PORTUCEL

NOVA1-Estado determinado em reduzir posição Portucel-Ministro
(Acrescenta mais informações e citações do ministro da Economia a partir do quinto parágrafo)
LISBOA, 7 Out (Reuters) - O Estado está determinado em reduzir a sua posição na Portucel através do concurso de privatização em curso, estando confiante que este acabará por vingar já que a sua bondade é inequívoca, disse Carlos Tavares, ministro da Economia.
Adiantou que "a proposta sugerida pelo júri" - escolha da Cofina /Lecta para parceiro - "é inequívoca e reuniu o consenso de todas as entidades envolvidas - consultores, bancos de investimento, técnicos da Portucel - e que, segundo todas as análises apresentadas, valoriza a empresa e é boa para os accionistas".
"Essa é a proposta que vai ser levada à AG e os accionistas decidirão (...). O Estado está determinado e pretende reduzir a sua posição na Portucel. Para já, (o Estado) está nesta via e confiamos que é esta que vai vingar", disse Carlos Tavares à Reuters.
"Estou confiante que os accionistas tomarão a melhor decisão na AG e acreditamos que esta é uma boa oportunidade para a estratégia de internacionalização e afirmação da Portucel nos mercados europeus", frisou o ministro da Economia.
Carlos Tavares, interrogado sobre se a AG decidir 'chumbar' a entrada do parceiro, respondeu: "veremos no dia seguinte", sem se pronunciar sobre se o Estado está disposto a usar a faculdade do decreto-lei que permite passar a uma venda directa em concurso de até 30 pct do capital da Portucel.
A Assembleia Geral (AG) de 14 de Outubro, vai votar a segunda fase de privatização da Portucel com a entrada de um parceiro, uma operação que tem contado com a forte oposição da Sonae SGPS - o maior accionista privado.
A 1 de Outubro, fonte financeira próxima do processo disse à Reuters que a Sonae vendera a dois aliados cinco pct da Portucel para contornar a blindagem dos Estatutos a 25 pct e poder usar os 30 pct de votos que tinha na papeleira para se opôr à sua privatização naquela AG.
Nesse dia, a Sonae confirmou que tinha vendido cerca de cinco pct da Portucel e, ontem e hoje, esta anunciou que a Lunimo - empresa detida por dois ex-quadros da Sonae - comprou quatro pct e a espanhola Cajastur adquiriu 0,991 pct e passou a deter uma posição total de 2,715 pct.
A Lunimo tem quatro pct dos direitos de voto da Portucel e a Cajastur 2,715 pct, o que, somados aos 25 pct da Sonae, perfaz 31,715 pct ou seja basta que, naquela AG, estejam representados apenas 95 pct dos votos da Portucel para que estas três entidades consigam 'chumbar' a votação.
Segundo os Estatutos da Portucel, todos os accionistas privados estão limitados a votar com um máximo de 25 pct dos direitos de voto e o Estado vota com os seus 56 pct intactos, sendo que a escolha do parceiro terá de ter mais de 66,6 pct dos votos expressos.
Mas, dada a miríade de pequenos accionistas para além daqueles principais, se na AG estiverem representados somente 95 pct dos votos da Portucel, o Estado precisa de assegurar 63,27 pct para fazer passar a privatização, enquanto a minoria de bloqueio será de apenas 31,63 pct.
A segunda fase de privatização da Portucel com a entrada do parceiro - através de um aumento de capital da Portucel até 25 pct em espécie e a ser subscrito por este - será precedida por uma venda institucional de mais 15 pct que ditará a diluição da actual posição da Sonae.
No fim destas duas operações, o Estado descerá a sua posição para uma minoria de bloqueio de 33 pct e o novo parceiro ficará com entre 20 e 25 pct, sensivelmente o mesmo que a Sonae.
O júri deste concurso de privatização foi favorável ao consórcio Cofina /Lecta - que terá de entregar à Portucel activos de cerca de 400 milhões de euros (ME) - em detrimento da finlandesa M-Real .
A Cajastur tem 6,9 pct da espanhola Ence , empresa onde a Portucel tem 5,2 pct.
