mais casos assim, embora isso não nos sirva de consolo.
Um certo Portugal está hoje mais próximo da Europa, outro Portugal ainda tem o seu pézinho histórico no hemisfério Sul - a herança dos Descobrimentos não se apaga assim.

xau

dj

MensagemEnviado: 19/11/2003 9:13
por Pata-Hari
Curioso, dei comigo a olhar para a citação do pavel que dizia :

"Agora, há uma questão a respeito de Portugal que não pode ser esquecida. A melhoria de hábitos em matérias como o civismo ou a educação não vem com revoluções geracionais mas muito simplesmente com o tempo. Ainda hoje Portugal sofre as consequências de ter um analfabetismo de perto de 10%, sem paralelo na Europa Ocidental, e uma proporção de pessoas que frequentaram o Ensino Superior também ela em roda dos 20%. Quer se queira quer não isto condiciona e muito, mas que o tempo se tem encarregado e continuará a encarregar-se de solucionar.".

E não consigo concordar. Não me parece que seja isso. Porque há 10 anos, o nosso país era diferente. Há 10 anos, o espírito cívico das pessoas existia. Chamem-lhe bairrismo, parolice, o que quer que seja. O facto é que as pessoas esticavam a mão para ajudar uma mãe com um miúdo ao colo, olhavam para os miúdos com olhos mais indulgentes e interessados, tinham gestos de civismo de forma automática e que nos caracterizava como povo - sim, os portugueses eram o povo da hospitalidade, não há nenhum estrangeiro que não o dissesse.

Hoje em dia assisto com tristeza e quase repulsa à nossa internacionalização. Conseguimos ser piores que todos os outros. A preocupação por terceiros é inexistente, gestos que são o mínimo da boa educação em qualquer país, deixaram de existir, hábitos de agradecimento pelo que nos é dado, desapareceram. A mentalidade que substituí a anterior é a de "vou-me queixar porque sou português, é o meu papel na sociedade": Queixar, pedir, exigir, reclamar é a ordem do dia e do país. Fazer, ajudar, usar a cabeça ou mexer as pernas, nem pensar. É para os outros, é para exigir que os outros façam por nós.

Sim, são sintomas de falta de educação, de egocentrismo, de narcisismo e de atraso. Mas nada têm a ver com a educação no sentido formal e académico, não estamos pior agora que estávamos há 10 e há 20 anos atrás. E no entanto a mentalidade do abuso de tudo e todos generalizou-se e tornou-se o hino à portuguezisse. Não existe sequer o conceito de trabalho ou de participação em actividades comunitário no nosso país. Seria normal que as pessoas se sentissem responsáveis por preservar e participar na construção de projectos que beneficiem a sua comunidade - desporto para putos, manutenção de jardins públicos, associações culturais locais, you name it. Mas nem se vê réstia disso. Actividades e desportos são sempre os que os colégios privados organizam para putos privilegiados. É incrível...

Como se corrige? É com educação, sim. Mas não é educação académica, é educação por exemplo. No dia em que as actrizes in do momento se dedicarem nos tempos livres não à manutenção do seu penteado mas a uma associação desportiva que reúna crianças, no dia em que o manequim do momento fizer algo para a comunidade, no dia em as revistas decidam que isso é noticia, talvez o nosso povo comece a achar que há outros modelos a seguir além do modelo do egocentrismo e a adoração do próprio umbigo e que essa forma de estar não é necessariamente a única forma de estar na vida.

Enfim, isto é um desabafo meio revoltado...

Re: Portugal

MensagemEnviado: 19/11/2003 3:15
por JAOR
[quote="Profitaker
E as coisas precisam mudar, a nível das mentalidades, para só depois mudarem noutros níveis (económico-sociais). É nisto que eu acredito como provável solução para o caos que é o nosso país.

