
Bolsa de Nova Iorque aberta apesar do maior apagão eléctrico da sua história (act)
Sexta, 15 Ago 2003 10:54
A Bolsa de Nova Iorque vai abrir hoje à negociação, depois de ontem algumas cidades da costa Leste dos Estados Unidos e do Canadá, como Nova Iorque, Detroit, Toronto e Ottawa, terem sido vítimas do maior apagão eléctrico de sempre.
A falha no sistema eléctrico terá ocorrido numa central situada perto das cataratas do Niagara, na fronteira com o Canadá, afectando cerca de 49 milhões de pessoas que se viram desprovidas de energia eléctrica, gerando o caos em algumas das principais cidades americanas no início da hora de ponta. Nenhuma autoridade confirma ainda a causa do acidente nem quando estará a situação resolvida.
Nas primeiras declarações televisivas após a falha, que iniciou ontem pouco depois das 21h de Lisboa, o «mayor» Michael Bloomberg afastou a possibilidade do apagão estar relacionado com qualquer tipo de ataque terrorista. Mais tarde, o presidente George Bush corroborava a teoria.
«A New York Stock Exchange (Bolsa de Nova Iorque) vai estar aberta sexta-feira 15 de Agosto de 2003», refere a NYSE no seu «site» na Internet.
Ontem à noite, em declarações à cadeia televisiva CNBC, um porta-voz da bolsa explicava que, mesmo que os problemas eléctricos não tivessem sido resolvidos, a sessão de hoje decorreria «normalmente, uma vez que a NYSE tem geradores eléctricos o que garantem o seu funcionamento, mesmo que não haja electricidade no resto de Nova Iorque».
A falha eléctrica, que causou a perda de 61.000 mil megawatts, foi a maior da história dos EUA superando, em mais do dobro, o apagão de 1965 que afectou na altura cerca de 39 milhões de consumidores na costa Leste.
A falha ainda se arrasta, com a electricidade a voltar aos poucos às cidades afectadas, mas sem que haja qualquer estimativa sobre quando poderá ser restabelecida na sua totalidade.
Milhões de pessoas sem transporte pagam mais por comida na rua
À meia-noite de ontem, em Nova Iorque, milhões de cidadãos encontravam-se nas ruas sem meio de se locomover. Milhares de passageiros ficaram presos nas composições do Metro durante quatro horas até que conseguissem sair dos túneis. As autoridades avisaram que o Metro será restabelecido seis horas após a electricidade regressar na sua totalidade.
Os elevadores ficaram parados, deixando as pessoas trancadas em inúmeros edifícios pela cidade. A cidade de Nova Iorque mobilizou um piquete de urgência para dar guarida a milhares que não conseguiam chegar a casa. As telecomunicações foram afectadas e houve falta de distribuição de água em várias regiões.
Os vendedores de rua aproveitaram o excesso de oferta e o facto das pessoas não terem como chegar a casa para aumentar as margens de negócio. Um cachorro quente, que custa normalmente cerca de 1 dólar (0,89 euros), valia 1,50 dólares (1,33 euros) cerca de uma hora após o apagão ter iniciado.
«É por isso que a América é um grande país e é por isso que amo o capitalismo», afirmava ontem, aos microfones da CNBC, um comerciante de rua que vendia as sanduíches de salsicha 50% mais caro às multidões que o interpelavam por um cachorro.
Foram mobilizados cerca de 40 mil agentes policiais em Nova Iorque para manter a a ordem e segurança e evitar uma onda de pilhagens.
Apagão com impacto limitado nos mercados
A falta de electricidade ocorreu logo após o fecho das praças americanas, tendo o Nasdaq [Cot, Not, P.Target] terminado a subir 0,81% e o Dow Jones [Cot, Not, P.Target] a valorizar 0,42%. Os futuros do Nasdaq subiam, às 10h50, 0,32%, enquanto o contrato de futuros sobre o Standard & Poor's apreciava 0,33%, indiciando uma abertura a subir da praça de Nova Iorque.
O euro subiu ontem à noite contra o dólar para um máximo da sessão nos 1,1338 dólares. Às 10h50 de hoje, somava 0,16% para os 1,1280 dólares [Cot, Not, P.Target], com os analistas a considerarem que qualquer apreciação da divisa europeia deverá ser limitada até se saber a causa do acidente.
«As pessoas estão receosas de que isto pode ser mais do que parece», afirmou à Bloomberg Alejandro Urbina, estratega de divisas no Banc One em Chicago. «Parece-me que, logo que se confirme que não é mais do que uma falha eléctrica (afastando receios de um ataque terrorista), qualquer ganho do euro possa ser recuperado», acrescentou a mesma fonte.
As praças europeias negociavam sem que o apagão tivesse causado grande impacto, com os ganhos a serem comandados por notícias de empresas.
A generalidade das praças europeias subida. O DAX [Cot, Not, P.Target] era a excepção, ao cair 0,18%, arrastado pela seguradora Allianz que viu a sua recomendação descer pelo Deutsche Bank. A Munich limitavas as perdas, depois da Morgan Stanley ter subido a recomendação da resseguradora.
O FTSE [Cot, Not, P.Target] avançava 0,62%, o CAC [Cot, Not, P.Target] progredia 0,68%, o PSI-20 crescia 0,5%, enquanto Amsterdão apreciava 0,57%. As praças de Madrid e Milão encontravam-se encerradas devido a feriado.
