Investidores ignoram práticas arriscadas
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Investidores ignoram práticas arriscadas
Florian Gimbel
"As conclusões de um relatório revelam poucos conhecimentos sobre derivados como os futuros e as opções.
Os investidores institucionais estão a ignorar a exposição das empresas a instrumentos financeiros potencialmente arriscados, de acordo com as conclusões de um estudo recente realizado por académicos britânicos.
O relatório sugere que os investidores detêm conhecimentos insuficientes sobre a forma como as empresas utilizam derivados financeiros como os futuros, as opções e os ‘swaps’.
Estas ferramentas permitem que as empresas se protejam contra alterações inesperadas das cotações cambiais, taxas de juro e preços das mercadorias – um processo designado por operação de cobertura do risco. Porém, a sua utilização não está isenta de riscos. As recentes falências empresariais – como a falência do Barings Bank, em 1995, e a fraude de 750 milhões de dólares no Allied Irish Bank, o ano passado – foram relacionadas com uma utilização imprópria de derivados. Estas situações levaram à exigência de regras mais rigorosas e de supervisões mais minuciosas por parte dos investidores. O relatório – baseado num inquérito realizado junto de 15 gestores de fundos institucionais e patrocinado pelo Institute of Chartered Accountants – sugere que os investidores continuam a demonstrar indiferença em relação a esta questão.
O Professor Chris Mallin, responsável pelo Centre for Corporate Governance Research da Birmingham Business School, afirmou: «Onze dos 15 gestores de fundos referiram que a gestão e cobertura de risco das empresas era parte integrante das suas decisões de investimento, embora nenhum dos inquiridos tenha, alguma vez, exigido ter acesso a políticas documentadas no decurso das reuniões com as empresas.» O Prof. Mallin declarou que os gestores de fundos estavam concentrados nos riscos estratégicos e operacionais, e não nos riscos financeiros. Um dos gestores de fundos inquiridos no estudo afirmou: «A nossa análise incide nos elementos fundamentais da empresa. A cobertura do risco é quase uma questão periférica.» Outro inquirido respondeu que apenas pediria para ver documentação sobre a cobertura de risco se suspeitasse de um problema. «Em relação à importância dos instrumentos utilizados, sujeitamo-nos ao juízo da empresa e do conselho de administração respectivo.»
Ao abrigo das regras contabilísticas do Reino Unido, as empresas têm de divulgar as actividades de cobertura de risco nas notas do relatório de contas anual, incluindo uma declaração das políticas desenvolvidas e documentação numérica. O estudo concluiu que os inquiridos estavam preocupados com a oportunidade e complexidade da informação apresentada. «Os entrevistados consideram que apenas os especialistas podem compreender as tabelas, havendo mesmo algumas que os peritos não conseguem interpretar,» conclui o relatório. As conclusões revelam ainda a ausência de comunicação entre os investidores e os conselhos de administração das empresas, questão realçada num recente relatório patrocinado pelo governo, sobre directores não-executivos.
O Prof. Mallin afirmou: «Todos os entrevistados acreditavam ou assumiam que os directores não-executivos tinham alguma responsabilidade na função de gestão do risco. Todavia, os gestores de fundos nunca tentaram descobrir se essa suposição ou crença era merecida.»
Outra conclusão surpreendente residia na percepção dos inquiridos de que o risco cambial representava a exposição ao risco mais frequente. Esta percepção é contrária às conclusões de estudos recentes, que sugerem que a exposição ao risco das taxas de juro é a cobertura de risco mais habitual.
Robert Talbut, director de investimento na Isis Asset Management, garantiu que os seus gestores colocavam “regularmente” questões acerca da cobertura do risco. Todavia, admitiu que grande parte da análise se baseava na suposição de que as empresas tinham mecanismos de controlo internos adequados. Colin McLean, director executivo da Scottish Value Management, o gestor de fundos especialista, afirmou que as empresas podiam aumentar a transparência, encomendando um relatório especial sobre derivados aos seus auditores externos."
http://www.diarioeconomico.com/edicion/ ... 16,00.html
"As conclusões de um relatório revelam poucos conhecimentos sobre derivados como os futuros e as opções.