Cumprimentos.[/quote]

Eu diria....."É nisto que eu acredito como solução para o caos que é o nosso país"

Cmpts

Re: Portugal

MensagemEnviado: 19/11/2003 2:11
por Profitaker
Pavel Escreveu:A verdade é que Portugal tem várias coisas más mas também tem muitas coisas boas. Ainda recentemente a McKinsey destacava os vários sectores, onde se destacam a banca e telecomunicações, onde Portugal nada fica a dever em relação aos restantes países europeus. Na cultura e nas artes temos gente excepcional. Por amor de Deus, nós viajamos e apercebemo-nos de que há coisas melhores e coisas piores lá fora. Esse discurso do coitadinho e do "homem novo" português é que decididamente está desajustado. De resto, lembremo-nos do percurso excepcional que cumprimos desde a entrada para a CEE!

Agora, há uma questão a respeito de Portugal que não pode ser esquecida. A melhoria de hábitos em matérias como o civismo ou a educação não vem com revoluções geracionais mas muito simplesmente com o tempo. Ainda hoje Portugal sofre as consequências de ter um analfabetismo de perto de 10%, sem paralelo na Europa Ocidental, e uma proporção de pessoas que frequentaram o Ensino Superior também ela em roda dos 20%. Quer se queira quer não isto condiciona e muito, mas que o tempo se tem encarregado e continuará a encarregar-se de solucionar.



Caro Pavel,

A minha dissertação não exclui que as coisas podem mudar para melhor com a simples passagem do tempo... Mas o curioso, e tu poderás reconhecer, é que normalmente o que acontece com a passagem do tempo, é acontecerem COISAS!... (dah!) :wink: ... E se a actual crise (cívica, como a colocas) do povo português é deveras miserável, e comparável a um paciente doente, o que tem de acontecer é uma de 2 coisas: ou o paciente morre, ou cura-se. Mas uma das duas acontece, por mais tempo que demore a acontecer, mas tem de acontecer. É uma inevitabilidade! Vai acontecer, e nós sabemo-lo. E ainda bem que concordas comigo, que o paciente está doente. Pegando na tua preocupação sobre o meu mail, deixa-me esclarecer que ao afirmar que o povo português está doente na sua mentalidade, não estou a excluir que numa terra de cegos, haja um ou mais "ciclopes" que são reis, que hajam exemplos apreciados até lá fora... isto é, sejam eles, empresários espertalhões do sector da banca ou das telecomunicações, que sabem "impingir" bem os seus produtos à "carneirada", ou sejam um punhado de artistas que realizam obras notáveis e que elevam a reputação do nosso país no estrangeiro, nada disso eu nego!!... O que eu estou a criticar como causa do mal-estar no nosso país, não é o estado da economia como alguns apontam como ser a única causa de todos os males, mas sim, a mentalidade decadente da MAIORIA do nosso povo... E abstenho-me agora de repetir quais são esses defeitos de mentalidade (ver o post anterior). E tu até referes sumáriamente alguns desses problemas de mentalidade como o problema da falta de civismo ou de educação. Acho que esses são alguns dos problemas, mas apenas alguns! Os outros já os referi, mas são todos ao nível da MENTALIDADE e da cultura do nosso povo que assim se auto-boicota no seu progresso.

Para melhorar o estado de coisas, tu dizes que basta passar o tempo, que não é preciso revoluções "à-la" extrema-direita... Tudo bem, eu até aceito de bom grado a evolução NATURAL das coisas pois não acredito na eficácia perene de mudanças impostas por políticas déspotas: A mudança positiva de um povo inteiro tem de ser consciente e de vontade-própria, para ser efectiva. Mas haja revolução ou não, quer haja uma mudança progressiva das mentalidades, ou quer haja uma campanha de educação cívica dos nossos filhos, a questão é que o estado de coisas tem de mudar... e melhor que isso, VAI MUDAR, pois essa é uma consequência natural do tempo e da vida. As coisas mudam. E quanto mais educação e formação se der ao povo (às crianças em particular), mais depressa as coisas mudarão para melhor.

E as coisas precisam mudar, a nível das mentalidades, para só depois mudarem noutros níveis (económico-sociais). É nisto que eu acredito como provável solução para o caos que é o nosso país.

Cumprimentos.

