
Elias, de momento não estou com muito tempo (devido a questões ligadas ao Caldeirão) mas responderei às principais questões:
O problema dos carros não se resume aos carros velhos, o mesmo modelo é equipado num país com determinados extras (ou os compradores compram-nos com determinados extras) e noutros países com outros. Se ben que tais diferenças têm-se vindo a esbater nos últimos anos. Além disso, podemos ter todos carros novos em Portugal e serem Fiat's Punto e podem ter todos carros novos na Alemanha e serem Mercedes Classe E. Não há qq dúvida que os veículos de maior cilindrada são mais seguros. Todos os estudos e testes o provam...
Sobre os limites, não entendeste certamente ao que me estava a referir. À excepção talvez das IP's, nas estradas nacionais, tudo o que é «ponto negro» tem a velocidade máxima reduzida para 50KM/H. Dentro das localidades (e localidades é muito lacto, por vezes existem meia dúzia de casas e diversos cruzamentos, não se tratando propriamente de uma localidade) a velocidade máxima está reduzida. O valor que indicaste está (muito) longe de ser o que se encontra vigente ao longo de toda a via, como bem sabes.
Sobre o aumento de velocidade estás a inverter o raciocínio e a extrapolá-lo para níveis diferentes, também. Eu não disse que se deveria aumentar a velocidade média nas estradas. O que eu disse é que as velocidades <b>já praticadas</b> nas auto-estradas, usualmente, na ordem dos 140KM/H não são em si a causa de praticamente nenhum acidente. Obrigar as pessoas a cumprir os 120KM/H nas auto-estradas tería um impacto <b>reduzidíssimo</b> na taxa global da sinistralidade em Portugal. Basta consultares as estatísticas disponiveis...
Sobre a minha opinião quanto ao perigo ser discutível, os dados falam mais uma vez por mim. E é óbvio que não interpretaste correctamente o que eu disse (lê por favor de novo tudo o que eu escrevi). Como é óbvio há pontos (e condições) onde não é seguro viajar a alta velocidade <b>mesmo nas auto-estradas</b>. Quando se fala dos limites (mais uma vez, tal como no caso das estradas nacionais, já atrás referido, falamos do limite máximo que não é necessariamente atribuido a toda a extensão da via e em todas as condições). Mais uma vez citando o exemplo desenvolvido da Alemanha, existem diversos troços das auto-estradas cuja velocidade máxima é <b>variável</b> e encontra-se afixada por paines electrónicos.
Em todo o caso, a evidência que os dados demonstram, volto a referir, é que é bastante mais seguro conduzir a 140KM/H nas auto-estradas do que a 90-110KM/H nas outras vias (IP's e EN's). Ambos os valores encontram-se acima da lei mas as implicações na taxa de sinistralidade é bem diferente. Para cada ponto problemático como o que exemplificaste, é possível encontrar 10 outros nas outras vias. Quanto às implicações no trânsito, bem, não deve haver mais transtorno e mais prejuízos do que um acidente na VCI... E até há bem pouco tempo, não eram diários... eram bi ou tri-diários...
Sobre as questões finais:
1 - Não e tal está implícito em diversas opiniões que fui deixando em relação à tolerância e ao laxismo provocado pelo irrealismo de muitos limites de velocidade, que obviamente ninguém cumpre. Se existirem limites ajustados à realidade, então será de todo aceitável que a tolerância seja seriamente reduzida.
2 - Mais uma vez, eu não sugiro em lado nenhum que se aumente a velocidade dos condutores. Os 140KM/H é um valor que é utilizado por 80 ou mais % dos utilizadores que viajam em auto-estrada. Quanto aos 160/180 são valores relativamente elevados para o momento actual (talvez no futuro, com outras estradas, com outros veículos e com outra mentalidade). A prova de que o valor é razoável é o facto de estar a ser considerado a nível europeu como limite mais razoável e realista e as próprias estatísticas de sinistralidade por essa europa fora. Mais, encontram-se perfeitamente dentro dos limites de tolerância «impostos» pelas autoridades, pelo que só no papel é que não é o limite em vigor. Pois na prática já o é...
3 - Não faço qq referência aos limites das IP's e das EN's. O que aí sugiro é a reformulação/reconstrução dos pontos perigosos e maior fiscalização. Aí existe muito a fazer, infelizmente. Já nas auto-estradas, felizmente, há pouco para fazer. Não são um problema...
