CALDEIRÃO DE BOLSA

Por: Gustavo Fernandes
06/08/02 - 09h00
InfoMoney

SÃO PAULO - Embora a inflação tenha deixado de ser o maior problema econômico brasileiro desde a implantação do Plano Real, a história econômica do Brasil ao longo de todo o século XX foi caracterizada pela elevação crescente do nível dos preços, fenômeno que ficou conhecido como superinflação.

Em virtude disto, ao contrário de hoje, quando os preços sofrem pequenas variações, no passado, para pagar uma simples passagem de ônibus era preciso uma quantia enorme, que, no entanto, possuía pouco poder de compra.

Com isto, o governo brasileiro foi obrigado muitas vezes, para simplificar o processo de contagem, a dividir todos os preços da economia por mil, introduzindo uma nova moeda.

Brasil teve oito moedas ao longo do século XX
Quem não se lembra do Cruzado, ou do Cruzado Novo? Pois a necessidade de simplificar a contagem na economia levou o Brasil a possuir ao longo do século XX oito diferentes moedas.

No início do século passado, a moeda brasileira era o Mil-Réis, utilizado até 1942, quando foi substituída pelo Cruzeiro, unidade monetária que iria ser usada praticamente ininterruptamente por 25 anos.

Contudo, a partir de 1967, com a forte aceleração da inflação, o tempo de vida das moedas brasileiras reduziu-se consideravelmente.

Anos 80 assistiram a três trocas de moeda
O sucessor do Cruzeiro foi o Cruzeiro Novo que mais tarde, em 1970 iria ser chamado novamente de Cruzeiro.

Entretanto, a vida da nova moeda terminou com a criação, em março de 1986, do Cruzado. Esta última, acabou sendo substituída apenas três anos mais tarde pelo Cruzado Novo, moeda que a partir de 1990 seria chamada mais uma vez por Cruzeiro.

Real foi introduzido em julho de 1994
Finalmente, em 1993, mais três zeros foram cortados, fazendo com que o Cruzeiro passasse a ser chamado Cruzeiro Real, moeda que em 1994 deixaria de existir com o nascimento do Real.

Vale frisar que a única vez que não se adotou a proporção 1.000 para 1 durante a introdução de uma nova moeda foi em 1994, quando a troca foi feita na proporção CR$ 2.750,00 para R$ 1,00.

Por: Gustavo Fernandes
02/10/02 - 12h08
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SÃO PAULO - A bolsa de valores é o lugar público onde os corretores compram e vendem ativos em nome de seus clientes, recebendo uma comissão relativa a cada operação que fazem. Neste sentido, a primeira bolsa de valores do mundo foi instalada em Antuérpia, na Bélgica, em 1531, em resposta à pujança da região, o maior centro de comércio do século XVI.

Na Inglaterra, antes mesmo do século XVIII, corretores se reuniam nas proximidades de cafés, onde eram procurados por investidores. Em 1673, os corretores de Londres criaram a primeira bolsa de valores inglesa. Já nos EUA, os futuros corretores de Nova York reuniam-se à sombra de um plátano na Wall Street, levando à criação da Bolsa de Nova York, que foi organizada em 1792, tornando-se a principal bolsa do mundo. Contudo, as primeiras bolsas que apareceram foram as de mercadorias, onde os negócios envolvem não papéis como nas bolsas de valores normais, mas bens de consumo. Desta forma, os investidores negociam tanto os estoques já existentes como os estoques futuros. Isto permite que as bolsas de mercadoria exerçam um importante papel regulador, reduzindo os ricos dos comerciantes e as oscilações dos preços dos produtos.

A bolsa nasceu dos Van den Burse
Se foi em Antuérpia que a primeira bolsa de valores nasceu, foi em outra cidade belga que nasceu a palavra bolsa, mais precisamente em Bruges, cidade de fala holandesa.

Bruges tornou-se ainda no século XIV uma das cidades mais importantes da Europa, destacada sob o ponto de vista financeiro. Contudo, curiosamente, grande parte do comércio na cidade dava-se no palácio da família Van den Burden, cuja fachada estava realmente adornada com três bolsas.

Foi a partir de então que em francês, e depois todas as principais línguas do mundo, se passou a distinguir a palavra bourse, escrita em letras minúsculas, para bolsa, utilizada no princípio para guardar moedas, da palavra Bourse, escrita em letra maiúscula, a qual também significa bolsa, no entanto, correspondendo ao local onde se procede transações financeiras.

Primeira bolsa brasileira foi fundada em 1876
A primeira notícia no Brasil sobre bolsa de valores foi a Lei nº 317, de 1843, que regulamentou o exercício da profissão de corretor, exigindo que suas atividades fossem realizadas em um escritório e que as cotações fossem diariamente corrigidas por uma junta de corretores.

Em 1876, foi criada a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, que seria por muitos anos a principal bolsa de valores do Brasil, perdendo apenas nos últimos vinte cinco anos do século passado o posto para a Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa.

Bovespa foi fundada em 23 de agosto de 1890
A Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa, foi fundada em 23 de agosto de 1890, transformando-se hoje numa das maiores e mais modernas bolsa de valores da América Latina. Contudo, até meados da década de 60, a Bovespa, bem como as demais bolsas brasileiras, eram entidades vinculadas às secretarias de finanças dos governos estaduais e compostas por corretores nomeados pelo poder público.

Entretanto, com as reformas do sistema financeiro nacional e do mercado de capitais implementadas no biênio 1965/66, a Bovespa assumiu as características institucionais que mantém até hoje, transformando-se em uma associação civil sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. A antiga figura individual do corretor de fundos públicos foi substituída pela da sociedade corretora, empresa constituída sob a forma de sociedade por ações nominativas ou por cotas de responsabilidade limitada.

Hoje, a Bovespa é uma entidade auto-reguladora, privada, que opera sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários, a CVM.

... que os cartões de crédito não existiam até 1950?

Por: Fernanda de Lima
04/09/03 - 14h30
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Pois é, os cartões surgiram nos EUA e foram concebidos por Frank MacNamara, executivo financeiro, que depois de um jantar de negócios percebeu que nem ele nem seus convidados juntos tinham dinheiro suficiente para pagar a conta.

A decisão foi deixar sua assinatura na conta do restaurante, que foi quitada em outro dia. Foi assim que MacNamara concebeu a idéia do cartão, sendo que o primeiro cartão multi-uso da história surgiu em fevereiro de 1950 e foi emitido pelo Diners Club.

No primeiro ano de lançamento apenas 200 pessoas tinham o cartão, que era aceito em apenas 27 estabelecimentos comerciais do país. No ano seguinte, este número saltou para 42 mil com mais de US$ 1 milhão em transações, sendo aceito em cerca de 330 estabelecimentos comerciais.