Portugal

MensagemEnviado: 19/11/2003 0:40
por Pavel
Não desenterremos o discurso de que os portugueses não prestam e que precisamos de uma "revolução de mentalidades". Para além de ser mentira é uma ideia peregrina e perigosa que está na base dos piores populismos. Veja-se o Manuel Monteiro e o seu novo partido a vociferar contra a democracia portuguesa.

A verdade é que Portugal tem várias coisas más mas também tem muitas coisas boas. Ainda recentemente a McKinsey destacava os vários sectores, onde se destacam a banca e telecomunicações, onde Portugal nada fica a dever em relação aos restantes países europeus. Na cultura e nas artes temos gente excepcional. Por amor de Deus, nós viajamos e apercebemo-nos de que há coisas melhores e coisas piores lá fora. Esse discurso do coitadinho e do "homem novo" português é que decididamente está desajustado. De resto, lembremo-nos do percurso excepcional que cumprimos desde a entrada para a CEE!

Agora, há uma questão a respeito de Portugal que não pode ser esquecida. A melhoria de hábitos em matérias como o civismo ou a educação não vem com revoluções geracionais mas muito simplesmente com o tempo. Ainda hoje Portugal sofre as consequências de ter um analfabetismo de perto de 10%, sem paralelo na Europa Ocidental, e uma proporção de pessoas que frequentaram o Ensino Superior também ela em roda dos 20%. Quer se queira quer não isto condiciona e muito, mas que o tempo se tem encarregado e continuará a encarregar-se de solucionar.

MensagemEnviado: 19/11/2003 0:33
por djovarius
É... não é só um problema português, mas também !!
Seria outra Argentina e isso não seria nada bonito...

Agora, o homemdoswarrants !!
Eu gosto de estudar as religiões mas não sou religioso. Sei lá de cor e salteado versículos !!!!
Nem Bíblia tenho em casa !!
Mas parce-me que era nesse contexto do vencido e do vencedor que aparecia alguma coisa do devedor ser escravo do seu credor.
Talvez possa me ajudar nesse ponto ? E se estiver errado, pode-me corrigir !!

Quanto à questão da idolatria, não há confusão nenhuma. Pode-se estar aqui sem idolatrar o dinheiro. Digo-lhe até que nem ligo para luxos e gosto da natureza e coisas semples !!
Mas a questão é esta:
Veja bem, o padeiro faz pão
o pedreiro faz uma casa
o professor ensina os seus alunos, etc... etc...
E nós? Nós temos que fazer dinheiro, é a nossa profissão !! E se ao fim do dia tivermos mais dinheiro do que tínhamos de manhã, então a nossa função foi bem feita...
Tal como o padeiro troca o seu pão por dinheiro. Ele também quer ter mais no fim do dia do que tinha de manhã. É normal !!
A única diferença é o meio... o fim é o mesmo !!
Portanto, a avareza tanto pode existir aqui como em outra profissão qualquer.
Tal como pode não existir.
E pode-se estar aqui sem ser escravo do dinheiro. Senão, eu nem ia de férias, como vou !!

Quanto às teses do fim do Mundo, anti-cristo, guerras santas, etc... não gosto desses assuntos !!
Alimentam especulações que não me interessam !!

E mal lhe pergunto? O que faz nos mercados ?

abraço
dj

Portugal Vulnerável

MensagemEnviado: 19/11/2003 0:06
por Profitaker
Sabes djo,

É uma sorte Portugal estar integrado no EURO.

Coitados de nós se o fraquinho Escudo ainda andásse por aí, com toda esta instabilidade! Certamente não ficaríamos atrás da agitação social da Venezuela ou do Zimbabwe.

