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MensagemEnviado: 20/8/2003 20:14
por MozHawk
Caro João Vaz,

Uma pequena ajuda.

Conheço bem Moçambique e a realidade moçambicana. A notícia aqui divulgada não traz nada de novo à novela expatriados/nacionais. Do Rovuma ao Maputo, it's the same old story. A guerra do costume. Os nacionais querem ganhar o mesmo que os estrangeiros "porque fazem exactamente a mesma coisa". É assim com quem já lá está há muito tempo e com quem acabou de chegar. Dois episódios que ilustrarão bem esta situação:

1. Mozal (nos arredores de Maputo)
Um dos maiores (senão o maior) investimentos directos estrangeiros em Moçambique desde a sua independência. Milhares de postos de trabalho criados. Investidores japoneses, americanos, britânicos e sul-africanos, se não estou em erro. Produção de alumínio para exportação. Algum tempo depois da inauguração: greves.

2. Auto-estrada Maputo-Ressano Garcia (p/Witbank)
Fundamental para a circulação de pessoas e bens com a África do Sul e acesso do Hinterland sul-africano a um porto mais próximo do que Durban ou qq outro da RAS. Perto do fim da obra grande contestação do pessoal porque ia ficar sem emprego e apresentaram umas reivindicações malucas.

Caso de Cahora Bassa (Província de Tete entre o Malawi, Zimbabwe e Zâmbia): caso sempre bicudo. Zimbabwe caloteiro, Eskom a querer comprar ao preço da chuva levando a arbitragens internacionais e, finalmente, a discussão de há já alguns anos entre os Estados português e moçambicano. A dívida mencionada na notícia não pode estar certa. Quando muito serão $2.5 billion e não million...

O interesse português no empreendimento não será mais do que recuperar o que já lá meteu. Isto porque apesar do grande potencial, os mercados potenciais passam por crises económicas delicadas com particular destaque para o Zimbabwe. Aliado a isto a questão do gás natural para produção de energia, com particular relevância no caso sul-africano. Finalmente a situação da rede de distribuição energética em Moçambique que é extremamente deficiente. Um dos hobbies da guerrilha era precisamente dinamitar as torres de alta tensão pelo que a recuperação de toda a infraestrutura implica avultados investimentos.

A grande maioria do país não recebia energia a partir de Cahora Bassa. A título de exemplo, a cidade de Quelimane, Província da Zambézia, apenas começou a receber energia proveninente de Cahora Bassa no ano de 1999 ou 2000 se a memória não me falha. A alternativa mais corrente é a produção de energia para as cidades (capitais provinciais) recorrendo a centrais térmica velhas ou do tempo colonial ou instaladas pelos soviéticos ou afins.

Inclusivamente, e tanto quanto me lembro, a cidade de Maputo recebia energia proveniente da Eskom (RAS) ou através da produção via central térmica (apesar de não me lembrar de ver lá nenhuma).

A EDM-Electricidade de Moçambique ainda não foi privatizada. É um elefante branco.

Quanto a Angola, desconheço por completo ainda a realidade já que ainda estou verde por aqui. Posso contudo adiantar que uma boa parte das barragens foi destruída durante a guerra, em particular aquando da invasão sul-africana e do famoso Batalhão Búfalo. A grande maioria da produção energética terá origem em centrais térmicas. A EDEL-Empresa de Distribuição de Electricidade ainda é estatal.

É o que se pode arranjar.

Um abraço,

MozHawk

Muito Obrigado

MensagemEnviado: 20/8/2003 20:07
por Joao Vaz
tanks

EDP

MensagemEnviado: 20/8/2003 19:14
por Joao Correia
A EDP directamente nao ..mas o Estado Portugues sim...vaio dar ao mesmo eehehehhehe

11:06 18Aug2003 New CEO faces walkout at Mozambique power plant

MAPUTO, Aug 18 - The new boss of Mozambique's Hidroelectrica de Cahora Bassa (HCB) formally took office on Monday and was met by a notice of a strike by Mozambican staff.
Some 600 Mozambican workers -- or 90 percent of the total work force -- planned the strike from Tuesday to protest huge salary gaps between expatriates and Mozambican staff as well as HCB's retrenchment efforts that have seen more than 400 workers retired in the past two years.
Joaquim Serrao da Silva Correia arrived in Mozambique last week after his appointment as new HCB chief executive officer by the Portuguese government, which holds an 82 percent stake in the power firm.
Adding to Silva Correia's headaches, the Mozambican government has made it known that it wanted to purchase a chunk of Portugal's HCB stake, which Portugal acquired when it was colonial master in the country.
Mozambican officials say Portugal wants the Maputo government to pay a $2.5 million debt owed to Lisbon by HCB before any formal negotiations on a possible sale of the stake are contemplated. But Mozambique argues it did not guarantee the debt and should not be liable for any due payments.
Silva Correia told a news conference he needed at least two weeks to study HCB and the grievances of Mozambican staff -- who complain that their salaries are more than five times lower than expatriates doing the same jobs -- before deciding what to do.
"I trust the union will call off the strike and wait for some time...I will keep talking to them and keep my doors open," Silva Correia told reporters.
MOZAMBIQUE PLANS NEW POWER PLANT
On Mozambique's move to buy shares owned by the Portuguese government, he said: "I know nothing of talks at this stage."
HCB produces has capacity of 1,250 megawatts of power and is 82 percent-owned by Portugal. The Mozambique government is a minority shareholder. Its chief clients are South Africa's utility Eskom (59 percent), Zimbabwe's power company ZESA (34 percent) and Mozambique's state-owned EDM (about seven percent).
Meanwhile, the Mozambique government said on Monday it planned to construct a new hydroelectricity dam at Mpanda Uncua, on the Zambezi river -- downstream from Cahora Bassa dam. It gave no further details on the dam.
The government announcement came only days after HCB said it had started a $40 million rehabilitation of its Songo power station, also on the Zambezi, and was working on second power station at Songo.
Silva Correia played down the government's decision to built its own plant, arguing that it was not a sign of impatience with Portugal's reluctance to sell a stake in Cahora Bassa.
"These projects are not in competition to each other, they are complementary. Mozambique has a huge hydroelectric potential that needs to be explored," he said.
Silva Correia is a former executive of the Portugal power company Electricidade de Portugal (EDP).


Joao Correia

EDP

MensagemEnviado: 20/8/2003 19:09
por Joao Correia
JA envio algo...

Electricidade em Angola e Moçambique

MensagemEnviado: 20/8/2003 19:01
por João Vaz
gostaria de saber como funciona ou está distribuido o sistema electrico em angola e Moçambique e gostaria de saber se a EDP detem algumas posições nessas empresas.
se podessem colocar as respostas em inglês agradecia pois tenho um cliente interessado.

Uma saudação e se alguem me poder ajudar.