Por Ricardo Domingos
por Canal de Negócios
Sexta, 15 Ago 2003 10:54
A Bolsa de Nova Iorque vai abrir hoje à negociação, depois de ontem algumas cidades da costa Leste dos Estados Unidos e do Canadá, como Nova Iorque, Detroit, Toronto e Ottawa, terem sido vítimas do maior apagão eléctrico de sempre.
A falha no sistema eléctrico terá ocorrido numa central situada perto das cataratas do Niagara, na fronteira com o Canadá, afectando cerca de 49 milhões de pessoas que se viram desprovidas de energia eléctrica, gerando o caos em algumas das principais cidades americanas no início da hora de ponta. Nenhuma autoridade confirma ainda a causa do acidente nem quando estará a situação resolvida.
Nas primeiras declarações televisivas após a falha, que iniciou ontem pouco depois das 21h de Lisboa, o «mayor» Michael Bloomberg afastou a possibilidade do apagão estar relacionado com qualquer tipo de ataque terrorista. Mais tarde, o presidente George Bush corroborava a teoria.
«A New York Stock Exchange (Bolsa de Nova Iorque) vai estar aberta sexta-feira 15 de Agosto de 2003», refere a NYSE no seu «site» na Internet.
Ontem à noite, em declarações à cadeia televisiva CNBC, um porta-voz da bolsa explicava que, mesmo que os problemas eléctricos não tivessem sido resolvidos, a sessão de hoje decorreria «normalmente, uma vez que a NYSE tem geradores eléctricos o que garantem o seu funcionamento, mesmo que não haja electricidade no resto de Nova Iorque».
A falha eléctrica, que causou a perda de 61.000 mil megawatts, foi a maior da história dos EUA superando, em mais do dobro, o apagão de 1965 que afectou na altura cerca de 39 milhões de consumidores na costa Leste.
A falha ainda se arrasta, com a electricidade a voltar aos poucos às cidades afectadas, mas sem que haja qualquer estimativa sobre quando poderá ser restabelecida na sua totalidade.
Milhões de pessoas sem transporte pagam mais por comida na rua
À meia-noite de ontem, em Nova Iorque, milhões de cidadãos encontravam-se nas ruas sem meio de se locomover. Milhares de passageiros ficaram presos nas composições do Metro durante quatro horas até que conseguissem sair dos túneis. As autoridades avisaram que o Metro será restabelecido seis horas após a electricidade regressar na sua totalidade.
Os elevadores ficaram parados, deixando as pessoas trancadas em inúmeros edifícios pela cidade. A cidade de Nova Iorque mobilizou um piquete de urgência para dar guarida a milhares que não conseguiam chegar a casa. As telecomunicações foram afectadas e houve falta de distribuição de água em várias regiões.
Os vendedores de rua aproveitaram o excesso de oferta e o facto das pessoas não terem como chegar a casa para aumentar as margens de negócio. Um cachorro quente, que custa normalmente cerca de 1 dólar (0,89 euros), valia 1,50 dólares (1,33 euros) cerca de uma hora após o apagão ter iniciado.
«É por isso que a América é um grande país e é por isso que amo o capitalismo», afirmava ontem, aos microfones da CNBC, um comerciante de rua que vendia as sanduíches de salsicha 50% mais caro às multidões que o interpelavam por um cachorro.
Foram mobilizados cerca de 40 mil agentes policiais em Nova Iorque para manter a a ordem e segurança e evitar uma onda de pilhagens.
Apagão com impacto limitado nos mercados
A falta de electricidade ocorreu logo após o fecho das praças americanas, tendo o Nasdaq [Cot, Not, P.Target] terminado a subir 0,81% e o Dow Jones [Cot, Not, P.Target] a valorizar 0,42%. Os futuros do Nasdaq subiam, às 10h50, 0,32%, enquanto o contrato de futuros sobre o Standard & Poor's apreciava 0,33%, indiciando uma abertura a subir da praça de Nova Iorque.
O euro subiu ontem à noite contra o dólar para um máximo da sessão nos 1,1338 dólares. Às 10h50 de hoje, somava 0,16% para os 1,1280 dólares [Cot, Not, P.Target], com os analistas a considerarem que qualquer apreciação da divisa europeia deverá ser limitada até se saber a causa do acidente.
«As pessoas estão receosas de que isto pode ser mais do que parece», afirmou à Bloomberg Alejandro Urbina, estratega de divisas no Banc One em Chicago. «Parece-me que, logo que se confirme que não é mais do que uma falha eléctrica (afastando receios de um ataque terrorista), qualquer ganho do euro possa ser recuperado», acrescentou a mesma fonte.
As praças europeias negociavam sem que o apagão tivesse causado grande impacto, com os ganhos a serem comandados por notícias de empresas.
A generalidade das praças europeias subida. O DAX [Cot, Not, P.Target] era a excepção, ao cair 0,18%, arrastado pela seguradora Allianz que viu a sua recomendação descer pelo Deutsche Bank. A Munich limitavas as perdas, depois da Morgan Stanley ter subido a recomendação da resseguradora.
O FTSE [Cot, Not, P.Target] avançava 0,62%, o CAC [Cot, Not, P.Target] progredia 0,68%, o PSI-20 crescia 0,5%, enquanto Amsterdão apreciava 0,57%. As praças de Madrid e Milão encontravam-se encerradas devido a feriado.
Por Ricardo Domingos
por Canal de Negócios