Mas fechando o círculo da nossa conversa, o problema de Portugal não está nas contas públicas... Está na cabeça das pessoas, na sua mentalidade, na sua ignorância, na sua indisciplina, na sua perguiça, no seu egoísmo, na sua inveja e no seu bairrismo... E na minha reflexão, estes defeitos são uma característica universal da cultura portuguesa contemporânea: estão enraizados na generalidade dos portugueses, desde o político até ao trabalhador, passando pelos empresários... Por isso, o nosso país só mudará (para melhor) se as pessoas mudarem. E como isso dificilmente (i.e., nunca) acontecerá, teremos de esperar 1 geração (ou mais!) até que nasça um povo português com uma consciência diferente! Só é preciso educar as crianças portuguesas na escola, para eles um dia, reformarem o nosso país doente. Mas isto cria um outro problema: quem serão os tutores que lhes poderão ensinar os valores das sociedades que atingiram a prosperidade, se nós próprios não seguimos (ou desprezamos) esses valores?

Portugal está falido, e não é só a nível económico. A nossa sorte é que não têm havido convulsões sociais, que coloquem a nú a necessidade urgente de uma mudança, de uma revolução profunda na consciência dos Portugueses. Mas estamos tão vulneráveis a isso, que será apenas uma questão de tempo... O paciente Português, como está, tem uma doença terminal e possivelmente incurável. Este é infelizmente o meu humilde diagnóstico.

caro DJ

MensagemEnviado: 18/11/2003 23:51
por homemdoswarrants
Caro Djovarios.
Importa-se de referir qual o versiculo biblico que refere?
Segundo o que conheço diz o seguinte:
-O vencido torna-se escravo do vencedor.
Esta frase proferiu quando indagado por ter expulso demonios por intermedio de belzebu( chefe do mal)
Ja agora , uma vez que auto-intitula conhecedor de varias religioes, que pensa da idolatria?
Nao sera para muitos o mercado de capitais , o seu idolo, que tanto os afasta de Deus Criador?
Pecado de avareza.
Nao escrevo em tom de critica , apenas para troca de opniao, pois sou fervoroso cristao,muito proximo do judaismo.
Aceito todas as defeniçoes espirituais , desde que devidamente fundamentadas na biblia.
Repudio heresias muito propagadas , como sinal dos finais dos tempos.
A proposito, para mim a crise do Iraque , é um simulacro da BATALHA DO ARMAGEDON.
Grandes exercitos do bem e do mal se reuniriam entre o Tigre e o Eufrades , sendo que as forças do bem venceriam.
Profecia do genero relata que Jerusalem seria sitiada por exercitos de todo o mundo , como antecipaçao da queda da babilonia( dominio catolico)
Muito teriamos para falar, caso realmente conheça as religioes , como diz.

MensagemEnviado: 18/11/2003 23:34
por djovarius
Pois...

o problema é que falamos dos EUA, mas em Portugal deve ser mais grave a avaliar pelos números divulgados hoje !!

Independentemente dos juros baixos, crédito é dívida, não acrescenta em nada à renda de quem pede emprestado...
Infelizmente, o crédito bom, aquele que permite, por exemplo, comprar um imóvel, acabou também por alimentar também uma outra bolha...

Engraçado é que a própria Biblia (sou um erudito e gosto de estudar as religiões) afirma que o devedor é um escravo do credor.
Não deixa de ser uma verdade...

abraço
djovarius

Re: Dinheiro fácil ?

MensagemEnviado: 18/11/2003 23:25
por Profitaker
Inox Escreveu:As técnicas usadas para impingir dinheiro são muito sofisticadas, existem mil e uma artimanhas para levar o pessoal para o purgatório...é uma batalha quase impossível, lutar contra esse Adamastor.


Sim, sim. A armadilha existe, está muito bem montada e planeada, e as pessoas andam a dormir e a cair nela (ou já caíram), pensando inocentemente que estavam legitimamente a "usufruir" a vida, e CONFIANDO que tudo iria correr bem. Sim, porque o optimismo inconsciente é característica dos ingénuos.

Sejamos claros. As pessoas assumem um risco quando colocam o seu "pescoço" no cadafalso do carrasco. A questão é só saber se e quando o gume afiado lhes vai cair em cima.

Não pode ser! As pessoas não podem continuar a dizer que não sabiam de nada, que não foram avisadas, que fizeram porque o vizinho também fez, compraram a crédito porque o vizinho também comprou. Isso é a mentalidade do carneiro, que vão sempre atrás uns dos outros, das modas. Desculpem a linguagem, mas é assim mesmo! Isto não é a mentalidade do Ser Humano livre e inteligente e dono do destino da sua vida.