CARLOS TAVARES DIZ PROPOSTA M-REAL RECUSADA POR JÚRI
O Ministro da Economia vincou que "houve dois factores que levaram a que só uma das propostas - a da Cofina/Lecta - tivesse sido seleccionada e apresentada pelo júri do concurso: o preço, porque não foi possível chegar a uma solução que o júri considerasse satisfatória quanto à proposta da M-Real, e as condições propostas em termos de acordos parassociais que a M-Real queria e que iam para além do que era possível aceitar pelo Estado".
"Essas duas circuntâncias fizeram que na prática o júri tivesse afastado a proposta da M-Real", afirmou.
Carlos Tavares lembrou que a intervenção da Portucel-SGPS, em prevêr adquirir os restantes 50 pct da Lecta, "não está relacionada directamente com o concurso de privatização, mas é uma intervenção da Portucel SGPS no sentido de tornar a solução mais interessante para a própria Portucel SA, permitindo que, a prazo, esta venha a ter a totalidade dos activos da Lecta, na medida em que estes excediam os 25 pct do capital da Portucel e não eram divisíveis".
"A possibilidade de intervenção da Portucel SGPS foi determinada por uma AG da Portucel SGPS - cujo accionista único naturalmente é o Estado - e que é inequívoca quanto à disponibilização dessa intervenção em condições iguais para ambos os concorrentes", afirmou Carlos Tavares.
"Essa questão não se chegou a pôr em relação à M-Real porque esta não propôs um preço aceitável e o modelo de governação proposto não foi aceite e, portanto, não se poderia pôr a questão da concepção financeira da proposta", disse, vincando "não é razoável dizer-se que houve tratamento desigual entre as duas candidaturas - Cofina/Lecta e M-Real - porque havia essa disponibilidade da Portucel-SGPS e esta disponibilidade foi deliberada para as duas e a Acta da AG da Portucel SGPS é inequívoca quanto a isso".
Acrescentou que a M-Real nunca fez nenhum protesto oficial ao júri sobre este processo, embora um advogado seu representante em Portugal se tivesse dirigido ao júri, nesse sentido.
(Acrescenta mais informações e citações do ministro da Economia a partir do quinto parágrafo)
LISBOA, 7 Out (Reuters) - O Estado está determinado em reduzir a sua posição na Portucel através do concurso de privatização em curso, estando confiante que este acabará por vingar já que a sua bondade é inequívoca, disse Carlos Tavares, ministro da Economia.
Adiantou que "a proposta sugerida pelo júri" - escolha da Cofina /Lecta para parceiro - "é inequívoca e reuniu o consenso de todas as entidades envolvidas - consultores, bancos de investimento, técnicos da Portucel - e que, segundo todas as análises apresentadas, valoriza a empresa e é boa para os accionistas".
"Essa é a proposta que vai ser levada à AG e os accionistas decidirão (...). O Estado está determinado e pretende reduzir a sua posição na Portucel. Para já, (o Estado) está nesta via e confiamos que é esta que vai vingar", disse Carlos Tavares à Reuters.
"Estou confiante que os accionistas tomarão a melhor decisão na AG e acreditamos que esta é uma boa oportunidade para a estratégia de internacionalização e afirmação da Portucel nos mercados europeus", frisou o ministro da Economia.
Carlos Tavares, interrogado sobre se a AG decidir 'chumbar' a entrada do parceiro, respondeu: "veremos no dia seguinte", sem se pronunciar sobre se o Estado está disposto a usar a faculdade do decreto-lei que permite passar a uma venda directa em concurso de até 30 pct do capital da Portucel.
A Assembleia Geral (AG) de 14 de Outubro, vai votar a segunda fase de privatização da Portucel com a entrada de um parceiro, uma operação que tem contado com a forte oposição da Sonae SGPS - o maior accionista privado.
A 1 de Outubro, fonte financeira próxima do processo disse à Reuters que a Sonae vendera a dois aliados cinco pct da Portucel para contornar a blindagem dos Estatutos a 25 pct e poder usar os 30 pct de votos que tinha na papeleira para se opôr à sua privatização naquela AG.
