"As propostas para a parceria e venda da ‘holding’ seguradora já foram entregues e estão a ser analisadas pelo grupo.
Desde que chegou a acordo com a Eureko para a aquisição da totalidade do capital da Seguros e Pensões (SeP), em Setembro do ano passado, o Banco Comercial Português já dispensou 340 funcionários da ‘holding’ seguradora. Um processo de racionalização que permitiu poupar 17,8 milhões de euros entre o final do terceiro trimestre de 2002 e igual período deste ano, o que representa uma quebra de 20,5% nos custos com pessoal, para 68,9 milhões de euros.
Tratou-se de um “bom programa de redução de custos, que permitiu melhores resultados” na SeP, justificou Jorge Jardim Gonçalves, presidente do BCP, na apresentação das contas do terceiro trimestre do grupo financeiro. Apesar de Jardim Gonçalves ter explicado que
o processo de alienação da ‘holding’ seguradora – que entrou na fase final de avaliação das propostas – “não dispensa que a boa gestão vá buscar a melhor ‘performance’”, a verdade é que a dispensa de colaboradores permitiu à SeP melhorar o seu desempenho. Uma evolução que potencia o interesse dos candidatos à compra do grupo segurador e o valor que estas instituições se disponibilizam a investir nesta operação.
Com a dispensa de 340 funcionários, o “grande ajustamento em termos de pessoal está feito”, garantiu Miguel Magalhães Duarte, representante para as relações com o mercado do BCP. O quadro de pessoal da SeP integra agora 1860 funcionários, contra os cerca de 2200 efectivos existentes no final de Setembro do ano passado.
Relativamente ao processo de alienação da ‘holding’ seguradora, a fase de recolha de propostas e de ‘due dilligence’ está concluída, revelou Jardim Gonçalves, adiantando que o banco está a analisar as ofertas recebidas de forma a encontrar o modelo final de alienação. “Temos candidatos dentro do perfil [de venda] definido, ou seja, para o estabelecimento de uma parceria estratégica na ‘bancassurance’ e no ramo vida e para a alienação do negócio não vida”, assegurou o presidente do BCP que, no entanto, não excluiu a possibilidade de o modelo final da operação poder vir a ser diferente. Segundo noticiou ontem o Público, o parceiro para os dois primeiros negócios poderá ser a Eureko, enquanto as duas seguradoras que disputam a compra do ramo não vida são os grupos franceses CNP Assurance e Axa. Anteriormente, também tinha sido referido o interesse da espanhola Mapfre nesta operação.
No terceiro trimestre deste ano, a SeP obteve lucros de 26,5 milhões de euros, no entanto, em termos acumulados dos primeiros nove meses, o valor é negativo em cerca de 5,8 milhões de euros, já que nos dois trimestres anteriores o grupo segurador obteve prejuízos de 83,3 e lucros de 51 milhões de euros, respectivamente. Os prémios acumulados diminuíram 1,2%, para 1,38 mil milhões de euros, com a queda do ramo não vida que reflecte o fraco desempenho do seguro automóvel. Os custos de transformações do grupo segurador caíram 15,8% para 199,8 milhões de euros, tanto através da redução de pessoal como pela quebra de 13,1% nos gastos administrativos, para 130,9 milhões de euros."
Os números devem estar aí a rebentar...
Cumprimentos
JCS