No fundo, cada um tem aquilo que merece, e quem arrisca muito, pode perder muito, nós já sabíamos isso na bolsa, graças a muitas perdas que já tivemos... análogamente, é agora a vez do consumidor, do "zé-povinho" seguidista de modas e materialista pagar a consequência dos seus actos, da sua cegueira e falta de uso da sua massa cinzenta. E NÃO, NÃO estou contente com isso, também sofro muito ao ver o sofrimento dessas pessoas, mas não me revolto contra os bancos, eles fizeram o seu papel, e pelos vistos, foram muito bem sucedidos. Apenas me revolto contra a ignorância, a ignorância assumida e até escolhida pelas pessoas, que apenas quiseram ver os benefícios, sem olharem aos riscos! Reitero a minha "mantra" com que assino os meus posts e podem ler abaixo! Fiquem bem.

Dinheiro fácil ?

MensagemEnviado: 18/11/2003 23:05
por Inox
As técnicas usadas para impingir dinheiro são muito sofisticadas, existem mil e uma artimanhas para levar o pessoal para o purgatório...é uma batalha quase impossível, lutar contra esse Adamastor.

MensagemEnviado: 18/11/2003 22:48
por Profitaker
:cry:

Tens razão, cinzento. O sofrimento dos outros nunca deixa indiferente as pessoas mínimamentes sensíveis.

Mas olha, tu não podes desresponsabilizar totalmente as pessoas que se endividaram para além das suas possibilidades, só porque querem "usufruir a vida". Todos queremos usufruir a vida, mas devemos fazê-lo com responsabilidade, certo?

Irónicamente, até me apetece dizer que esta desresponsabilização ainda se vai transformar num caso semelhante às vitimas do uso do tabaco: daqui a uns anos, os insolventes vão queixar-se que os bancos não os avisaram para os malefícios do uso abusivo do crédito, e até vão exigir indemnizações! :wink:

Não pode ser! Não somos crianças. As pessoas sabem bem os riscos, mesmo com o marketing bonito dos bancos, escamoteador dos riscos, e mesmo que essas pessoas optem por ignorar esses riscos (como o aumento das taxas de juro ou de perderem o emprego) pela cegueira de consumir cada vez mais bens, a verdade é que as pessoas sabem que existe um risco quando se apressam impacientemente em "usufruir" a vida, mesmo sem terem posses reais para tal.

E ainda fica em aberto se essa questão de se "usufruir a vida" tem de passar necessáriamente pela aquisição descontrolada e seguidista de modas e "brinquedos" supérfulos... Isto é que é a tua visão de "usufruir" a vida, cinzento? Olha, se deres um passeio à beira-mar, custa-te quase nada, e estás a usufruir a vida... Desde quando Usufruir a vida = gastar dinheiro??? ...francamente!

Em tempos de crise, façam como no tempo dos nossos avós: poupem a vida inteira para comprar um carrinho. Caiam na realidade! Sejam humildes! E abandonem a armadilha materialista e consumista armada pelos monopólios comerciais durante o século XX, e em que caiu a sociedade: e que levou as pessoas a confundir felicidade com consumismo!

Tenho dito! :?

Cumprimentos. :|

Bem, meus amigos...

MensagemEnviado: 18/11/2003 22:23
por Cinzento
Apesar de muito provavelmente, durente estes últimos 2 meses, ter sido o participante mais "bearish" do forúm, não me satisfaz em nada constatar a realidade enunciada. E faz-me pena!! Aliás faz-me muita pena!!
O desemprego é algo de tremendo, para a sociedade em geral, e para cada um é particular. É um drama, com consequencias demarcadamente profundas ao nivel do bem-estar, no sentido mais abrangente do termo. E eu sofro, com o sofrimento dos outros! Saber também, que alguns mais incautos ou menos esclarecidos , podem perder todas as suas poupanças,ás vezes de uma vida inteira, também me faz aperto no peito.Alegria dá-me ver os vizinhos de carro, a passear com a familia, usando o telemóvel. Não...não é vaidade! È o usufrir de aspiraçoes legitimas !! E eu fico contente.....mas simultaneamente apreensivo, porque uma vastidão de concidadãos , não foram suficientemente alertados, para a possibilidade do aumento das taxas, e aí podem não conseguir pagar a mensalidade correspondente ao emprestimo contraido na compra da sua casinha tão desejada!! E aí, sinto desespero!