Os investidores institucionais estão a ignorar a exposição das empresas a instrumentos financeiros potencialmente arriscados, de acordo com as conclusões de um estudo recente realizado por académicos britânicos.
O relatório sugere que os investidores detêm conhecimentos insuficientes sobre a forma como as empresas utilizam derivados financeiros como os futuros, as opções e os ‘swaps’.
Estas ferramentas permitem que as empresas se protejam contra alterações inesperadas das cotações cambiais, taxas de juro e preços das mercadorias – um processo designado por operação de cobertura do risco. Porém, a sua utilização não está isenta de riscos. As recentes falências empresariais – como a falência do Barings Bank, em 1995, e a fraude de 750 milhões de dólares no Allied Irish Bank, o ano passado – foram relacionadas com uma utilização imprópria de derivados. Estas situações levaram à exigência de regras mais rigorosas e de supervisões mais minuciosas por parte dos investidores. O relatório – baseado num inquérito realizado junto de 15 gestores de fundos institucionais e patrocinado pelo Institute of Chartered Accountants – sugere que os investidores continuam a demonstrar indiferença em relação a esta questão.
O Professor Chris Mallin, responsável pelo Centre for Corporate Governance Research da Birmingham Business School, afirmou: «Onze dos 15 gestores de fundos referiram que a gestão e cobertura de risco das empresas era parte integrante das suas decisões de investimento, embora nenhum dos inquiridos tenha, alguma vez, exigido ter acesso a políticas documentadas no decurso das reuniões com as empresas.» O Prof. Mallin declarou que os gestores de fundos estavam concentrados nos riscos estratégicos e operacionais, e não nos riscos financeiros. Um dos gestores de fundos inquiridos no estudo afirmou: «A nossa análise incide nos elementos fundamentais da empresa. A cobertura do risco é quase uma questão periférica.» Outro inquirido respondeu que apenas pediria para ver documentação sobre a cobertura de risco se suspeitasse de um problema. «Em relação à importância dos instrumentos utilizados, sujeitamo-nos ao juízo da empresa e do conselho de administração respectivo.»
Ao abrigo das regras contabilísticas do Reino Unido, as empresas têm de divulgar as actividades de cobertura de risco nas notas do relatório de contas anual, incluindo uma declaração das políticas desenvolvidas e documentação numérica. O estudo concluiu que os inquiridos estavam preocupados com a oportunidade e complexidade da informação apresentada. «Os entrevistados consideram que apenas os especialistas podem compreender as tabelas, havendo mesmo algumas que os peritos não conseguem interpretar,» conclui o relatório. As conclusões revelam ainda a ausência de comunicação entre os investidores e os conselhos de administração das empresas, questão realçada num recente relatório patrocinado pelo governo, sobre directores não-executivos.
O Prof. Mallin afirmou: «Todos os entrevistados acreditavam ou assumiam que os directores não-executivos tinham alguma responsabilidade na função de gestão do risco. Todavia, os gestores de fundos nunca tentaram descobrir se essa suposição ou crença era merecida.»
Outra conclusão surpreendente residia na percepção dos inquiridos de que o risco cambial representava a exposição ao risco mais frequente. Esta percepção é contrária às conclusões de estudos recentes, que sugerem que a exposição ao risco das taxas de juro é a cobertura de risco mais habitual.
Robert Talbut, director de investimento na Isis Asset Management, garantiu que os seus gestores colocavam “regularmente” questões acerca da cobertura do risco. Todavia, admitiu que grande parte da análise se baseava na suposição de que as empresas tinham mecanismos de controlo internos adequados. Colin McLean, director executivo da Scottish Value Management, o gestor de fundos especialista, afirmou que as empresas podiam aumentar a transparência, encomendando um relatório especial sobre derivados aos seus auditores externos."
http://www.diarioeconomico.com/edicion/ ... 16,00.html
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