A força da NET
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A força da NET
Empresa faz acções de "e-lobbying" em Portugal
Conspirações "on-line" contra empresas
O "e-markting" está em expansão em Portugal e arrasta consigo uma multiplicidade de técnicas, algumas das quais de carácter mais sub-reptício. Entre estas, encontra-se o "e-lobby", estratégia através da qual é possível promover uma empresa ou um produto ou, pelo contrário, denegrir a concorrência de forma dissimulada e aparentemente descomprometida, através de mensagem postas a circular em ambientes virtuais, como "mailing-lists", "chats" e "newsgroups".
Através da área de negócios de "e-consulting", "iniciamos e gerimos diálogos na Internet em contextos diversos, em portais nacionais e internacionais", desvenda Filipe Lampreia, "chairman" da Netalerta, empresa de Controlo de Informação na Internet. Sem querer desvendar acções já realizadas, este responsável exemplifica vagamente uma das maiores acções de "e-lobby" realizadas pela Netalerta.
"Fomos contratados por uma multinacional do sector das comunicações que, durante bastantes anos, manteve uma parceria com uma empresa portuguesa, que lhe começou a exigir uma maior participação em troca da renovação do contacto existente entre ambas", conta Filipe Lampreia. Sem querer ceder às pressões dos parceiros portugueses, a multinacional pediu a actuação da Netalerta. Através da sua rede de 15 "consultores" espalhados por todo o país, a consultora simulou uma série de queixas colocadas na Internet, pedindo o regresso da multinacional. Desencadeado o tema, a questão atingiu proporções tais que os parceiros portugueses foram obrigados a recuar na sua posição, pressionados pela falsa opinião pública cibernáutica.
"O `e-marketing' ainda tem uma grande expansão pela frente e acredito que vá atingir as proporções do `marketing' convencional. Neste campo, o "e-lobby" tem um enorme potencial de crescimento", defende Filipe Lampreia gestor da empresa Netalerta.
Infecções. Embora existam já associações e consultoras que se dedicam assumidamente ao "lobby" na Internet com fins políticos, administrativos, ou económicos quase tudo ainda se passa de forma dissimulada, não permitindo apurar a origem da informação, ou opinião, posta a circular na "net".
Sendo perversa pelo seu carácter camuflado, dizem as empresas que prestam este tipo de serviços que esta é uma estratégia bastante eficaz, em termos de "marketing" e de influência sobre a opinião pública. "Uma das mais credíveis fontes de informação é o boca-a-boca. Deixe-nos espalhar informações sobre si através de `postings' discretos em grupos de discussão, fóruns, `newsgroups' e `chats"' publicita a empresa de "e-marketing" webadvantage.net.
Nesta matéria, uma das empresas mais activas a nível mundial é o Bivings Group, sedeado nos Estados Unidos da América, desde 1996. Entre os seus principais clientes desta empresa de Relações Públicas estão, por exemplo, a multinacional de biotecnologia Monsanto, a Kraft Foods, a Philip Moais e o Nasdaq Stock Market.
Ao serviço da Monsanto, empresa envolvida há vários anos nas polémicas acerca da produção de transgénicos, o Bivings Group terá, alegadamente, orquestrado uma campanha "on-line" para ridicularizar os autores de um estudos científico prejudicial à empresa. De acordo com várias notícias publicadas na comunicação social norte-americana e inglesa, o Bivings Group colocou "on-line" uma série de activistas com a missão de criticar as publicações científicas.
Um dos "cidadãos" que participava mais activamente numa lista de discussão sobre o tema, identificava-se como Mary Murphy e enviava as mensagens através de um endereço de Hotmail. Numa outra lista, Mary Murphy participava através do endereço "bw6.bivwood.com", propriedade da Bivings Woodell, empresa participada pelo Bivings Group.
A participação da empresa de Relações Públicas foi tão contestada, que esta viu-se forçada a desmentir a sua alegada parceria com a Monsanto. Numa carta enviada em Julho de 2002 para a revista New Scientist, Gary Bivings, proprietário da empresa, defende que as notícias acerca do seu envolvimento nas campanhas da Monsanto não passavam de "alegações infundadas (...) espalhadas por activistas anti-biotecnologia".
