BCP - Diário Económico

No BCP ainda há muitas incógnitas e pode haver algumas surpresas. E os resultados da Seguros&Pensões poderão ser uma das surpresas.
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Desempenho da banca pode melhorar em 2003
Maria João Gago e Fernanda Pargana
Os resultados trimestrais que os três principais bancos portugueses, Banco Comercial Português, Banco BPI e Banco Espírito Santo vão apresentar a partir de amanhã deverão evidenciar uma melhoria da actividade bancária – em termos de margem, comissões e controlo do crédito malparado – que começou a ser notória nos últimos meses, acreditam vários analistas contactados pelo Diário Económico.
Se esta hipótese se confirmar, várias equipas de ‘research’ admitem mesmo vir a rever em alta as suas perspectivas de resultados para o conjunto de 2003 e também para o próximo ano.
«Se as comissões mantiverem o ritmo de crescimento dos trimestres anteriores e se os programas de redução de custos continuarem a ser visíveis, os resultados vão melhorar numa base anual», adiantou um dos analistas contactados. Outro especialista em banca sublinha que, se os números do terceiro trimestre confirmarem que «não tem havido agravamento do malparado» e que «o produto bancário continua a crescer, reflectindo a tendência de recuperação económica, vai haver uma forte revisão em alta das previsões de resultados para o conjunto deste ano e também para 2004».
A pressão que a banca deverá continuar a sentir ao nível da evolução da margem financeira – resultante do baixo nível das taxas de juro – poderá ser compensada, como nos dois últimos trimestres, pelo aumento de comissões e ganhos de ‘trading’. Além disso, há que ter também em conta o impacto da alteração às regras das provisões a que os bancos estão obrigadas.
De acordo com um aviso do Banco de Portugal que está em vigor desde Fevereiro deste ano, as provisões para riscos gerais de crédito baixam de 1% para 0,5%, revertendo o remanescente para o ‘bolo’ das provisões específicas. Se o nível de malparado se mantiver controlado, como os analistas estima que esteja a acontecer, a passagem de fundos das provisões genéricas para as específicas pode originar que, em termos líquidos, haja uma libertação de fundos. Uma situação que pode ajudar a inflacionar os resultados, como acontecerá com o BPI. Em Julho, o banco afirmou que esperava um impacto positivo, da ordem de 27 milhões de euros, com a alteração da política de provisões ditada pelo banco central, que permite, desde Agosto, libertar de provisões genéricas para as específicas o excedente de ‘stock’ das primeiras.
O banco liderado por Artur Santos Silva e o BES deverão registar um crescimento homólogo nos lucros de 14,2% e 16,7%, respectivamente, para 111,5 e 161,26 milhões de euros, de acordo com a média das previsões recolhidas. Já os resultados do BCP deverão diminuir quase 40%, fixando-se em quase 312 milhões. Esta quebra é, em parte, explicada pelo facto de o perímetro de consolidação do banco de Jardim Gonçalves ter sofrido alterações: diminuiu a sua posição na Eureko (que no terceiro trimestre de 2002 tinha dado um contributo positivo) de 25% para 5% e reforçou no Bank Millenium.
Relativamente ao BCP, cujas contas serão conhecidas amanhã, as principais incógnitas dos analistas recaem sobre o valor do contributo da Seguros e Pensões para os resultados do grupo e sobre a eventual ocorrência de factos extraordinários que possam influenciar os números, como por exemplo, a venda de activos imobiliários.
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Desempenho da banca pode melhorar em 2003
Maria João Gago e Fernanda Pargana
Os resultados trimestrais que os três principais bancos portugueses, Banco Comercial Português, Banco BPI e Banco Espírito Santo vão apresentar a partir de amanhã deverão evidenciar uma melhoria da actividade bancária – em termos de margem, comissões e controlo do crédito malparado – que começou a ser notória nos últimos meses, acreditam vários analistas contactados pelo Diário Económico.
Se esta hipótese se confirmar, várias equipas de ‘research’ admitem mesmo vir a rever em alta as suas perspectivas de resultados para o conjunto de 2003 e também para o próximo ano.
«Se as comissões mantiverem o ritmo de crescimento dos trimestres anteriores e se os programas de redução de custos continuarem a ser visíveis, os resultados vão melhorar numa base anual», adiantou um dos analistas contactados. Outro especialista em banca sublinha que, se os números do terceiro trimestre confirmarem que «não tem havido agravamento do malparado» e que «o produto bancário continua a crescer, reflectindo a tendência de recuperação económica, vai haver uma forte revisão em alta das previsões de resultados para o conjunto deste ano e também para 2004».
A pressão que a banca deverá continuar a sentir ao nível da evolução da margem financeira – resultante do baixo nível das taxas de juro – poderá ser compensada, como nos dois últimos trimestres, pelo aumento de comissões e ganhos de ‘trading’. Além disso, há que ter também em conta o impacto da alteração às regras das provisões a que os bancos estão obrigadas.
De acordo com um aviso do Banco de Portugal que está em vigor desde Fevereiro deste ano, as provisões para riscos gerais de crédito baixam de 1% para 0,5%, revertendo o remanescente para o ‘bolo’ das provisões específicas. Se o nível de malparado se mantiver controlado, como os analistas estima que esteja a acontecer, a passagem de fundos das provisões genéricas para as específicas pode originar que, em termos líquidos, haja uma libertação de fundos. Uma situação que pode ajudar a inflacionar os resultados, como acontecerá com o BPI. Em Julho, o banco afirmou que esperava um impacto positivo, da ordem de 27 milhões de euros, com a alteração da política de provisões ditada pelo banco central, que permite, desde Agosto, libertar de provisões genéricas para as específicas o excedente de ‘stock’ das primeiras.
O banco liderado por Artur Santos Silva e o BES deverão registar um crescimento homólogo nos lucros de 14,2% e 16,7%, respectivamente, para 111,5 e 161,26 milhões de euros, de acordo com a média das previsões recolhidas. Já os resultados do BCP deverão diminuir quase 40%, fixando-se em quase 312 milhões. Esta quebra é, em parte, explicada pelo facto de o perímetro de consolidação do banco de Jardim Gonçalves ter sofrido alterações: diminuiu a sua posição na Eureko (que no terceiro trimestre de 2002 tinha dado um contributo positivo) de 25% para 5% e reforçou no Bank Millenium.
Relativamente ao BCP, cujas contas serão conhecidas amanhã, as principais incógnitas dos analistas recaem sobre o valor do contributo da Seguros e Pensões para os resultados do grupo e sobre a eventual ocorrência de factos extraordinários que possam influenciar os números, como por exemplo, a venda de activos imobiliários.