Estou triste....e como o djo, tenho muita pena!

Cinzento ( como nunca!)

MensagemEnviado: 18/11/2003 22:22
por Profitaker
:)

E o Euro lá continua a subir!... Há sempre oportunidades de ganhar dinheiro, mesmo em recessões! :)

MensagemEnviado: 18/11/2003 22:18
por djovarius
Ah, assim estamos de acordo !! Concordo com a parte do sobreendividamento !!

Cumprimentos

dj

MensagemEnviado: 18/11/2003 22:03
por Profitaker
Desemprego... Nada que as famílias não estejam já habituado nos últimos 3 anos. Sim, é pena. Sinceramente é pena, porque essas famílias não têm controle sobre a decisão do seu empregador de os dispensar e mudar a fábrica para a China, por exemplo.

Mas também é pena o sobreendividamento das famílias, e neste caso, já está ao alcançe delas, a opção de resistirem às tentações consumistas e de excesso de endividamento ao crédito. O nisto, os Portugueses são campeões. Porquê? Porque os portugueses são vaidosos e vivem para as aparências... para terem o último carro ou o último telemóvel. E deste tipo de comportamento irreflectido, não tenho PENA.

E também não tenho pena dos "investidores" inflexíveis, que se deixam enganar pela conversa dos bancos para apostarem na bolsa "para o longo-prazo", apesar dos avisos de muitos, contra os riscos desta postura na bolsa.

Mas isto não é novidade nenhuma. É só o habitual status quo, em todas as épocas, em todas as sociedades.

Cumprimentos.

MensagemEnviado: 18/11/2003 21:51
por djovarius
É pena, porque nós sabemos muito bem o que crises, proteccionismos (ainda hoje a América anunciou limites às importações de alguns produtos da China) e posteriormente as recessões provocam na Sociedade como um todo e não só nos mercados !!

Era só isso, talvez não me tenha explicado bem !!

abraço

dj

É pena................

MensagemEnviado: 18/11/2003 21:46
por Profitaker
É pena porquê?!?!?!

Não é nada pena. É simplesmente natural. Deixa os mercados ajustarem-se/corrigirem/ficarem a preços de saldo.

Estamos cá para aproveitar ambos os movimentos dos mercados: sejam de queda ou de subida. Há sempre uma oportunidade para todos, a espreitar no fim de cada tendência.

A unica coisa que eu acho que é "pena", é muitos investidores serem inflexíveis, isto é, "casarem-se" com as suas posições e a sua carteira "pró longo prazo", e não saberem realizar lucros quando os têm, ou protegerem-se contra perdas quando os mercados invertem a tendência. Isso é que é de ter pena. O mercado simplesmente é como é como é como é. Adaptem-se ao mercado, em lugar de desejarem que o mercado se adapte à vossa posição.

Cumprimentos a todos e Bons negócios!

MensagemEnviado: 18/11/2003 21:17
por djovarius
Meus amigos,

Está a acontecer o que eu temia quando lançei este tópico... dólar em queda, investimentos na América em queda, excesso de liquidez e endividamento !! Tudo a vir ao de cima !!
Só por si, estes factores não não o suficiente para gerar o pânico, mas quando toda uma série de eventos geo-políticos acrescentam a um ambiente financeiro duvidoso...
Deus sabe o que pode acontecer.
Tenho estado particularmente atento aos mercados como um todo e não me agrada, desse ponto de vista, ver os preços em alta (por causa da queda do dólar) e os mercados accionistas sem força.

Em princípio, estes temores já se devem sentir esta noite na Ásia.
É pena, mas nada podemos fazer contra isso !!

Um abraço
dj