Banco perde 6% em seis dias
BCP explica a analistas que aumento das provisões é recorrente
O Banco Comercial Português (BCP), na «conference call» com os analistas, avançou que o aumento das provisões, além dos 54 milhões de euros exigidos pelo Banco de Portugal, deve ser considerado como recorrente, o que levou a revisões em baixa da recomendação.
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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt
Acções do BCP no último mês
O Banco Comercial Português (BCP), na «conference call» com os analistas, avançou que o aumento das provisões, além dos 54 milhões de euros exigidos pelo Banco de Portugal, deve ser considerado como recorrente, o que levou a revisões em baixa da recomendação.
O Banco Comercial Português (BCP) [Cot], no encontro com analistas para explicar as contas dos primeiros nove meses do ano, anunciou que as provisões para a actividade doméstica ascenderam a 158 milhões de euros.
Deste montante, cerca 54 milhões está relacionado com o Aviso 8/2003 do Banco de Portugal. A nova regulamentação, teve um impacto positivo de 46,9 milhões de euros na libertação de fundos relacionados com as provisões genéricas (ligadas à taxa de crescimento dos empréstimos), e um efeito negativo de 100,9 milhões de euros em virtude das regras mais apertadas para as provisões específicas.
Em relação aos restante 104 milhões de euros, os gestores do BCP afirmaram que devem ser considerados como recorrentes, ou seja, terão um impacto nas contas do banco nos próximos trimestres.
No «Iberian Daily», os analistas do Espírito Santo Research (ESR) afirmam que este montante quer dizer, por um lado, uma contínua deterioração na qualidade dos activos, e uma revisão em baixa das estimativas para o BCP.
A contínua deterioração na qualidade dos activos, segundo a mesma fonte, deverá ser interpretada como «uma grande parte das provisões foi alocada como específica e não genéricas», sendo que este último item está relacionado com a taxa de crescimento dos empréstimos. Por outro lado, o ESR avança que «é importante notar que as provisões, excluindo os efeitos da nova regulamentação, quedaram-se nos 81 milhões de euros, no segundo trimestre de 2003».
«O esforço adicional nas provisões é um sinal que os tempos difíceis ainda estão por vir»
A JP Morgan, segundo avançou a «Bloomberg», em reacção à apresentação das contas trimestrais, desceu a recomendação para os valores do BCP de «neutral» para «underweight».
A analista Carla Antunes da Silva afirma, na mesma nota, que «o esforço adicional nas provisões é um sinal que os tempos difíceis ainda estão por vir».
As provisões totais do maior banco privado nacional ascenderam a 164,9 milhões de euros no terceiro trimestre, acima dos 134 milhões de euros do segundo trimestre.
As acções do BCP negociavam em queda de 1,73% para 1,70 euros. Nas últimas seis sessões, em antecipação e reacção às contas, os títulos do banco acumulam uma perda de 5,59