Os EUA são uma dor de cabeça

Caro Cem,
Os EUA parece que não estão nada preocupados em ter que pagar a dívida externa, relativa a parte dos dois défices, comercial e orçamental. E o problema maior até nem reside nesse défices, que são uma consequência. Parece-me que a causa, que se chama consumismo muito exagerado, a todos os níveis, é… digamos, uma causa perdida!
Os países criam hábitos durante décadas e não perdem esses hábitos facilmente. Em especial se são convidados a continuar a praticá-los, mesmo em condições adversas. Sabem, claro, o que o nosso bem conhecido Alan Greenspan descobriu este ano: os proprietários de casa própria, cada vez em maior número, quer pela baixa da taxa de juros quer pela bolha imobiliária em curso, estão a ser incentivados a procederem com essas casas como se se tratasse de um activo disponível normal. Obtêm, assim, financiamento hipotecário a longo prazo, depois refinanciamento e sempre que as valorizações das casas (!) o permitam, novos complementos de financiamento!!!
A única hipótese de haver uma adequada limpeza das colossais dívidas do Estado Americano seria, seria através de uma contracção do PIB dos EUA, que de algum modo repusesse o equilíbrio mínimo, o que implicaria uma recessão forte e uma tremenda desvalorização real do USD. Naturalmente, não se vislumbra que os dirigentes financeiros dos EUA (sempre depois das próximas eleições presidenciais…), possam provocar nada do género, antes terá que ser, eventualmente, o próprio mercado a fazê-lo.
Mas, pode muito bem acontecer que tenhamos à nossa frente vários anos de avanços e recuos (mais estes do que aqueles). Vendo as coisas a prazo, a União Europeia também terá sempre problemas de crescimento, que será em média sempre inferior ao dos EUA. O cerne da questão está no envelhecimento da sua população, muito maior do que nos EUA, e isso faz toda a diferença.
No meio disto tudo, quem continua a financiar a dívida externa dos EUA? Os suspeitos do costume, que ajudam eles próprios à festa, dando os adequados retoques no mix USD/Treasuries.
Um abraço
Comentador
Os EUA parece que não estão nada preocupados em ter que pagar a dívida externa, relativa a parte dos dois défices, comercial e orçamental. E o problema maior até nem reside nesse défices, que são uma consequência. Parece-me que a causa, que se chama consumismo muito exagerado, a todos os níveis, é… digamos, uma causa perdida!
Os países criam hábitos durante décadas e não perdem esses hábitos facilmente. Em especial se são convidados a continuar a praticá-los, mesmo em condições adversas. Sabem, claro, o que o nosso bem conhecido Alan Greenspan descobriu este ano: os proprietários de casa própria, cada vez em maior número, quer pela baixa da taxa de juros quer pela bolha imobiliária em curso, estão a ser incentivados a procederem com essas casas como se se tratasse de um activo disponível normal. Obtêm, assim, financiamento hipotecário a longo prazo, depois refinanciamento e sempre que as valorizações das casas (!) o permitam, novos complementos de financiamento!!!
A única hipótese de haver uma adequada limpeza das colossais dívidas do Estado Americano seria, seria através de uma contracção do PIB dos EUA, que de algum modo repusesse o equilíbrio mínimo, o que implicaria uma recessão forte e uma tremenda desvalorização real do USD. Naturalmente, não se vislumbra que os dirigentes financeiros dos EUA (sempre depois das próximas eleições presidenciais…), possam provocar nada do género, antes terá que ser, eventualmente, o próprio mercado a fazê-lo.
Mas, pode muito bem acontecer que tenhamos à nossa frente vários anos de avanços e recuos (mais estes do que aqueles). Vendo as coisas a prazo, a União Europeia também terá sempre problemas de crescimento, que será em média sempre inferior ao dos EUA. O cerne da questão está no envelhecimento da sua população, muito maior do que nos EUA, e isso faz toda a diferença.
No meio disto tudo, quem continua a financiar a dívida externa dos EUA? Os suspeitos do costume, que ajudam eles próprios à festa, dando os adequados retoques no mix USD/Treasuries.
Um abraço
Comentador