O negócio "on-line". A parceria. nunca foi provada e o Bivings Group dificilmente se livrará da fama. Um artigo publicado na imprensa pela empresa norte-americana, intitulado "Como infectar o mundo", explica como o "marketing" vital na Internet, nomeadamente a utilização de rumores, pode ser altamente eficaz na promoção de produtos, marcas ou empresas. "A maior vantagem do mercado vital é, talvez, o facto de as mensagens serem colocadas em contextos onde há muitas mais possibilidades do serem consideradas seriamente", defende o texto.
Joana Villasboas, uma das responsáveis da Netmais, não tem dúvidas de que o "e-marketing" em Portugal ainda vai crescer bastante. "Os responsáveis das áreas de ‘marketing’ das empresas já conhecem os resultados possíveis através da utilização desta ferramenta e já estabelecem objectivos quanto à sua utilização. Estão a ficar mais exigentes", afirma.
A Netmais faz "e-marketing" mas não "e-lobbying"
A Netmais é empresa de consultoria em Internet e Telecomunicações a funcionar em Portugal desde 1997.
Actuando nas áreas de Internet "marketing", "webdesign" e programação "web", a consultora garante o "e-lobby" não consta do seu leque de serviços e alerta para o perigo associado a manobras menos claras, em especial quando se trata de uma marca ou empresa cujo nome é um património a preservar. "Actualmente, muna lógica de ética, ter respeito pelo utilizador é muito importante. A maioria das grandes empresas não querem associar-se a práticas de mercado menos claras", defende Joana Villasboas, um das suas principais responsáveis. Até porque cada vez mais as empresas são responsabilizadas pelo mercado por acções consideradas menos éticas. Recentemente, um estudo mostrou que as acções de empresas que tinham rectificar os seus relatórios e contas caíam cerca de 10% no dia seguinte. Os esforços da Netmais são sobretudo dirigidos para a realização de sites de empresas, de associações, tendo um extensa lista de clientes.
Por Elisabete de Sá
Jornal de Negócios
03-09-2003
Conspirações "on-line" contra empresas
O "e-markting" está em expansão em Portugal e arrasta consigo uma multiplicidade de técnicas, algumas das quais de carácter mais sub-reptício. Entre estas, encontra-se o "e-lobby", estratégia através da qual é possível promover uma empresa ou um produto ou, pelo contrário, denegrir a concorrência de forma dissimulada e aparentemente descomprometida, através de mensagem postas a circular em ambientes virtuais, como "mailing-lists", "chats" e "newsgroups".
Através da área de negócios de "e-consulting", "iniciamos e gerimos diálogos na Internet em contextos diversos, em portais nacionais e internacionais", desvenda Filipe Lampreia, "chairman" da Netalerta, empresa de Controlo de Informação na Internet. Sem querer desvendar acções já realizadas, este responsável exemplifica vagamente uma das maiores acções de "e-lobby" realizadas pela Netalerta.
"Fomos contratados por uma multinacional do sector das comunicações que, durante bastantes anos, manteve uma parceria com uma empresa portuguesa, que lhe começou a exigir uma maior participação em troca da renovação do contacto existente entre ambas", conta Filipe Lampreia. Sem querer ceder às pressões dos parceiros portugueses, a multinacional pediu a actuação da Netalerta. Através da sua rede de 15 "consultores" espalhados por todo o país, a consultora simulou uma série de queixas colocadas na Internet, pedindo o regresso da multinacional. Desencadeado o tema, a questão atingiu proporções tais que os parceiros portugueses foram obrigados a recuar na sua posição, pressionados pela falsa opinião pública cibernáutica.
"O `e-marketing' ainda tem uma grande expansão pela frente e acredito que vá atingir as proporções do `marketing' convencional. Neste campo, o "e-lobby" tem um enorme potencial de crescimento", defende Filipe Lampreia gestor da empresa Netalerta.
Infecções. Embora existam já associações e consultoras que se dedicam assumidamente ao "lobby" na Internet com fins políticos, administrativos, ou económicos quase tudo ainda se passa de forma dissimulada, não permitindo apurar a origem da informação, ou opinião, posta a circular na "net".