Nesse dia, a Sonae confirmou que tinha vendido cerca de cinco pct da Portucel e, ontem e hoje, esta anunciou que a Lunimo - empresa detida por dois ex-quadros da Sonae - comprou quatro pct e a espanhola Cajastur adquiriu 0,991 pct e passou a deter uma posição total de 2,715 pct.
A Lunimo tem quatro pct dos direitos de voto da Portucel e a Cajastur 2,715 pct, o que, somados aos 25 pct da Sonae, perfaz 31,715 pct ou seja basta que, naquela AG, estejam representados apenas 95 pct dos votos da Portucel para que estas três entidades consigam 'chumbar' a votação.
Segundo os Estatutos da Portucel, todos os accionistas privados estão limitados a votar com um máximo de 25 pct dos direitos de voto e o Estado vota com os seus 56 pct intactos, sendo que a escolha do parceiro terá de ter mais de 66,6 pct dos votos expressos.
Mas, dada a miríade de pequenos accionistas para além daqueles principais, se na AG estiverem representados somente 95 pct dos votos da Portucel, o Estado precisa de assegurar 63,27 pct para fazer passar a privatização, enquanto a minoria de bloqueio será de apenas 31,63 pct.
A segunda fase de privatização da Portucel com a entrada do parceiro - através de um aumento de capital da Portucel até 25 pct em espécie e a ser subscrito por este - será precedida por uma venda institucional de mais 15 pct que ditará a diluição da actual posição da Sonae.
No fim destas duas operações, o Estado descerá a sua posição para uma minoria de bloqueio de 33 pct e o novo parceiro ficará com entre 20 e 25 pct, sensivelmente o mesmo que a Sonae.
O júri deste concurso de privatização foi favorável ao consórcio Cofina /Lecta - que terá de entregar à Portucel activos de cerca de 400 milhões de euros (ME) - em detrimento da finlandesa M-Real .
A Cajastur tem 6,9 pct da espanhola Ence , empresa onde a Portucel tem 5,2 pct.
CARLOS TAVARES DIZ PROPOSTA M-REAL RECUSADA POR JÚRI
O Ministro da Economia vincou que "houve dois factores que levaram a que só uma das propostas - a da Cofina/Lecta - tivesse sido seleccionada e apresentada pelo júri do concurso: o preço, porque não foi possível chegar a uma solução que o júri considerasse satisfatória quanto à proposta da M-Real, e as condições propostas em termos de acordos parassociais que a M-Real queria e que iam para além do que era possível aceitar pelo Estado".
"Essas duas circuntâncias fizeram que na prática o júri tivesse afastado a proposta da M-Real", afirmou.
Carlos Tavares lembrou que a intervenção da Portucel-SGPS, em prevêr adquirir os restantes 50 pct da Lecta, "não está relacionada directamente com o concurso de privatização, mas é uma intervenção da Portucel SGPS no sentido de tornar a solução mais interessante para a própria Portucel SA, permitindo que, a prazo, esta venha a ter a totalidade dos activos da Lecta, na medida em que estes excediam os 25 pct do capital da Portucel e não eram divisíveis".
"A possibilidade de intervenção da Portucel SGPS foi determinada por uma AG da Portucel SGPS - cujo accionista único naturalmente é o Estado - e que é inequívoca quanto à disponibilização dessa intervenção em condições iguais para ambos os concorrentes", afirmou Carlos Tavares.
"Essa questão não se chegou a pôr em relação à M-Real porque esta não propôs um preço aceitável e o modelo de governação proposto não foi aceite e, portanto, não se poderia pôr a questão da concepção financeira da proposta", disse, vincando "não é razoável dizer-se que houve tratamento desigual entre as duas candidaturas - Cofina/Lecta e M-Real - porque havia essa disponibilidade da Portucel-SGPS e esta disponibilidade foi deliberada para as duas e a Acta da AG da Portucel SGPS é inequívoca quanto a isso".
Acrescentou que a M-Real nunca fez nenhum protesto oficial ao júri sobre este processo, embora um advogado seu representante em Portugal se tivesse dirigido ao júri, nesse sentido.