Acontecem acidente nas auto-estradas?
É claro que acontecem...
Também caiem aviões e descarrilam combóios que na maioria desses casos se deslocam a velocidades superiores às dos automobilistas nas auto-estradas. O que se tem feito nesses meios de transporte é aumentar as medidas de segurança e evoluir... E hoje esses veículos deslocam-se (notoriamente) a velocidades superiores aos seu semlhantes do passado.
Para finalizar, concordo como Don Juan. Não fosse a enorme quantidade de perguntas que o Elias me deixou (e ao que pareceria mal não responder), não voltaria a intervir neste tópico pois penso que realmente já se esgotou...
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Já agora, em Post Scriptum, tendo visto a resposta do «ze povinho», a lei obriga a uma tolerancia mínima de 10% em qq via, a tolerancia zero era ilegal, uma das razões porq foi abandonada já que os multados dentro dos 10% podiam contestar... e venciam!
Para os 140KM/H, tinhamos legalmente uma tolerancia para os 154KM/H. Salvo erro, na generalidade dos casos, os radares estão (actualmente) programados para disparar a partir dos 155KM/H na auto-estrada.
Portanto, não alteraria nada na prática...
E por mim, encerro este tópico.
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Em todo o caso, a evidência que os dados demonstram, volto a referir, é que é bastante mais seguro conduzir a 140KM/H nas auto-estradas do que a 90-110KM/H nas outras vias (IP's e EN's). Ambos os valores encontram-se acima da lei mas as implicações na taxa de sinistralidade é bem diferente. Para cada ponto problemático como o que exemplificaste, é possível encontrar 10 outros nas outras vias. Quanto às implicações no trânsito, bem, não deve haver mais transtorno e mais prejuízos do que um acidente na VCI... E até há bem pouco tempo, não eram diários... eram bi ou tri-diários...

Sobre as questões finais:
1 - Não e tal está implícito em diversas opiniões que fui deixando em relação à tolerância e ao laxismo provocado pelo irrealismo de muitos limites de velocidade, que obviamente ninguém cumpre. Se existirem limites ajustados à realidade, então será de todo aceitável que a tolerância seja seriamente reduzida.
2 - Mais uma vez, eu não sugiro em lado nenhum que se aumente a velocidade dos condutores. Os 140KM/H é um valor que é utilizado por 80 ou mais % dos utilizadores que viajam em auto-estrada. Quanto aos 160/180 são valores relativamente elevados para o momento actual (talvez no futuro, com outras estradas, com outros veículos e com outra mentalidade). A prova de que o valor é razoável é o facto de estar a ser considerado a nível europeu como limite mais razoável e realista e as próprias estatísticas de sinistralidade por essa europa fora. Mais, encontram-se perfeitamente dentro dos limites de tolerância «impostos» pelas autoridades, pelo que só no papel é que não é o limite em vigor. Pois na prática já o é...
3 - Não faço qq referência aos limites das IP's e das EN's. O que aí sugiro é a reformulação/reconstrução dos pontos perigosos e maior fiscalização. Aí existe muito a fazer, infelizmente. Já nas auto-estradas, felizmente, há pouco para fazer. Não são um problema...
Acontecem acidente nas auto-estradas?
É claro que acontecem...
Também caiem aviões e descarrilam combóios que na maioria desses casos se deslocam a velocidades superiores às dos automobilistas nas auto-estradas. O que se tem feito nesses meios de transporte é aumentar as medidas de segurança e evoluir... E hoje esses veículos deslocam-se (notoriamente) a velocidades superiores aos seu semlhantes do passado.
Para finalizar, concordo como Don Juan. Não fosse a enorme quantidade de perguntas que o Elias me deixou (e ao que pareceria mal não responder), não voltaria a intervir neste tópico pois penso que realmente já se esgotou...
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Já agora, em Post Scriptum, tendo visto a resposta do «ze povinho», a lei obriga a uma tolerancia mínima de 10% em qq via, a tolerancia zero era ilegal, uma das razões porq foi abandonada já que os multados dentro dos 10% podiam contestar... e venciam!
Para os 140KM/H, tinhamos legalmente uma tolerancia para os 154KM/H. Salvo erro, na generalidade dos casos, os radares estão (actualmente) programados para disparar a partir dos 155KM/H na auto-estrada.
Portanto, não alteraria nada na prática...
E por mim, encerro este tópico.
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