Sendo perversa pelo seu carácter camuflado, dizem as empresas que prestam este tipo de serviços que esta é uma estratégia bastante eficaz, em termos de "marketing" e de influência sobre a opinião pública. "Uma das mais credíveis fontes de informação é o boca-a-boca. Deixe-nos espalhar informações sobre si através de `postings' discretos em grupos de discussão, fóruns, `newsgroups' e `chats"' publicita a empresa de "e-marketing" webadvantage.net.
Nesta matéria, uma das empresas mais activas a nível mundial é o Bivings Group, sedeado nos Estados Unidos da América, desde 1996. Entre os seus principais clientes desta empresa de Relações Públicas estão, por exemplo, a multinacional de biotecnologia Monsanto, a Kraft Foods, a Philip Moais e o Nasdaq Stock Market.
Ao serviço da Monsanto, empresa envolvida há vários anos nas polémicas acerca da produção de transgénicos, o Bivings Group terá, alegadamente, orquestrado uma campanha "on-line" para ridicularizar os autores de um estudos científico prejudicial à empresa. De acordo com várias notícias publicadas na comunicação social norte-americana e inglesa, o Bivings Group colocou "on-line" uma série de activistas com a missão de criticar as publicações científicas.
Um dos "cidadãos" que participava mais activamente numa lista de discussão sobre o tema, identificava-se como Mary Murphy e enviava as mensagens através de um endereço de Hotmail. Numa outra lista, Mary Murphy participava através do endereço "bw6.bivwood.com", propriedade da Bivings Woodell, empresa participada pelo Bivings Group.
A participação da empresa de Relações Públicas foi tão contestada, que esta viu-se forçada a desmentir a sua alegada parceria com a Monsanto. Numa carta enviada em Julho de 2002 para a revista New Scientist, Gary Bivings, proprietário da empresa, defende que as notícias acerca do seu envolvimento nas campanhas da Monsanto não passavam de "alegações infundadas (...) espalhadas por activistas anti-biotecnologia".
O negócio "on-line". A parceria. nunca foi provada e o Bivings Group dificilmente se livrará da fama. Um artigo publicado na imprensa pela empresa norte-americana, intitulado "Como infectar o mundo", explica como o "marketing" vital na Internet, nomeadamente a utilização de rumores, pode ser altamente eficaz na promoção de produtos, marcas ou empresas. "A maior vantagem do mercado vital é, talvez, o facto de as mensagens serem colocadas em contextos onde há muitas mais possibilidades do serem consideradas seriamente", defende o texto.
Joana Villasboas, uma das responsáveis da Netmais, não tem dúvidas de que o "e-marketing" em Portugal ainda vai crescer bastante. "Os responsáveis das áreas de ‘marketing’ das empresas já conhecem os resultados possíveis através da utilização desta ferramenta e já estabelecem objectivos quanto à sua utilização. Estão a ficar mais exigentes", afirma.
A Netmais faz "e-marketing" mas não "e-lobbying"
A Netmais é empresa de consultoria em Internet e Telecomunicações a funcionar em Portugal desde 1997.
Actuando nas áreas de Internet "marketing", "webdesign" e programação "web", a consultora garante o "e-lobby" não consta do seu leque de serviços e alerta para o perigo associado a manobras menos claras, em especial quando se trata de uma marca ou empresa cujo nome é um património a preservar. "Actualmente, muna lógica de ética, ter respeito pelo utilizador é muito importante. A maioria das grandes empresas não querem associar-se a práticas de mercado menos claras", defende Joana Villasboas, um das suas principais responsáveis. Até porque cada vez mais as empresas são responsabilizadas pelo mercado por acções consideradas menos éticas. Recentemente, um estudo mostrou que as acções de empresas que tinham rectificar os seus relatórios e contas caíam cerca de 10% no dia seguinte. Os esforços da Netmais são sobretudo dirigidos para a realização de sites de empresas, de associações, tendo um extensa lista de clientes.
Por Elisabete de Sá
Jornal de Negócios
03-09-2003
A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original – Albert Einstein
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